Blipe viral! 41.000!

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Apareceu um blipe viral, uma súbita e inesperada e inesperável (isso é discutível) elevação na carga viral e, agora, você tem de explicar àquela pessoa sorodivergente, que tanto confiou em você e em seu médico, os porquês de ela ter de esperar por janela imunológica, o pesadelo de tantos, para, depois, fazer um exame pata a presença de HIV.

Agora pense comigo. Ela colocou toda a fé, toda a confiança racional dela no lance da PrEP.

Será que ela conseguirá ser racional, de verdade e autenticamente, nos resultados do teste de HIV?

Tanta gente com bem menos motivos não o conseguem. Imaginem um “blipado”!

Eu não sei!

Este lance, o medo de saber, é algo que tratarei em outra ocasião.

Mas tenham certeza, preferir não saber é preferir morrer, pois, quando se tem sorte (…) você se descobre desenvolvendo um Sarkoma de Kaposi, e os médicos sempre saberão o que dizer e fazer nestes casos.

Retomando, nesta relação, casual ou não, usando a camisinha, ou preservativo, você acaba fazendo algo assim:

Eu desenhei, por assim dizer. Mas quero escrever também.  Apesar de estar a cada dia mais ciente de que escrevo, sim, mas não muito bem. E, sim, para lá de bem mal!!!

Quando você usa o preservativo você quebra a cadeia de transmissão! E eu conheço um raciocínio bastante mesquinho, que tenta contra argumentar com isso:

EU JÁ TENHO AIDS, DANEM-SE AQUELES QUE VIEREM ATÉ A MIM E NÃO QUISEREM USAR. JÁ ME FERREI! DANEM-SE TODOS

Eu discordo dos pensamentos dela, mas defendo ate à morte seu direito de assim o pensar e assim o dizer! (é da escritora inglesa Evelyn Beatrice Hall)

…rogai por NÓS, pecadores….

Foi um ótimo laboratório, pois quando ela disse “eu te amo”! e eu a chamei para conversar, em menos de quatro minutos ela já sabia tudo e, entre perplexa e atônita, quando eu a fiz recordar-se bem de onde e o quanto a protegi ela se lembrou bem, mas mostrou-se completamente mal informada.

Bom.

Ela disse que teria de sair, dar uma volta e, como na música dos Racionais MC’s,m “nunca mais voltou!

Imaginem um cenário destes, com minha silenciosa e comoda obediência ao I=I até, de repente, eu não ser mais Indetectável Mas… Ihhhhhhh (…)

Eu cheguei a registrar 22% de respostas para uma pergunta:

O que você diria, ou como reagiria se, depois de um tempo, tendo tido e mantido relações com uma pessoa que, portadora de HIV, só te disse isso agora?

Vinte dois por cento deles e delas disseram que sentir-se-iam traídas!

E eu não consigo encontrar um só pensamento honesto dentro de mim que possa opor-se, além de qualquer dúvida, sobre as razões e entendimentos deles!

E veja, ela é menor do que aquele triste percentual de 33% das pessoas que se recusariam a trabalhar ao lado de soropositivos, sim! Pura e simplesmente isso, trinta e três por cento das pessoas soronegativas e soro interrogativas se recusariam a trabalhar ao lado de pessoas portadoras de HIV! Ou, testemunhando, “pessoas assim”, “com uma doença assim”!

Quando ela me pediu por apoio para um trabalho escolar, nestes termos, eu tive, necessariamente de ir ao perfil dela e ver, melhor, de quem e do “que” se tratava auxiliar a uma pessoa com uma “!linha e pensamentos assim”. Vamos lá

  • Militante de direita sem saber o que é isso
  • Favorável ao teste semestral de uso de drogas
  • Tem mais coisa, mas como eu, uma pessoa com espírito forte, senti náuseas vou poupar-te tos riscos do vômito, mesmo porque ela “sumiu” ou, como eu dizia, “desapareceu misteriosamente”, depois de ter sido desmascarada de mim para mim, desta forma assim?

Triste coisa é querer bem a quem não sabe perdoar (Renato Russo)

Você entendeu? Eu não apoio certas linhas de pensamento e, ponto número um, eu não tento mudar seus pontos de vista, não de forma ostensiva.

Mas eu faço lá minha meia dúzia de procedimentos. eles resolvem? Me diga você, pois se há uma coisa que eu aprendi e tenho aprendido um pouco mais a cada dia, é o que realmente pensam as pessoas, sim!

Pessoas!

Seres Humanos, humanoides eu diria, com consciência, razão e sentimentos! Agradáveis ou não, se você parar para pensar, você verá que “não vale a pena penar por eles”

E, para que se diga tudo, nem sempre eu fui uma boa pessoa

É preconceito dela? Talvez! Mas ela não vê assim e pense em você dentro de um labirinto de vidro. Havia um destes no Play  Center, naquele que fechou.

Ouvi dizer que reabriria! Mas não sei nada sobre isso! Meu interesse por parques de diversão foi a zero. Pois bem.

Fiquei perdido la por uns 5 minutos, nada resolvia meu problema e o custo de meu sofrimento começou com um soco no vidro.

Na verdade, um soco no vazio, pois não tinha nada ali para ser atingido.

Quando, naquela tarde funesta eu vi o teste de confirmação corroborar o anterior eu me senti assim:

Desorientado, virei para um lado, que já nem importa, tentei dar um passo e dei com a cara no vidro.

Eu retribui o golpe! Se o vidro sentiu o golpe, não demonstrou, minha mão ficou em frangalhos.

Impotente, incapacitado e derrotado, vejo-me agora, de forma muito parecida com o momento em que me descobri HIV positivo. Eu rui por dentro. Pense em um castelo, 1250 quartos, dez andares, bombais, cozinhas e imagine s paredes externas ali, fortíssimas e, por dentro, tudo desabando. Foi assim que fiquei

Surtado eu gritei, chutei e chorei.

Já haviam notado meu desespero e um funcionário, covardemente instruídosobre os segredos da marmota, tirou–me de lá.

Pense assim. Contrair HIV, viver com AIDS é bem parecido com este labirinto de vidro.

Em alguns lugares, apenas espelhos.

Quer ver um lance? Uma coisa difícil de encarar, olhe para isso, clique com o botão direito do mouse, mande abrir em outra guia ou aba. Dê um passeio por lá e, depois, venha aqui me dizer que vale o risco.

Saca só:

https://atomic-temporary-78498171.wpcomstaging.com/2018/11/18/gripe-nao-e-doenca-oportunista-relacionada-a-aids/
Eu adoraria poder ter uma máquina de pinball em casa. Tinha uma da Williams: “Jungle Lord”.

Ou aquela outra, eletromecânica, Golden Rush! Ai ai!!!!

A eterna pergunta….

Expectativa de Vida com HIV é Expectativa de Vida Normal

Mas há momentos em meio a tudo isso que…. Bem no final deste texto eu exporei meu histórico médico

Em alguns momentos de minha tumultuada relação com meu pai, “Rest in Peace”, eu dizia a ele, talvez para tentar explicar algo.

Mas pai, eu quase consegui.

E a eterna resposta:

É fio (…), mas o “quase” não deixou.

Para o velho Souza o Quase era, digamos assim,

Olhando bem….

E onde há incerteza….

Lembrei-me aqui, do primeiro parágrafo de um livro: “Ninja”.

O texto começa assim:

Eu senti tal calafrio que desisti da leitura!

Falando às claras, o que se faz assim, com PrEP é encher o ** destes caras de dinheiro sem uma boa razão para isso. A depender deles, 7 bilhões de pessoas deveriam tomar dois comprimidos por dia, a módicos US$ 1,00 cada, US$ 2,00 ganhos por dia, multiplicados por sete bilhões!

Eu adoro Bang-Bang à Italiana! O ruido das balas ricocheteando, aqueles caras imundos, ha 18 meses sem tomar um banho, com dois revólveres na cintura, cada uma destas armas com uma capacidade de atirtar indefinidamente. Eu creio que contei uns 30 tiros de um só personagem sem uma só parada para recarregar as armas, com munição inesgotável!!!

Um baita AUÊ! Um auê de catorze bilhões de dólares por dia. Você quer fazer mais uma continha?

Faça a ai mesmo, pois eu cansei de penar nisso, pois foi o lance do bang bang à italiana que me deu esta epifania!

Eu tenho um vídeo tape aqui, que preciso restaurar, que registra meu primeira devastadora e humilhante paulada moral, nesta luta em que eu mal sabia de qualquer coisa.

Eu estava para ser garoto propaganda do livro histórias de coragem, totalmente despreparado para o que ia fazer e, na minha primeira declaração, eu deixei claro, claríssimo, em um branco total radiante que era simplesmente impossível, que não dava para segurar que era incontrolável parar a transa para por a camisinha.

Drª Vera Paiva, do NEPAIDS, é uma das mais respeitáveis profissionais de saúde trabalhando, lutando, nem sempre vencendo, mas escrevendo a história de sua vida, de sua luta, como profissional de saúde, na luta contra a AIDS!

Quando eu terminei minha fala, estúpida, diga-se de passagem, ela olhou para a câmera, olhou para mim e fez de mim um mal exemplo. Humilhação em praça pública! Ela disse:

Você já viu um tomate seco? Creio que sim. O que você não viu foi o processamento de secagem do tomate em tempo real, perdendo gota por gota de água a 50.000 frames por segundo! Pois foi assim, bem assim, que fui traulitado pela primeira vez!

Drª Vera, sem queixas. A senhora estava certa, ainda está e sempre estará.

Aceite este pequeno trecho de texto como um agradecimento. Você foi uma das primeiras pessoas a por, em minha mente, a noção da responsabilidade que eu tomei para mim quando registrei, na Brasnic, o domínio “soropositivo.org”.

E eu lhe agradeço publicamente por isso.

Voltando à maldita PrEP e a camisinha, eu tenho de ecoar Drª Vera Paiva! É praticamente ipossível convencer uma menina, uma criança de 15 anos (É CRIANÇA SIM! E O QUE É PIOR, É CRIANÇA QUE FAZ CRIANÇA, DIABOS), a usar um preservativo a cada relação. Pois de relação a relação, criança com dispositivo erétil e criança com dispositivo com propriedades de receptáculo e incubadora começam a “pensar” e, estusiasticamente falando, depois de oito semanas, A e B começam a ver um ao outro como pessoas legais, bacanas, ” QUE NÃO TEM ISSO”, baixam a guarda e param, silenciosa e tacitamente com o uso do preservativo e, pô, quem vê cara não vê AIDS“!

Eu conto. Por ser DJ e viver com a necessidade de contar os tempos musicais, os malditos BPM e os compassos.

Por outro lado, talvez por ter sido morador de rua, duas vezes, eu sinta uma maior empatia pelos que estão em dor e não é incomum que eu aborde uma pessoa com o fito e pelo menos entender como ela chegou até ali.

Isso nem sempre dá bons resultados e se eu não sou espancado em praça pública certamente o é por pena, pois não sou, não mesmo, capaz de me defender com eficiência.

Outro dia eu vi uma moça, um destas crianças que fazem crianças. Na verdade ela me abordou e pediu que eu pagasse um sanduíche a ela.

Eu perguntei: Onde você vai comer?

Aqui, ela disse. – Eu pedi o sanduíche e perguntei seu nome, ela disse um, que nem importa, pois poderia ser falso e eu emendei.

-“Está de quantos meses”?

-“Bem, poderia ser pior, você poderia ter contraído HIV”! E ela emendou, de sem-pulo!

Maldito imbecil sou eu! Mais uma excelente ocasião a se manter em silêncio perdida!

Eu queria que o planeta se abrisse e me engolisse naquele momento infeliz. Por que, com seiscentos mil diabos, eu tive de abrir minha boca?

Paguei a conta, perguntei se eu poderia fazer alguma coisa a mais por ela ela emendou.

Dois reis dá para eu comprar uma pedra. Eu refleti por alguns instantes e pensei em minha própria filha, perdida no crack, olhei para a moça sem nome e sem esperanças e disse:

ISSO, eu não posso fazer contra você, me desculpe. E e afastei, barriga cheia, menti vazia, operando no piloto automático.

Partes destes textos são ilações minhas baseadas em tudo o que aprendo lento, relendo, traduzindo e revisando textos do AIDSMAP , The Body, POZ e outros mais.

Mas muito disso é baseado no que aprendi com a vida, dando me surras e, em outras vezes, mostrando a mim consequências de erros de outras pessoas. Não se iluda. A PrEP não é a melhor opção

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