Desmistificando o Risco de HIV no Sexo Oral: Fatos e Prevenção

É possível contrair o HIV através do sexo oral, embora essa não seja a forma mais comum de transmissão. O sexo oral, que inclui felação (oral-peniana), cunilíngua (oral-vaginal) e anilingus (oral-anal), apresenta um risco significativamente menor de transmissão do HIV em comparação com a relação sexual com penetração, especialmente o sexo anal.

Neste artigo, vamos discutir os fatores de risco envolvidos no sexo oral, as formas de reduzir esses riscos e como você pode proteger a si e a seus parceiros.

Existe uma diferença entre o risco teórico e o risco documentado de contrair HIV através do sexo oral. Embora o risco de infecção por sexo oral seja extremamente baixo, ele não é inexistente. Segundo um estudo dos Centros de Estudos de Prevenção da AIDS da Universidade da Califórnia, a probabilidade de infecção pelo HIV através do sexo oral desprotegido é estatisticamente muito próxima de zero. Contudo, os pesquisadores alertam que não se pode descartar completamente essa possibilidade.

A saliva humana contém substâncias que bloqueiam a capacidade do HIV de causar infecção. Proteínas como a mucina 1 (MUC1) e a aglutinina salivar (SAG) podem tornar o vírus inofensivo. No entanto, fatores como úlceras na boca, gengivas sangrando, feridas genitais ou a presença de outra infecção sexualmente transmissível (IST) podem aumentar significativamente o risco de transmissão.

O risco de contrair HIV através do sexo oral depende do tipo de contato e se a pessoa está desempenhando ou recebendo o ato:

  • Felação receptiva (boca-pênis): O risco é considerado baixo. Entre homens que fazem sexo com homens (HSH), o risco por ato gira em torno de 0,04%.
  • Felação insertiva (pênis-boca): O risco é ainda menor, pois a saliva contém enzimas que podem neutralizar o vírus.
  • Cunilíngua (boca-genitália feminina): A transmissão do HIV é extremamente improvável.
  • Anilingus (boca-ânus): O risco é baixo, principalmente para a pessoa que recebe o ato.

A carga viral do HIV em uma pessoa infectada é o principal fator determinante no risco de transmissão. Quanto maior a carga viral, maior o risco de transmitir o vírus. Outros fatores incluem:

  • Ejaculação durante o sexo oral: Aumenta o risco de transmissão.
  • Cortes ou feridas na boca: Podem permitir que o vírus entre na corrente sanguínea.
  • Presença de outras ISTs: Como sífilis e gonorreia, que podem aumentar o risco de transmissão.
  • Menstruação e infecções como uretrite: Podem aumentar a concentração do HIV nos fluidos corporais.

Evitar atividades sexuais durante surtos de infecções, como herpes, e praticar sexo seguro são as melhores maneiras de minimizar o risco de infecção. O uso de preservativos e barreiras dentais pode oferecer proteção eficaz. Além disso, evitar escovar os dentes ou usar fio dental imediatamente antes do sexo oral pode reduzir o risco de sangramento nas gengivas, que é um fator de risco.

Outras estratégias incluem:

  • Se você é HIV positivo: Tome seus medicamentos conforme prescrito. Manter uma carga viral indetectável praticamente elimina o risco de transmissão.
  • Se você é HIV negativo: Considere a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que pode reduzir o risco de infecção em mais de 90%.
  • Realize exames regulares de HIV e DSTs, especialmente se você tiver múltiplos parceiros sexuais.

Embora o risco de contrair HIV através do sexo oral seja baixo, ele não é inexistente. Praticar sexo seguro, comunicar-se abertamente com seus parceiros e tomar medidas proativas para reduzir o risco são formas essenciais de proteger a sua saúde e a dos outros.

Traduzido e adaptado a partir do texto em What Is the Risk of HIV from Oral Sex?

É fundamental abordar o HIV com clareza e empatia. Falar sobre saúde sexual pode ser desconfortável, mas a honestidade e o cuidado são essenciais para criar um ambiente seguro em relacionamentos.

Informar-se sobre a carga viral e métodos de prevenção, como a profilaxia, é crucial. Dados precisos esclarecem mitos e ajudam a promover a responsabilidade mútua.

Discutir a utilização de preservativos e outras práticas seguras, é essencial. O comprometimento com a saúde do outro fortalece os relacionamentos e a proteção mútua.

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