Termino de redigir este texto por volta de cinco da manhã.
Na manhã de ontem, 25 de julho de 2023, estive na Clínica Radiológica Santos (CRS) e me senti destratado. Por quê? Bem, é sobre isso que falarei neste primeiro POST após quase dois anos sem publicar.
Somos reféns destas clínicas e hospitais. É muito interessante a introdução deste texto da Agência Nacional de Saúde Suplementar que colocarei no final deste artigo, juntamente com o link que leva para o post em si.
Não é raro, na verdade, é lugar-comum.
O é em toda a parte, e em especial na CRS, e minha indignação não tem limites, que, apesar de chegarmos na Clínica não vinte, mas trinta minutos antes do horário apontado, os problemas começam já na entrada.
Há um cadastramento inicial redundante e demorado, que pede o já dito anteriormente e toma um tempo que não temos, bem o sei.Me incomoda ver três, quatro guichês construídos e perceber, imediatamente, que é pro-forma apenas. No máximo, duas, às vezes uma “colaboradora” ou um “colaborador” (e há razões de sobra para os dois pares de aspas) estão trabalhando. Como sou uma pessoa com uma lista imensa de problemas médicos, rara é a semana que não esteja diante de um médico ou sendo escrutinado em alguma máquina, ou dispositivo qualquer, que está me analisando. Talvez haja um laudo médico em meu notebook. Se houver, o anexarei aqui no final.
Por conta desta frequência exacerbante, frequento esses lugares em horários diversos, algumas vezes acompanhando minha esposa; portanto, a explicação do horário para café e refeições fica mal arranjada e, empregando um termo popular, “não cola”. Em especial para ontem, uma segunda-feira.
E digo mal quando afirmo que os problemas começam na chegada. Começam, muitas vezes, no agendamento e confirmação. No referido caso não houve e-mail, SMS (nem em meu dispositivo, nem no de minha esposa) relembrando data e horário. É tudo muito confuso e quem tem de saber e avisar de protocolos de exames é a empresa, não é minha a responsabilidade em ter este conhecimento.
Liguei e marquei uma tomografia de abdome total e uma ressonância magnética de abdome-total. As duas marcadas em sequência, com a tomografia (que tinha a prescrição de contraste) a ser efetuada antes e a ressonância na sequência. Note que no pedido não existia a recomendação de contraste e minha endocrinologista, Drª Sueli, é uma profissional competente, ciosa, que cuida de mim há quase um ano e já me curou de um sério problema metabólico! Competência não lhe falta e, tenho certeza, não foi erro dela não grafar a necessidade de contraste no pedido de ressonância-magnética. O porquê destas informações, você verá adiante.
Voltando aos problemas, após o moroso cadastro, somos levados ou enviados a uma sala de espera e é cotidiano e rotineiro que o exame atrase trinta minutos, uma hora, algumas vezes mais de duas horas e, não nos restando nada a fazer, pois somos reféns deste sistema perverso, inútil é reclamar, posto que o melhor que você consegue é ser atendido “mais rápido”, apesar do atraso, sendo muita vez colocado adiante de outros que, tornados cordeiros, já não reclamam de nada; é uma forma de acabar com o barulho e atender o “inconveniente”. Estas são as impressões que tenho após anos, anos e anos de insatisfação.
Ontem, quem chegou atrasado, vinte e um minutos, fui eu. Aí apareceram dúvidas.
Após ligarem para o setor técnico, e eu prestando atenção àquela metade da conversa, ouvi algo que foi mais ou menos assim:
— “Seu Cláudio”, o senhor não poderá fazer os dois exames porque (a verdade é que conversaram, em maior parte do tempo da conversação, a respeito de meu horário — meu atraso) porque os dois exames precisam de contraste (Drª Sueli não especificou assim) e a ordem necessária para fazer estes exames é com a tomografia feita antes e a ressonância depois. Os contrastes diferem e o da ressonância não pode ser feito antes do da tomografia.
Eu estava lá justamente para isso e o telefonema discutia os horários, em especial o horário de minha chegada. Eu ESCUTEI, sou DJ e consigo ouvir um garfo caindo no chão em meio a um baile em uma discoteca!
Estou aqui e, afinal, se existe este problema, por que não fui avisado? A responsável (…) pelo setor disse para a recepcionista solicitar a gravação. Arisco, perguntei se era eu quem estava mentindo ali e me foi explicado que era um procedimento administrativo, para efeitos de treinamento.
Estabeleceu-se uma discussão e mais duas, três ligações foram feitas e o que foi auferido é que meu atraso causaria um atraso em cascata, minha ressonância era de uma duração de quarenta minutos e não houve meio de eu fazer este exame.
O que me chama ainda mais à atenção neste incidente é que em momento algum houve um pedido de desculpas; e, pior, a responsável pelo setor (e está comprovado que a cara da boate é o sorriso do porteiro), em certo momento, me olhou com uma expressão “indefinível” e me falou, em um tom que mais caberia a uma adolescente discutindo com seu namorado, assim:
— “TÁ, ENTÃO VOCÊ (!!!) SOBE LÁ E FALA COM O SETOR TÉCNICO”!
Destratado, cansado (logo cedo e já um atendimento ruim já me exaurira), desisti de contornar a situação após esta mesma colaboradora me dar uma escolha de sofia:
— “O SENHOR PODE FAZER UMA OU OUTRA”. A TOMOGRAFIA OU A RESSONÂNCIA? Ela inquiriu.
Literalmente batido “escolhi a ressonância” e disse que chamaria o SAC. Percebi indiferença.
Realizei o exame e encontrei a ilha de excelência no oceano de incompetência e desleixo (Falta de treinamento? Dia ruim para ela, a responsável pelo setor? Não sei…)o técnico em enfermagem que cuidou de mim e a profissional que operou a máquina de ressonância.
E, depois, a responsável pelo SAC que me ouviu e deu razão. Infelizmente, é fato, já não podia mais usar o tomógrafo, por conta das incompatibilidades de contrastes. Se ao menos elas ouvissem a voz da razão e, em uma clínica vazia, começassem os exames mais cedo, posto que este bate-boca durou quase trinta minutos, tempo que obviamente poderia ser utilizado para conduzir o exame.
Enquanto estava na ressonância, em uma clínica literalmente vazia, como se resolvesse muita coisa, a minha ficha de atendimento da tomo, remarcada para QUINTA-FEIRA (tecnicalidades a parte este exame poderia ter sido realizado ontem) “já estava pronta”.
Desta maneira não precisaria “esperar” o cadastro na quinta.
Bem, meus compromissos de quinta-feira de manhã morreram assassinados. Nem sequer tenho certeza de poder ir até lá na quinta.
Mal-atendido, desatendido e desrespeitado, prometi publicar esta reclamação. Não porei imagens posto que minhas normas contratuais com o Wordpress.com não o permite, tendo em vista que já não posso pagar pelo serviço completo. Assim, não posso, também, anexar um laudo atualizado.
Volto afirmar que há vida com HIV, mas determinados centros de saúde, e não escrevi a metade do que deveria escrever aqui, tornam isso bem difícil, assaz cansativo!
Cláudio Souza
Abaixo a lista de prazos e, antes, este esclarecedor link da Agência Nacional de Saúde Suplementar:
https://www.gov.br/ans/pt-br/assuntos/consumidor/prazos-maximos-de-atendimento
Confira os prazos máximos para atendimento:
| Serviços | Prazos máximos de atendimento(em dias úteis) |
| Consulta básica – pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia | 07 (sete) |
| Consulta nas demais especialidades médicas | 14 (catorze) |
| Consulta/ sessão com fonoaudiólogo | 10 (dez) |
| Consulta/ sessão com nutricionista | 10 (dez) |
| Consulta/ sessão com psicólogo | 10 (dez) |
| Consulta/ sessão com terapeuta ocupacional | 10 (dez) |
| Consulta/ sessão com fisioterapeuta | 10 (dez) |
| Consulta/ sessão com enfermeiro obstetra ou obstetriz | 10 (dez) |
| Consulta e procedimentos realizados em consultório/ clínica com cirurgião-dentista | 07 (sete) |
| Serviços de diagnóstico por laboratório de análises clínicas em regime ambulatorial | 03 (três) |
| Demais serviços de diagnóstico e terapia em regime ambulatorial | 10 (dez) |
| Procedimentos de alta complexidade (PAC) | 21 (vinte e um) |
| Atendimento em regime de internação eletiva | 21 (vinte e um) |
| Atendimento em regime de hospital-dia | 10 (dez) |
| Tratamentos antineoplásicos domiciliares de uso oral, incluindo medicamento para o controle de efeitos adversos relacionados ao tratamento e adjuvantes | 10 (dez) cujo fornecimento poderá ser realizado de maneira fracionada por ciclo |
| Tratamentos antineoplásicos ambulatoriais e domiciliares de uso oral, procedimentos radioterápicos para tratamento de câncer e hemoterapia, na qualidade de procedimentos cuja necessidade esteja relacionada à continuidade da assistência prestada em âmbito de internação hospitalar | 10 (dez), cujo fornecimento poderá ser realizado de maneira fracionada por ciclo |
| Urgência e emergência | Imediato |
Comentarios estão fechados
Add Comment