“Meus filhos podem ser testados também?”
Olhei fixamente para ovazio, segurando firmemente meus filhos. Grata por, ao menos, eu era mãe, e a minha preocupação a partir deste momento era com a saúde deles!
Certamente, eles devem ser soropositivos! Eu não poderia imaginar que era possível ter crianças saudáveis após um diagnóstico positivo. Eu podia ouvir o médico falando, ‘não há nenhum modo de testar seus filhos agora porque eles ainda não tem cinco anos de idade’. (nota do tradutor: nem todos os países tem o cuidado necessário com recém nascidos como no Brasil e, em alguns lugares, as crianças só são testadas para o HIV após completarem cinco anos, se viverem tanto)
Não derramei uma lágrima; em estado de choque, deixei o hospital e voltei para casa como um zumbi, para dar a notícia ao meu marido.
Ele era minha única fonte de apoio na época. O estigma era muito alto na minha comunidade e desde que eu não tinha qualquer sintoma físico, não contei a ninguém, além da equipe médica, sobre minha sorologia; este tornou-se o grande segredo da minha vida.
Tudo isto aconteceu no Hospital Mayday. Não recebi qualquer aconselhamento pré-teste e tive que esperar duas semanas para ver um conselheiro mesmo após o diagnóstico! Nenhum especialista clínico de HIV, e eu costumava ver um consultor na clínica de tratamento dos seios. Nomeações de médicos e cuidadores custaram uma longa espera já que não havia tempos específicos alocados e uma sessão de dez minutos com o consultor, se você tivesse sorte.
Ainda bem, porque tudo o que ele fez foi me avisar sobre minha contagem de CD4.
Então me enviam para fazer mais exames de sangue; No laboratório o símbolo temido com um grande sinal vermelho e, no meio as seguintes palavras: ‘altamente infeccioso’. Lembro-me de
Eu me lembro vividamente que em cada consulta que meu CD4 estava diminuindo e com isso a minha vida. Eu não entendia como funcionava, mas a queda constante, foi uma indicação que eu estava enfrentando a morte iminente.
Perto de ponto de ruptura, fui salva pelo serviço nacional AIDS Helpline que dirigiu-me ao Projeto ACE (nota do tradutor: Procurei referência ao referido projeto e, infelizmente, não logrei sucesso em minhas tentativas). Faz um tempo que a organização fechou, mas as pessoas maravilhosas que conheci lá foram minha salvação. Esta foi minha primeira oportunidade de conhecer outras pessoas como eu, também soropositivos.
A maioria eram gays, uma pessoa em particular me inspirou a continuar, e que era soropositivo há 14 anos.
Mesmo que meu GP tinha me dado folhetos sobre Positivamente Reino Unido, eu não tive a coragem de contatá-los; Além disso, no momento, eles estavam localizados na rua Sebastian que parecia tão distante e longe de Croydon, especialmente para quem tem duas crianças pequenas. Mal sabia eu que na época não havia assistência de viagem!
Minha vida mudou drasticamente o dia que eu finalmente enfrentei a situação de forma positiva no Reino Unido.
Mal acredito que já se passaram quase 15 anos desde o meu diagnóstico! Muita coisa mudou, mais complacência, aumento de diagnósticos, opções de tratamento, mas permanece o estigma.
Acredito que por trás de toda nuvem é uma prata forro. Hoje posso dizer que meu diagnóstico foi uma bênção disfarçada, porque me deu a oportunidade de compreender o valor da vida e procurar meu verdadeiro eu.
Não poderia concordar mais com Rhonda Britten em deixar o medo: ‘A adversidade tem o efeito de suscitar talentos que caso contrário ficariam permaneceram dormentes.’ A luta continua, mas agora sei que há muito mais para mim além do HIV
Traduzido e adaptado para o Português do Brasil por Cláudio Souza