Por Dr. Ronaldo Grossman,
Especialista em medicina integral e doença por HIV — New York
É importante, também, zelar pela manutenção do SUS, um direito conquistado na Constituição brasileira de 1988, onde está escrito no artigo 196:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Seu médico lhe fará perguntas sobre:
1 — Qualquer “comportamento de risco” para o HIV, como sexo sem proteção com estranhos, homens ou mulheres, ele tentará o fazer lembrar sobre relações praticadas sob a influência de álcool ou drogas. Também se você já passou por transfusão de sangue ou uso de drogas injetáveis.
2 — Infecções que teve no passado, inclusive infecções bacterianas (tais como tuberculose ou pneumonia), infecções virais (hepatite, herpes zoster) ou infecções fúngicas (sapinho).
3 — Qualquer Doença Sexualmente Transmissível, como sífilis, herpes ou verrugas genitais.
4 — Medicamentos — remédios que você tenha tomado ou toma atualmente — inclusive qualquer medicamento que altere o humor, assim como o uso de álcool.
5 — Quaisquer problemas psiquiátricos que você teve e que possam afetar seu humor, memória ou sono.
6 — Você já viajou para locais menos desenvolvidos?
Você poderia contrair uma infecção naquela região sem ter notado.
7 — Você está ou esteve exposto a qualquer produto químico tóxico no trabalho?
8 — Você tem animais estimação? Embora o risco seja baixo, é possível pegar uma infecção através deles. Se você tiver gatos, terá que ter cuidados adicionais.
9 — Que vacinas você tomou? Seu médico poderá sugerir uma vacina anual contra gripe ou outras vacinas mais recentes.
10 — Você já teve frequente, ou persistentemente, alguns dos seguintes sintomas: febre, suores noturnos, diarreia, gânglios inchados (íngua), tosse, respiração difícil, perda de peso, perda de apetite, cansaço, erupções cutâneas ou cefalias, alterações na visão ou memória, fraqueza/dormência nos braços/pernas?
11 — Alergias ou história de asma.
12 — Hábito de fumar.
Seu médico provavelmente realizará os seguintes exames:
1 — Seu médico vai querer confirmar se você é HIV positivo. Os dois testes mais utilizados são o ELISA e o Western blot.
2 — Um exame físico completo deve ser realizado, inclusive dos olhos, boca, reto e órgãos genitais. Seu médico poderá encaminhá-lo a um oftalmologista para um exame oftalmológico completo.
3 — Os seguintes exames provavelmente terão que ser realizados: uma radiografia do tórax e um exame de urina. Se você tem tido diarreia, poderá precisar de incluindo:
Hemograma, contagem completa de células sanguíneas.
Estes exames podem se tornar uma rotina constante por ser muito importante monitorar cada aspecto de sua corrente sanguínea, para tentar evitar surpresas…
Bioquímica
Contagem de células T (CD4)
Esses exames dão ao seu médico uma ideia da sua capacidade de combater a infecção e podem também detectar problemas insuspeitados, não relacionados ao HIV, tais como diabete, doença renal, doença hepática, não necessariamente uma hepatite viral, etecetera.
5 — Seu médico examinará seu sangue para ver se já esteve em contato com sífilis ou hepatite B, pois essas doenças são normalmente contraídas pelas mesmas vias através das quais uma pessoa contrai HIV, não sendo incomum que estes parceiros também sejam portadores das mesmas infecções que você.
Resultados dos exames e os passos seguintes:
Uma vez recebidos todos os resultados de seus exames, o que pode levar cerca de duas, talvez três semanas, seu médico verificará todos os resultados e, idealmente, discutirá com você o melhor caminho a seguir. Você se beneficiará significativamente mais dessa conversa com seu médico se for feita pessoalmente.
Nessa ocasião, se você estiver considerando usar suplementos nutricionais ou iniciar uma dieta macrobiótica, poderá querer discuti-lo com seu médico. Ele poderá ajudá-lo a determinar se esses tratamentos são adequados ao seu caso.
Dependendo da presença ou não de sintomas e do nível de sua contagem de células T (CD4), seu médico vai querer acompanhá-lo por meio de consultas para monitorar seu sistema imunológico, determinar o aparecimento de qualquer sinal ou sintoma da doença por HIV, e quando iniciar o tratamento adequado.
Embora os médicos usem diferentes esquemas de acompanhamento, geralmente segue-se este sistema:
1 — Quando não houver sintoma algum e a contagem de células CD4 estiver acima de 500, você pode se consultar a cada quatro a seis meses.
2 — Se você não tiver sintoma algum, e a contagem de células CD4 caiu para a faixa de 300 a 500, você deve se consultar a cada dois a três meses, ou até mais frequentemente, se estiver tomando alguma terapia antirretroviral (TARV).
3 — Se você tiver uma baixa contagem de células CD4 (menos de 200), mas não apresenta nenhum outro sintoma grave de AIDS, como uma doença oportunista, seu médico geralmente vai querer vê-lo a cada um a dois meses, ou com maior frequência, se sua contagem de células CD4 estiver caindo.
4 — Caso você estiver apresentando sintomas, inclusive grave perda de peso ou febre persistente, seu médico pedirá exames, e poderá ser necessário se consultar toda semana ou a cada duas semanas.
Em todas as consultas de acompanhamento, seu médico deve realizar um exame físico completo, incluindo exame da boca, gânglios (nódulos linfáticos — íngua), pele, reto e órgãos genitais. Os exames de sangue o geralmente incluirão o hemograma e a bioquímica sanguínea. As Contagens de células CD4 serão realizadas conforme for necessário.
Atualmente considera-se a carga viral (medida da quantidade de partículas virais no organismo) como o exame mais confiável da progressão da doença. Atualmente considera-se a contagem de células CD4 como o exame mais confiável da progressão da infecção por HIV e AIDS.
A Endócrino me determinou consultas trimestrais.
Mesmo que esta não seja uma especialidade diretamente relacionada com o HIV/AIDS e estas consultas não ocorram frequentemente, não se assuste por isso, à medida que a medicina multidisciplinar for se tornando mais acessível (texto de 2000), deverá entrar para a lista de consultas realizados regularmente.
Naturalmente, se você estiver apresentando quaisquer sintomas frequentes ou persistentes, entre em contato com seu médico imediatamente. Lembre-se que há vida com HIV!
Acima de tudo, lembre-se que, as pessoas obtêm melhores resultados no tratamento contra o HIV e a AIDS quando formam uma forte relação de trabalho — como uma parceria — com seus médicos e outros profissionais de saúde.
Glaxo Wellcome em parceria global com as comunidades HIV/AIDS
Para maiores informações:
Sociedade Viva Cazuza – Fórum Científico (Pergunte ao especialista)
Pergunte AIDS (Ministério da Saúde)
0800 61 24 37
Disque AIDS (Secretaria de Saúde de São Paulo)
Tel.: (11)2800770 – (seg a sexta – feira das 08h às 18h)
Grupo Pela Vidda – Disque AIDS:
Tel.: (21) 518 2221 – (2B a 6B feira – 14 às 20h)
Rio de Janeiro – Av. Rio Branco, 135 /GRUPO 709-Centro
CEP:20040-006 -Tel.: (21)5183993/Fax:518 1997
São Paulo – R. General Jardim, 556 – Vila Buarque
CEP: 01223-010-Tel.: (11)2587729
Niterói – R. Pres. Domiciano, 150 – Ingá
CEP:24210-271 -Tel.: (21)7195683/719 3793
Curitiba – R. Carneiro Lobo, 35 – Água Verde
CEP: 80240-240-Tel.: (41) 342 7286/Fax: 3508616
Vitória – R. Graciano Neves, 73 / sala 201 – Centro
CEP:29015-330-Tel.: (27)223 1041
Goiânia – R. 19, n0 35 – Edif. Dom Abel – Centro
CEP:74036-901 -Tel.:(62)2125319
GAPA – (Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS)
Rio de Janeiro -Tel.:(21)5714141
São Paulo – Al.. Pompéia, 633 – Pompéia – São Paulo – SP
CEP:05023-000-Tel.: (11)8646010/Fax:(11)8647065
Centro Corsini – Tele AIDS – 0800 11 12 13
São Paulo – R. Luiz Otávio,471 – Jardim Santa Cândida – Campinas – SP
CEP: 13088-130-Tel.: (19)2566344
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Texto revisado por Claudio SouzA
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