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PrEP em esquemas aleatórios fornecem opções extras, mas a adesão é muito melhor com dosagem diária de PrEP

Tim Holtz e Sharon MannheimerPara algumas pessoas em algumas configurações, regimes menos frequentes de PrEP com doses terapêuticas associadas à atividade sexual são viáveis, com grande número de atos sexuais protegidos por PrEP, sugerem alguns dos estudos que foram apresentados na segunda-feira para a 8º Internacional AIDS Society Conferência em Vancouver.

Isso pode dar às pessoas, que querem usar PrEP, e seus médicos, algumas opções adicionais, permitindo que as pessoas possam encontrar um padrão de PrEP que melhor lhes convém. Mas os estudos também descobriram que cada vez mais pessoas possam aderir ao PrEP de uso diário do que a esquemas que não sejam diários. Além disso, a eficácia real de regimes “aleatórios” permanece incerta.

Os estudos apresentados hoje foram em parte inspirados no estudo francês conhecido como IPERGAY, que é, até agora, o único estudo que demonstra que uma agenda de Prep aleatória, com doses antes e depois da transa, pode ser eficaz. (Era 86% menor a incidência de infecções). No entanto, IPERGAY foi conduzido em uma população de homens homossexuais que tendiam a ter sexo com muita frequência. Para evitar a transmissão durante sexo anal, quatro doses por semana parecem ser quase equivalentes a sete doses. No entanto, é possível que as pessoas que transam de modo menos frequente – e, por conseguinte, tomam pílulas menos frequentemente – terão níveis mais baixos da droga no organismo, o que pode redundar em concentrações do ARV que não sejam protetoras eficientes.

Iglu de eskimó
Iglu de eskimó

Apresentado em Vancouver em uma sessão vespertina na segunda-feira à tarde, HPTN 067/ADAPT é um grupo de três ensaios aleatórios, que avaliavam a viabilidade e aceitação de diferentes esquemas de PrEP com três populações distintas, em Bangkok, Harlem (Nova Iorque) e Cape Town. Os estudos forneceram insights sobre os padrões de utilização e adesão, mas não foram concebidos para responder às perguntas sobre sua eficácia. Ensaios maiores, de tipificação específica para a fase III seriam necessários para chegar-se à uma conclusão definitiva sobre o assunto.

Os pesquisadores descobriram que, em um grupo de bem-educados, e bem motivados gays tailandeses, cada um dos três regimes de PrEP testados foram considerados viáveis e aceitáveis e provavelmente protegeriam contra a grande maioria das exposições ao vírus HIV. Os regimes aleatórios necessitam de muito menos comprimidos.

Desafiando as condições sociais mais comumente vivenciadas pelos participantes no Harlem e em Cape Town, a adesão foi geralmente pior nos dois locais. Para além disso, o esquema diário resultou em uma melhor aderência e uma proteção mais eficiente contra o HIV do que provavelmente protegeriam as opções de PrEP aleatórias.

Os estudos

Em cada uma das cidades, cerca de 180 participantes foram recrutados e separados aleatoriamente para receber um dos três tratamentos PrEP com Truvada

  • Dosagem diária,

  • Duas vezes por semana a dosagem + uma dose extra após sexo ou

  • Dosagens orientadas a eventos (uma dose até 48 horas antes da transa e outra em até 2 horas após relação sexual).

Foram acompanhados por um período de seis meses. A adesão foi mensurada através do fornecimento de pílulas PrEP em invólucros que enviavam um sinal eletrônico quando eram abertas. Semanalmente os participantes eram chamados e as informações acerca da atividade sexual recente eram recolhidas, o que foi correlacionado com os dados de quando os comprimidos foram tomados.

As populações das três cidades mixavam diversos grupos sociais, culturais e múltiplas características demográficas. Os pesquisadores esperavam um modo de influenciar e verificar a aceitabilidade dos diferentes esquemas – eles não esperavam encontrar um esquema terapêutico que seria apropriado para a população em geral.

  • Bangcoc, Tailândia: 176 homens que fazem sexo com homens e duas mulheres transexuais. A maioria eram universitários, alguns estavam desempregados e a idade média era de 31. Os participantes tiveram sexo uma média de uma vez por semana .

  • Harlem, Nova Iorque, Estados Unidos da América: 176 homens que fazem sexo com homens e três mulheres transexuais. Mais de dois terços estavam desempregados e mais de dois terços eram negros. Idade média foi de 30 anos. Os participantes tiveram sexo uma média de uma vez por semana.

  • Cape Town, África do Sul: 179 mulheres. Quatro-quintos estavam desempregados, uma proporção semelhante era solteira e a idade média foi de 26 anos.

Resultados

Em todos os locais a aderência foi um pouco maior para as atividades de PrEP diárias, ao invés das doses aleatórias. Por exemplo, em Bangcoc, 85% das doses diárias, 79% de duas doses semanais e 65% das doses “orientadas por evento” foram tomadas conforme o prescrito. No Harlem, as respectivas figuras eram 65 %, 46% e 41 %.

A primeira análise foi da percentagem de atos sexuais que estavam protegidos pelo PrEP, com doses antes e depois sexo.

Em Bangcoc, o esquema diário havia protegido 85% dos atos sexuais, o dobro de esquema semanal que havia protegido 84% e as dos esquemas “orientados por evento” haviam protegido 74 %.

  • No Harlem, o esquema diário havia protegido 66% dos atos sexuais, o dobro de esquema semanal que havia protegido 47% e as dos esquemas “orientados por evento” haviam protegido 52 %.

  • Na Cidade do Cabo, o esquema diário havia protegido 75% dos atos sexuais, o dobro de esquema semanal que havia protegido 56% e as dos esquemas “orientados por evento” haviam protegido 52 %.

As doses que foram perdidas foram mais frequentemente perdidas por aqueles que foram orientados a executarem a PrEP após sexo (tanto no esquema terapêutico de duas vezes por semana como nos esquemas terapêuticos orientados por eventos). Os participantes encontram-se, muitas vezes numa situação que torna difícil tomar esta dose quando eles ainda estão com um parceiro sexual ou quando estivessem longe de casa. Nota do Tradutor: O texto não diz, mas é evidente que o sexo ocasional pode acontecer e nem todas as pessoas, para não dizer nenhuma, andaria com um ‘cinto de utilidades’ como o do Batman, que trouxesse o paramento para executar uma operação de PrEP e ainda há o risco do parceiro inquirir para que serviria aquele “comprimido”.

Os pesquisadores também testaram amostras de sangue duas vezes durante o estudo para ver se o tenofovir podia ser detectado, restringindo a análise aos participantes que relataram ter tido relações sexuais na semana anterior. Em Bangcoc, mais de 90% dos participantes em cada braço do estudo tinham tenofovir detectável na corrente sanguínea, não havendo diferenças significativas entre os braços do estudo.

Em contraste os participantes do Harlem e Cape Town foram mais susceptíveis a terem o Tenofovir detectado quando eles haviam sido convidados a tomar PrEP diariamente.

Seis pessoas para as quais havia a prescrição de PrEP tornaram-se HIV-positivos (cinco em Cape Town, uma no Harlem) mas cada uma tinha níveis baixos ou insignificantes de Truvada em seu organismo.

Uma vantagem esperada com regimes aleatórios seria a redução do número de comprimidos tomados, de forma que os efeitos secundários pudessem ser menos frequentes. No entanto, os dados até agora coletados não mostraram diferenças estatisticamente significativas na experiência de efeitos colaterais entre os braços do estudo. Isso pode ser parcialmente devido ao número limitado de pessoas em cada braço do estudo e o curto período de seguimento. Os efeitos colaterais que foram relatados (tontura, dor de cabeça, náusea, diarreia etc.) foram leves e vividos principalmente durante os dois primeiros meses da PrEP.

Mas os regimes aleatórios não requerem comprimidos de Truvada em um número estatística e consideravelmente menor, o que poderia tornar a PrEP mais acessível. O comportamento Sexual não diferiu nos diferentes esquemas terapêuticos de PrEP.

Conclusões

Apresentando os dados Bangkok, Timóteo Holtz resumiu várias vantagens de regimes diários: Ficou claramente provado que são mais eficazes, que podem oferecer mais proteção, mais indulgente com doses perdidas, além de ajudar as pessoas a desenvolverem hábitos de tomar pílulas diárias Mas ele disse que a PrEP aleatória poderia ser uma opção para aqueles homens que têm poucas e raras relações sexuais desde que saibam com antecedência quando eles são susceptíveis de fazê-lo. Os resultados sugerem uma certa flexibilidade na forma como PrEP pode ser prescrito.

Robert Grant, que conduziu os estudos HPTN 067/ADAPTAR disse, numa conferência de imprensa, que a PrEP precisa de ser adaptável a diferentes circunstâncias da vida. E o “não uso diário” está a acontecendo mesmo assim: “As pessoas escolhem como querem usar Prep, quando tomar, e quando não tomá-la,” disse ele.

Escrito por Roger Pebody

Traduzido por Cláudio S. de Souza do original publicado no dia 21º julho de 2015 em Non-daily PrEP regimens provide extra options, but adherence is often better with daily dosing (olink abre em outra aba do seu navegador\. Revisado por Mara Macedo

Nota do Editor de Soropositivo Web Site: Embora o PrEP estar se mostrando um grande avanço, e eu devo reconhecer que conheço um casal que se mantém nesta balada desde muito antes dos estudos começarem e eles já tiveram dois filhos que nasceram sem HIV, eu me sinto obrigado a dizer que, embora se diga, hoje em dia, que a camisinha é apenas 98% efetiva, eu mantive relações sexuais com pessoas soro divergentes em diversas ocasiões e nunca houve uma que _soroconvertesse_ enquanto mantivemos uma relação; tudo isso antes do meu atual casamento, para evitar que algumas pessoas emprestem asas às suas imaginações (…), eu recomendo que, mesmo usando PrEP, faça uso de preservativo, inclusive você, profissional do sexo que eventualmente me lê, pois a camisinha não protege “apenas do HIV”; protege contra a sífilis, que é uma doença em ascensão, contra a gonorreia, que tem se manifestado de forma deveras agressiva e resistente a quase, se não todos, os antibióticos conhecidos (sim, pode tornar-se uma doença incurável e poderia até mesmo matar), protege contra vaginose, HPV, corrimentos e, o que é muitíssimo sério, evita a gravidez não planejada ou não desejada, que quase sempre leva ao aborto, que eu não vejo como solução (exceto em casos muito específicos) onde até mesmo a mãe da gestante corre risco de Vida.

PrEP? Sim!

Sem caminha? Não!!!!!!!!!!!

Referências

Holtz TH et al. HPTN 067/ADAPTAR estudo: uma comparação do cotidiano e não-diária profilaxia pré-exposição dosagem de Thai entre homens que fazem sexo com homens, em Bangcoc, na Tailândia.  8.º International AIDS Society conferência sobre HIV patogênese, tratamento e prevenção, Vancouver resumo MOAC0306LB, até 2015.

Mannheimer S et al. HPTN 067/ADAPTAR estudo: uma comparação do diário e intermitente profilaxia pré-exposição (PrEP) dose de prevenção do HIV entre homens que fazem sexo com homens e transexuais mulheres na cidade de Nova Iorque. 8.º International AIDS Society conferência sobre HIV patogênese, tratamento e prevenção, Vancouver resumo MOAC0305LB, até 2015.

Conceder R et al. HPTN 067/ADAPTAR métodos e resultados de mulheres em Cape Town. 8.º International AIDS Society conferência sobre HIV patogênese, tratamento e prevenção, Vancouver resumo MOSY0103, até 2015.

A Cape Town resultados já tinham sido previamente presented at CROI 2015 e reported on aidsmap.com


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