Eficácia e efeitos colaterais do Abacavir

Agosto de 2021

O abacavir é um medicamento anti-HIV que reduz a quantidade de vírus no organismo. Os medicamentos anti-HIV, como o abacavir, retardam ou previnem danos no sistema imunitário e reduzem o risco de desenvolver doenças relacionadas com a AIDS.

O abacavir pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores nucleósidos da transcriptase reversa (NRTIs). Esta classe de anti-retrovirais perturba a atividade da enzima transcriptase reversa do HIV, necessária para copiar o código genético do HIV numa forma que possa ser inserida nas células humanas.

Em julho de 1999, o abacavir foi aprovado na União Europeia para utilização em combinação com outros medicamentos anti-HIV. A droga foi licenciada nos Estados Unidos em dezembro de 1998.

As últimas notícias e pesquisas sobre o tratamento do HIV destacam a evolução constante no uso do abacavir.

O abacavir era anteriormente conhecido pelo codinome 1592U89 e pelo nome comercial Ziagen. Versões genéricas estão disponíveis.

Além disso, o abacavir também está disponível em várias combinações:

  • Abacavir/lamivudina: 600 mg de abacavir combinado com 300 mg de lamivudina. Este produto pode ser comercializado como Kivexa na Europa ou Epzicom nos Estados Unidos.
  • Triumeq: 600 mg de abacavir, 300 mg de lamivudina e 50 mg de dolutegravir.
  • Trizivir: Combinação de 300 mg de abacavir, 150 mg de lamivudina e 300 mg de zidovudina.

Estudos clínicos demonstraram que o abacavir pode reduzir a carga viral do HIV e melhorar a função imunitária quando tomado em combinação com outros medicamentos anti-HIV. O abacavir é ativo contra o HIV-1 e o HIV-2.

O abacavir foi licenciado após os resultados de estudos que demonstraram sua eficácia, como o estudo CNA 3003 e o estudo ZODIAC.

O abacavir é recomendado para uso em combinação com lamivudina e dolutegravir. Pode ser tomado com ou sem alimentos, e também está disponível em solução oral para crianças e adultos que não podem ingerir comprimidos.

Os efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, vômitos, letargia e fadiga. Outros efeitos mais graves, embora raros, incluem acidose láctica, síndrome de Stevens-Johnson e pancreatite.

Cerca de 5% das pessoas podem apresentar uma reação de hipersensibilidade ao abacavir. Essa reação está associada ao alelo B*5701, e testes genéticos podem prever essa condição antes do início do tratamento.

Estudos demonstram evidências conflitantes sobre o impacto do abacavir no risco de doenças cardiovasculares, incluindo o estudo D:Ae o estudo SMART.

A resistência ao abacavir pode surgir com o tempo, especialmente em pessoas com resistência a outros NRTIs. Mutações específicas no HIV podem comprometer a eficácia do medicamento.

O abacavir pode interagir com outros medicamentos, como o cloridrato de metadona e o álcool. Monitoramento cuidadoso é recomendado.

O abacavir pode ser usado em crianças e é uma das opções preferidas para o tratamento antirretroviral. Não há evidências de que o abacavir cause danos ao feto, sendo considerado seguro para uso durante a gravidez.

Referências

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Vou converter o texto para o formato de blog, utilizando os cabeçalhos adequados (H2 a H5). Aqui está a formatação que organizei:


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