Amor Incondicional Lunaluz! Lunaluz! Amar É Mostrar Vivendo!

Amor Incondicional

Oi, é a Luna e, I Love You

Fui um pouco mal-educada com vocês…logo que en­trei na lista recebi um “seja bem-vinda” tão gostoso…e nem respondi, né? Mas a verdade é que

É que tava quietinha…só lendo o que vocês es­cre­viam… desculpem-me mesmo…

Bem, eu “te­clo com o Cláudi­us” quase to­do dia pelo ICQ e foi ele que me pôs aqui, nos con­hecemos na man­jada sa­linha de HIV da UOL.

Bom, vou começar minha ap­resentação:

Tínhamos acabado de com­pletar uns anos de namoro… voltáva­mos de uma gostosa, viagem a Camboriú e tínhamos de­cidido que queríamos nos cas­ar; tudo es­tava bem… pela primeira vez estáva­mos real­mente bem, sem crises…e eu havia (ou acred­itava) su­per­ado os prob­lemas que pas­sam­os por ele ser gay…, ou melhor, ter se descoberto bis­sexu­al comigo, pois fui sua primeira mul­h­er…eu, na verdade, nunca en­canei muito com isso, mas era difícil ouvir os grace­jos dos héteros e o ven­eno dos gays.

Mas eu havia su­per­ado tudo e to­dos, en­frentado tudo e to­dos, prin­cip­al­mente minha mãe, que claro, foi con­tra o namoro; nin­guém en­ten­dia o que havia aconte­cido com a gente…afi­nal, éramos ami­gos, fervíamos noites e noites em boates gays e como pode um gay se apaix­on­ar por uma mul­h­er?

E a amiz­ade?

Desta forma eles diziam, será que nós não estáva­mos con­fundindo as coisas?

Assim, nin­guém en­ten­dia…! E mesmo nós, mas o fato é que já estáva­mos, juntos há um ano e nos aman­do como loucos, e a cada dia amávamo-nos mais e  mais, e muito mais do que mais!

E ainda obtivéramos a superação das perguntas jocosas, venenosas e o escambau, com tanto veneno!

E, também, perguntas horrorosas como está:

E aí, como se faz? Quem é “o homem” nesta relação… Veja, talvez você possa estar se perguntando:

Como eles puderam aguentar tanto inferno?


Mas a verdade é que …..en­fim….viveríamos a paz…. E vivemos em paz

Até que um colega nosso pre­ci­sou de doadores de sangue pois, iria fazer uma cirur­gia e fomos lá, que bom!!!

Ótima chance de fazer­mos aquele teste de hiv para eu poder começar a to­mar pílu­las…que beleza…poder transar sem cam­isinha…

Não es­tava pronto.

A atendente disse que havia dado “um prob­lema”com a amostra dele e que pre­cis­ava de uma nova coleta…ah…tudo bem, dis­seram que foi ex­cesso de “gordura” no sangue…es­queci disso, mas ele havia fic­ado pre­ocu­pado e fez a nova coleta…

Lem­bro-me como se fosse ho­je… aquela tarde gostosa…eu com um be­lo as­tral e ele chegando com uma cara es­tranha e dizendo que pre­cis­ava falar sério comigo, trancou a porta do quarto e me en­tregou uma carteir­inha…li : era o res­ultado dos ex­ames……. …….não sei o que me deu, não acred­itava…mas es­tava lá… es­crito, por um se­gundo até pas­sou pela minha cabeça que era uma brin­cadeira dele… mas quando vi seus ol­hos per­cebi que não…a primeira coisa que veio a minha cabeça foi per­gun­tar se ele ainda quer­ia se cas­ar comigo…tinha medo que ele quisesse se afastar de mim… nos abraçamos, nos bei­jamos e fize­mos amor…meio que para pro­var para nós mes­mos que nada havia mudado…

Desse dia para frente começou o martírio.

Achava que ele mor­rer­ia amanhã, na primeira gripe… (uma observação de Cláudio: Uma gripe não é o problema. O problema é a queda da contagem de CD4 e o risco de doenças oportunistas, eles estavam mal-informados e, na época, eu também estava começando a aprender) chor­ei e so­fri calada… não po­dia de­saba­far com nin­guém já que ele não quer­ia que nin­guém além de mim, soubesse… fo­ram vári­os testes con­firmatóri­os e eu caí na real que também po­der­ia es­tar con­tam­in­ada.

Já que naquela viajem a Camboriú eu tomei pílu­las e não usam­os cam­isin­has dur­ante os 8 di­as que es­t­ive­mos lá…

Ainda tinha que es­per­ar 4 meses para re­pe­tir o ex­ame (Janela Imunológica de quatro meses naqueles dias)… angústia… só isso que eu sen­tia… … es­tava muito con­fusa e achava que ele so­frer­ia menos se eu es­t­ivesse pos­it­iva também para que ele não fi­cas­se soz­inho e nem se sen­tisse menos que eu…..que bobagem… ainda bem que Deus é sensato e não ouviu meus pe­didos… En­fim… so­fri… e muito… mas come­cei a pesquis­ar sobre AIDS, pro­curava re­port­agens, me in­teressava pelo as­sunto, mas ele… nada. Não tocava no as­sunto… até que en­contrei a sala de HIV da UOL…e tudo mudou… con­heci muita gente…per­cebi que as coisas eram difer­entes… re­cebi muito apoio e con­segui de­saba­far os três anos de dor e angústia que pas­sei, foi só a partir daí que con­segui­mos falar sobre o bichinho sem aquele nó na gar­ganta…

Ho­je, es­tamos óti­mos…eu sou pos­it­iva, es­tou pos­it­iva… menos no sangue, sendo o único lugar que o bichinho não me pegou e ele está ótimo, não pre­cisa to­mar remédio, CV baixa CD4 alto… beleza, muito mais saudável, muito mel­hor do que aquele an­ti­go e des­cuid­ado sor­oneg­at­ivo… e muito mais bonito…

Nota do Ed­it­or, eu mesmo, este estupido idiota!!!

Luna su­m­iu e eu nunca mais soube nada a seu re­speito…

O fato é que nos desen­ten­demos li­geira­mente num mal-fadado en­con­tro onde eu fui rude e acredito que, por isso, ela pas­sou a me evitar.

Uma pena.

Eu e min­has as­neir­as…

Outra Observação.

A Imagem destacada é de Imagem de tohamina no Freepik

Amor Incondicional

Oi, é a Luna e, I Love You

Fui um pouco mal-educada com vocês…logo que en­trei na lista recebi um “seja bem-vinda” tão gostoso…e nem respondi, né? Mas a verdade é que

É que tava quietinha…só lendo o que vocês es­cre­viam… desculpem-me mesmo…

Bem, eu “te­clo com o Cláudi­us” quase to­do dia pelo ICQ e foi ele que me pôs aqui, nos con­hecemos na man­jada sa­linha de HIV da UOL.

Bom, vou começar minha ap­resentação:

Tínhamos acabado de com­pletar uns anos de namoro… voltáva­mos de uma gostosa, viagem a Camboriú e tínhamos de­cidido que queríamos nos cas­ar; tudo es­tava bem… pela primeira vez estáva­mos real­mente bem, sem crises…e eu havia (ou acred­itava) su­per­ado os prob­lemas que pas­sam­os por ele ser gay…, ou melhor, ter se descoberto bis­sexu­al comigo, pois fui sua primeira mul­h­er…eu, na verdade, nunca en­canei muito com isso, mas era difícil ouvir os grace­jos dos héteros e o ven­eno dos gays.

Mas eu havia su­per­ado tudo e to­dos, en­frentado tudo e to­dos, prin­cip­al­mente minha mãe, que claro, foi con­tra o namoro; nin­guém en­ten­dia o que havia aconte­cido com a gente…afi­nal, éramos ami­gos, fervíamos noites e noites em boates gays e como pode um gay se apaix­on­ar por uma mul­h­er?

E a amiz­ade?

Desta forma eles diziam, será que nós não estáva­mos con­fundindo as coisas?

Assim, nin­guém en­ten­dia…! E mesmo nós, mas o fato é que já estáva­mos, juntos há um ano e nos aman­do como loucos, e a cada dia amávamo-nos mais e  mais, e muito mais do que mais!

E ainda obtivéramos a superação das perguntas jocosas, venenosas e o escambau, com tanto veneno!

E, também, perguntas horrorosas como está:

E aí, como se faz? Quem é “o homem” nesta relação… Veja, talvez você possa estar se perguntando:

Como eles puderam aguentar tanto inferno?


Mas a verdade é que …..en­fim….viveríamos a paz…. E vivemos em paz

Até que um colega nosso pre­ci­sou de doadores de sangue pois, iria fazer uma cirur­gia e fomos lá, que bom!!!

Ótima chance de fazer­mos aquele teste de hiv para eu poder começar a to­mar pílu­las…que beleza…poder transar sem cam­isinha…

Não es­tava pronto.

A atendente disse que havia dado “um prob­lema”com a amostra dele e que pre­cis­ava de uma nova coleta…ah…tudo bem, dis­seram que foi ex­cesso de “gordura” no sangue…es­queci disso, mas ele havia fic­ado pre­ocu­pado e fez a nova coleta…

Lem­bro-me como se fosse ho­je… aquela tarde gostosa…eu com um be­lo as­tral e ele chegando com uma cara es­tranha e dizendo que pre­cis­ava falar sério comigo, trancou a porta do quarto e me en­tregou uma carteir­inha…li : era o res­ultado dos ex­ames……. …….não sei o que me deu, não acred­itava…mas es­tava lá… es­crito, por um se­gundo até pas­sou pela minha cabeça que era uma brin­cadeira dele… mas quando vi seus ol­hos per­cebi que não…a primeira coisa que veio a minha cabeça foi per­gun­tar se ele ainda quer­ia se cas­ar comigo…tinha medo que ele quisesse se afastar de mim… nos abraçamos, nos bei­jamos e fize­mos amor…meio que para pro­var para nós mes­mos que nada havia mudado…

Desse dia para frente começou o martírio.

Achava que ele mor­rer­ia amanhã, na primeira gripe… (uma observação de Cláudio: Uma gripe não é o problema. O problema é a queda da contagem de CD4 e o risco de doenças oportunistas, eles estavam mal-informados e, na época, eu também estava começando a aprender) chor­ei e so­fri calada… não po­dia de­saba­far com nin­guém já que ele não quer­ia que nin­guém além de mim, soubesse… fo­ram vári­os testes con­firmatóri­os e eu caí na real que também po­der­ia es­tar con­tam­in­ada.

Já que naquela viajem a Camboriú eu tomei pílu­las e não usam­os cam­isin­has dur­ante os 8 di­as que es­t­ive­mos lá…

Ainda tinha que es­per­ar 4 meses para re­pe­tir o ex­ame (Janela Imunológica de quatro meses naqueles dias)… angústia… só isso que eu sen­tia… … es­tava muito con­fusa e achava que ele so­frer­ia menos se eu es­t­ivesse pos­it­iva também para que ele não fi­cas­se soz­inho e nem se sen­tisse menos que eu…..que bobagem… ainda bem que Deus é sensato e não ouviu meus pe­didos… En­fim… so­fri… e muito… mas come­cei a pesquis­ar sobre AIDS, pro­curava re­port­agens, me in­teressava pelo as­sunto, mas ele… nada. Não tocava no as­sunto… até que en­contrei a sala de HIV da UOL…e tudo mudou… con­heci muita gente…per­cebi que as coisas eram difer­entes… re­cebi muito apoio e con­segui de­saba­far os três anos de dor e angústia que pas­sei, foi só a partir daí que con­segui­mos falar sobre o bichinho sem aquele nó na gar­ganta…

Ho­je, es­tamos óti­mos…eu sou pos­it­iva, es­tou pos­it­iva… menos no sangue, sendo o único lugar que o bichinho não me pegou e ele está ótimo, não pre­cisa to­mar remédio, CV baixa CD4 alto… beleza, muito mais saudável, muito mel­hor do que aquele an­ti­go e des­cuid­ado sor­oneg­at­ivo… e muito mais bonito…

Nota do Ed­it­or, eu mesmo, este estupido idiota!!!

Luna su­m­iu e eu nunca mais soube nada a seu re­speito…

O fato é que nos desen­ten­demos li­geira­mente num mal-fadado en­con­tro onde eu fui rude e acredito que, por isso, ela pas­sou a me evitar.

Uma pena.

Eu e min­has as­neir­as…

Outra Observação.

A Imagem destacada é de Imagem de tohamina no Freepik

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