Sintomas e Tratamentos da Artrite Reumatoide Soropositiva

Uma condição dolorosa e incapacitante

Artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune crônica que afeta principalmente as articulações. O tipo mais comum de AR é a AR soropositiva, na qual uma pessoa com AR tem peptídeo citrulinado anticíclico detectável (anti-CCP) e/ou fator reumatóide (FR) no sangue, anticorpos que podem ajudar a identificar a doença.

Altos níveis de um ou ambos os anticorpos estão associados a maior inflamação e gravidade da doença. Pessoas com AR soronegativa, por outro lado, não apresentam níveis detectáveis de anti-CCP ou FR.

No entanto, ter AR soropositiva não significa perder todas as esperanças. Muitas das opções de tratamento atuais permitem que pessoas com AR — independentemente do tipo — desacelerem a progressão da doença e mantenham uma boa qualidade de vida.

Um número significativo de pessoas com AR é soropositivo. O desenvolvimento da AR, sua gravidade e a soropositividade dependem do fator reumatóide (FR) e das proteínas anti-CCP. Cerca de 70% a 90% das pessoas com AR terão resultado positivo para fator reumatóide.

O FR é um anticorpo produzido pelo sistema imunológico que está associado à inflamação nas articulações. Altos níveis de FR tendem a ser relacionados a condições como AR, embora também possam ser encontrados em outras doenças crônicas. Além disso, o FR pode ser detectável em pessoas saudáveis, enquanto algumas pessoas com AR apresentam níveis normais ou negativos de FR.

Por outro lado, o anti-CCP é mais específico para AR e pode ser detectado muitos anos antes do aparecimento dos sintomas. Assim como o FR, os anticorpos anti-CCP estão associados à inflamação nas articulações e podem contribuir diretamente para o ataque aos tecidos articulares. Um estudo comparativo de 2014 encontrou anticorpos anti-CCP em 69% dos indivíduos com AR.

Embora as causas específicas da AR sejam desconhecidas, acredita-se que a doença esteja relacionada a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. A herdabilidade da AR soropositiva é estimada entre 40% e 65%.

A AR apresenta um conjunto específico de sintomas que podem variar ao longo da vida. Os sintomas podem se intensificar durante as crises da doença e, em outros momentos, entrar em remissão, com poucos ou nenhum sintoma.

Os sintomas específicos da AR incluem:

  • Dor e inchaço nas articulações, especialmente nas mãos e pés.
  • Acometimento de várias articulações.
  • Dor simétrica nas articulações (afetando as mesmas articulações em ambos os lados do corpo).
  • Rigidez matinal que dura 30 minutos ou mais.
  • Deterioração da cartilagem e do osso, visível em radiografias.
  • Desenvolvimento de nódulos reumatóides (caroços firmes sob a pele perto das articulações).

Além disso, outros sintomas comuns em doenças autoimunes incluem:

  • Fadiga crônica.
  • Depressão.
  • Anemia.
  • Dor muscular.

Estudos mostram que pessoas com AR soropositiva tendem a apresentar sintomas mais graves do que aquelas com AR soronegativa, embora isso não seja uma regra. Pessoas com AR soropositiva têm maior probabilidade de desenvolver complicações da doença, como vasculite reumatóide (inflamação dos vasos sanguíneos) e doença pulmonar reumatóide, além de maior risco de comorbidades, como doenças cardiovasculares e depressão.

A AR afeta cerca de 1,3 milhão de pessoas nos Estados Unidos, segundo o American College of Rheumatology. Embora o número total de casos tenha se mantido estável, houve um aumento no número de pessoas com AR soronegativa. Uma análise de 2019 da Clínica Mayo, publicada na revista Annals of the Rheumatic Diseases, mostrou que de 1985 a 1994, apenas 12 em cada 100.000 pessoas com AR eram soronegativas. Esse número aumentou para 20 em cada 100.000 de 2005 a 2014.

Pessoas com AR soronegativa não apresentam FR ou anti-CCP detectáveis. Elas são diagnosticadas com base em outros critérios, como articulações inchadas e alterações radiográficas. Um estudo de 2016 publicado na revista Reumatologia constatou que 38% das pessoas diagnosticadas com AR eram soronegativas. Algumas pessoas com AR soronegativa podem eventualmente se tornar soropositivas, especialmente aquelas com níveis muito baixos de FR ou anti-CCP.

Pesquisas sugerem que a AR soronegativa pode afetar articulações maiores, como pulsos e tornozelos, enquanto a AR soropositiva tende a causar mais danos e incapacidades articulares. Embora a AR soropositiva seja geralmente considerada mais grave, a AR soronegativa também pode causar sintomas graves, como ilustrado por um estudo de 2015 publicado na revista BMC Musculoskeletal Disorders.

Independentemente de ser soropositiva ou soronegativa, as opções de tratamento para AR são as mesmas. O tratamento visa controlar a dor e a inflamação, bem como prevenir danos às articulações. O manejo da AR geralmente inclui:

  • Medicamentos: Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), corticosteróides, DMARDs tradicionais (como metotrexato) e DMARDs biológicos (como abatacept e adalimumabe).
  • Mudanças no estilo de vida: Dietas anti-inflamatórias, exercícios regulares e a interrupção do tabagismo podem ajudar a controlar os sintomas.
  • Terapias complementares: Fisioterapia e terapia ocupacional podem ser úteis para manter as articulações flexíveis e realizar atividades diárias sem sobrecarregar as articulações.
  • Cirurgia: Em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária para restaurar a função das articulações danificadas.

Embora não haja cura para a AR, o diagnóstico e tratamento precoces podem ajudar a retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.