O custo mensal para manter um bom atendimento (o Centro Corsini é uma referência nacional e internacional no combate e tratamento da AIDS) oscila em torno dos R$ 250.000,00 por mês e a renda com as doações e tudo o que eles conseguem arrecadar chega perto dos R$ 170.000,00 e, naturalmente, a conta não fecha.
Fundado no início da década de 80 do século passado como um centro especializado no tratamento de pessoas com HIV o Centro Corsini abriu, em 1982 uma segunda unidade, um abrigo para crianças soropositivas e é justamente para poder manter este abrigo que o Centro encerrará suas atividades no âmbito de atendimento a pessoas vivendo com HIV ou AIDS – o centro acolhe 20 menores afastados de suas famílias pela Justiça. O presidente da instituição garantiu, no entanto, que nenhum paciente vai ficar sem atendimento de imediato.
A maioria destes menores tem, ao menos, uma condição que determina cuidados especiais, dada a gravidade da doença.
O Ambulatório voltado para o atendimento de pessoas adultas deverá encerrar suas atividades até o final de setembro, quando todos os funcionários serão demitidos e os mais de quinhentos pacientes terão sido encaminhados para outras unidades de tratamento e apoio; entretanto, enquanto não for dado por completa a transição dos pacientes do Corsini para outros centros, o mesmo ainda manterá o programa de entrega de medicação aos pacientes. A prefeitura de Campinas garante que dará atendimento a todos os egressos do Corsini em outros centros de atendimento público
Unicamp informou que já atende mil portadores de HIV e que o hospital está estudando o que pode ser feito em relação aos pacientes do Corsini. O ambulatório de infectologia Celso Pierro disponibiliza 500 atendimentos por mês, as consultas dependem do encaminhamento dos postos de saúde. Já no centro de referência DST/Aids acompanha hoje 3000 pessoas.
Eu, como editor deste site, considero que isso é mais uma consequência da constante banalização da AIDS, que ganhou um perigoso status de doença crônica (sic) e, ao que me parece, baseado no que consigo ver, sinto que as doações tem caído por conta desta perigosa impressão (que inclusive afeta os dados demográficos referentes à população que se contamina com HIV0 de que a AIDS é uma doença que está “sob-controle” (a palavra está hifenizada deliberadamente, para dar a ideia da banalização de um doença que ainda pode matar, que é infecciosa, e que tem atingido, na maior parte das vezes, jovens entre 15 e 24 anos, que não se testam e só virão a descobrir sua sorologia daqui a nove ou dez anos. Isso contradiz o anunciado pelo Brasil, no que tange a atingir o objetivo chamado 90-90-90.
O Brasil que já foi um exemplo planetário no que tange ao tratamento da AIDS como doença e da AIDS como epidemia, vai descendo vergonhosamente neste rank e eu chego a temer pelo meu futuro, em tempo ainda vindouro.
É preciso que todos nós nos mobilizemos para evitar que o fechamento do Centro Corsini seja o prelúdio de uma tragédia antecipada!