Agora sim! AIDS… sem limites para sonhar!

Os últimos oitenta dias têm sido dificílimos em muitos aspectos de minha vida intra-familiar. Por conta disso eu simplesmente faltei à consulta com o especialista em dor neuropática do HC e, não bastasse isso, esqueci-me por completo que tinha de fazer exames de sangue… Aquela coisa toda de sempre: CD4, carga viral, indicadores hepáticos e renais, níveis de colesterol (que simplesmente voltaram aos “níveis da normalidade”, depois da gastroplastia levada a termo pela Drª Cinara, da Beneficência Portuguesa…

Não havia o que avaliar e eu era o último paciente delas e falamos sobre muitas, mas muitas cosas mesmo, das quais só uma eu vou compartilhar com vocês.

A médica que trata de mim foi escolhida por mim num dia em que eu quase pus a casa da AIDS, ainda na Frei Caneca, abaixo.

Eu fui bem rude aquele dia com a maioria das pessoas, mas isso não era sem motivo!

Eu estava sendo vitimado por uma “mErDiCa” que dava, para mim, a mesma atenção que a aranha dá para as formigas… Ela espera esgotar o ácido fórmico e “NHAC”.

Bem, o pastel de chuchu fechou a casa da AIDS, montou um verdadeiro reboliço (você pode ver aqui – Abre em outra aba) transformou o Emilio Ribas num centro de tratamento congestionado com nove mil pacientes.

Mas isso, neste momento, já não tem tanta relevância. A questão é que passamos o tempo da consulta conversando e eu gosto muito do atendimento dela e, com um aperto no coração se faltava muito para a aposentadoria dela. Ela não respondeu, disse para eu não pensar nisso e me contou o seguinte. Há poucos dias atrás ela recebera um caso novo e, me contou, quando o viu, na faixa dos vinte e poucos anos ela disse que pensou:

“É.… este com certeza eu vou passar o bastão para outro… sabe Cláudio, está bem mais fácil tratar as pessoas. Os remédios têm menos efeitos colaterais (só quem mascou quatro pastilhas de DDI na década de 90 sabe bem o que é isso, sem contar que eu li a bula e, para meu terror, uma das “reações adversas” era nada mais, nada menos que uma “pancreatite fulminante”.

Bem, eu devo ter deixado escrito em algum lugar que anda me lembrava do olhar e da face cínica olhando para mim e profetizando seis meses de vida… pois é, eu superei esta sua profecia em 4400% e contando…. Para falar a verdade, eu tento lembrar seu rosto agora, mas ele perdeu o significado e mal e mal me lembro de um jaleco branco…. Você errou seu babaca e, se estiver vivo e eu souber de sua morte vou lá por umas vinte pás de cal para ter certeza que nem erva daninha nasça sobre você….

Voltando à minha médica, ela dizia em passar o bastão pois aquela expectativa de vida de setenta anos foi ultrapassada, deixada para trás, há pacientes próximos dos 90 anos!

 

 

Sim, eu estou falando a verdade! As pessoas que me conhecem bem sabem que eu não diria tal coisa se não viesse de uma fonte segura e minha médica, cujo não, não darei para não transformar a vida dela numa loucura de gente querendo corroborar minha informação.

Mas é importante que você que me lê cuide de sua saúde. Eu tenho uma amiga que ficou três meses hospitalizada, que viu a vida dela de pernas para o alto simplesmente porque ela foi colhida de surpresa por uma doença oportunista

E… a despeito de tudo isso, não vá você pensar que a vida com HIV é semelhante há um passeio à praça! Há muitas complicações imprevivíveis. Por triste exemplo, o meu caso. Eu sei que vivo com HIV desde 1994 e, naquela época, não havia tratamento. Eu tentei tomar o AZT. Cada tomada de AZT significava uma seção de vômitos onde eu vomitava o AZT, o suco gástrico e, Deus o sabe, só não vomitei o estômago porque ele não conseguiu subir. Eu aguentei dois dias. E eu não soube porque simplesmente pensei:

“Vamos lá fazer um teste para HIV e ver no que dá”…

Eu tive uma meningite viral e se escapei com vida foi porque Deus considerou que seria melhor assim.

Então, use camisinha, porque esta coisa de ah! ele não tem cara de que tem AIDS, eu sou este aqui, da foto ao lado! E… se eu fosse um canalha… Felizmente eu não sou assim… Graças a Deus… Mas, no passado, quando eu ainda me sentia livre e desimpedido, porque em verdade eu o era, muita moça foi embora com raiva, me chamando de “viadinho” só porque eu fiz questão de usar o preservativo… Refletindo neste ponto, agora mesmo, teria sido bem provável que ela já estivesse contaminada, ou fosse portadora de outra DST como a Infecção por HPV ou mesmo portadora do HCV, o vírus da Hepatite C, que também é transmissível pela via sexual e, para a minha felicidade, ela foi embora.

Deus sabe o que faz… e eu aconselho que procurem manter relações sexuais seguras e, senhoras casadas, preparem vossos corações pois em dois ou três dias eu terei terminado de revisar a tradução de um texto que pode cair como uma bomba em suas cabeças. Eu porei o link aqui quando tiver terminado

Sim… é verdade, nossa expectativa de vida não tem mais limites.

E se não há limite para viver… também não há limites para sonhar!

Declaro, outrossim que, embora para nós, pessoas vivendo com HIV ou AIDS praticamente não há limites para viver e sonhar há, ainda, que se considerar que a vida com HIV é bem mais difícil que a vida de pessoas, portadoras de HIV ou doentes de AIDS em se dizerem “quase soronegativos” é uma afirmação irresponsável cujas consequências incognoscíveis.

Use camisinha sempre e, tenha em mente, o uso da camisinha é cem por cento seguro

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