Células CD4 – Macrófagos – Células T

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As orientações previamente descritas nesta página sobre o início da Terapia Antirretroviral (TARV) estavam equivocadas. Na época, esperar que a saúde dos pacientes declinasse até um ponto crítico antes de iniciar o tratamento era considerado normal. Hoje, ao olhar para trás, percebo o quão abominável essa abordagem era. O preço dessa espera foi alto, e, infelizmente, muitas vidas foram perdidas de maneira trágica e irracional.

Felizmente, o estudo START trouxe uma mudança essencial para a medicina, demonstrando que a TARV deve ser iniciada imediatamente após o diagnóstico de HIV. Este documento serve como um testemunho vivo dos erros que a ciência cometeu. Que esta lição fique registrada, pois sabe Deus quantas pessoas morreram devido a essa lógica equivocada.

As células CD4, também chamadas de macrófagos ou células-T auxiliares, desempenham um papel vital na organização da resposta imunológica do corpo. Se compararmos nosso sistema imunológico a um exército, as células CD4 seriam os generais, coordenando a defesa. A contagem dessas células, feita com base em uma pequena amostra de sangue, é utilizada como uma medida da saúde do sistema imunológico, ainda que tal análise tenha suas limitações. O médico costuma referir-se à contagem de CD4 como um número, como por exemplo 498, representando o número de células por mililitro de sangue.

Em pessoas não infectadas pelo HIV, a contagem de CD4 pode variar entre 500 e 1500 células por mililitro. Essa variação também depende de fatores individuais, como gênero, ciclo menstrual e até mesmo hábitos como o uso de contraceptivos orais ou o hábito de fumar. No entanto, esses fatores não parecem influenciar significativamente a resposta imunológica em si.

É importante lembrar que apenas uma pequena fração das células CD4 circula no sangue, com a maioria residindo nos tecidos linfáticos e em órgãos como o baço. Por isso, variações na contagem podem ocorrer naturalmente conforme essas células se movimentam entre o sangue e os tecidos.

Dada essa dinâmica, é fundamental que a contagem de CD4 seja monitorada regularmente, com intervalos curtos entre os exames. Isso permite uma análise mais precisa da evolução do sistema imunológico. Se você não estiver se sentindo bem ou estiver com alguma infecção, como gripe ou herpes, é recomendável adiar a coleta do exame até que sua condição melhore. Caso haja uma variação significativa nos resultados, para cima ou para baixo, peça ao seu médico para repetir o exame, garantindo que não houve erro laboratorial.

Logo após a infecção pelo HIV, é comum que a contagem de CD4 caia drasticamente, antes de se estabilizar. Mesmo que não haja sintomas visíveis, milhões de células CD4 são destruídas e repostas diariamente. Sem tratamento, a contagem continuará a diminuir, enfraquecendo gradualmente a resposta imunológica.

Uma contagem de CD4 entre 200 e 500 indica que o sistema imunológico já sofreu danos significativos. É crucial monitorar a contagem até que se aproxime de 350 células por mililitro de sangue, um nível no qual é altamente recomendável iniciar o tratamento.

O monitoramento regular da

ontagem de CD4 é essencial para tomar decisões informadas sobre o tratamento e garantir o cuidado adequado. No início do tratamento, os exames são mais frequentes, mas à medida que a carga viral se torna indetectável e a contagem de CD4 aumenta, os intervalos entre os exames podem ser ampliados.

  • Contagens de CD4 acima de 350: o tratamento pode não ser imediatamente necessário, mas o monitoramento regular é crucial, especialmente se houver fatores de risco adicionais, como coinfecção por hepatite ou idade avançada.
  • Contagens de CD4 em torno de 350: o início do tratamento é recomendado, pois o sistema imunológico tem maior facilidade para se recuperar nessa faixa.
  • Contagens de CD4 abaixo de 200: é imprescindível iniciar o tratamento imediatamente, além de profilaxia para prevenir infecções oportunistas graves.

O início do tratamento com uma contagem de CD4 próxima a 350 traz benefícios significativos, incluindo a redução do risco de doenças graves e uma recuperação mais eficiente do sistema imunológico. Mesmo que a recuperação completa possa levar meses ou até anos, cada melhoria na contagem de CD4 representa um grande ganho para a saúde.

Além da contagem, alguns médicos monitoram a porcentagem de células CD4 em relação ao total de células brancas do sangue. Embora esse método não seja amplamente utilizado em adultos, pode fornecer informações adicionais sobre a saúde imunológica em casos específicos.

Por fim, nunca subestime a importância de monitorar sua contagem de CD4. Esse exame é uma ferramenta valiosa no tratamento de pessoas vivendo com HIV e na prevenção do avanço da AIDS. O aprendizado contínuo com os erros do passado é o que nos permite melhorar o cuidado de saúde e, acima de tudo, salvar vidas.

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