Entre as neuropatias, sintomas da demência aparecem mais rápido que no Alzheimer.
Por ser “neurotrópico“, ou seja, gostar de neurônios e do sistema nervoso central, o vírus da imunodeficiência adquirida – HIV causa estragos no cérebro dos pacientes HIV positivos. Ele não só infecta, como também impede a adequada função do neurônio (célula responsável por passar os impulsos nervosos) causando os sintomas da chamada demência associada ao HIV ou complexo demência AIDS. De acordo com o neurologista Dr. Denis Bichuetti, trata-se de um comprometimento neurológico causado pelo pp vitus HIV, que destrói as células da glia, responsáveis pela nutrição e sobrevivência do tecido nervoso. As conseqüências podem ser a perda da memória, raciocínio, coordenação motora e, inclusive, alucinações e idéia delirantes. O quadro evolui um pouco mais rápido que a doença de Alzheimer.
Além da demência, existe um grande número de doenças neurológicas associadas ao HIV sendo várias causadas por infecções oportunistas (que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico causada pelo HIV). Dentre elas estão a tuberculose, a criptococose, a toxoplasmose e a LEMP (Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva). Esta última é uma infecção causada pelo vírus JC e seus principais sintomas são perda motora, crises epilépticas e alteração de comportamento, todos ocorrendo de forma subaguda (em semanas).
Para detectar a doença – As técnicas para se diagnosticar o comprometimento neurológico pelo HIV não diferem muito das usadas convencionalmente: Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, coleta de LRC etc. A diferença faz-se no uso de técnicas laboratoriais chamadas sorologias e PCR (exame quantitativo ou de carga viral), que identificam os agentes infecciosos específicos quando a clínica é frustrada e de forma muito mais precoce que por meio de culturas, que podem levar dias ou semanas. A Ressonância Magnética de encéfalo é outro exame necessário que pode mostrar alterações variáveis e inclusive mostrar cicatrizes, mas o resultado dela precisa estar associada ao quadro clínico, aos resultados laboratoriais e de imagem, todos somados. [14]
Progressão e tratamento da demência
Na contaminação pelo HIV, a agressão neurológica ocorre de forma precoce. Mas as manifestações clínicas (sintomas), ocorrem, usualmente, mais tarde. Para a prevenção das doenças, é fundamental um bom controle da carga viral e das células CD4 (as células de defesa atacadas pelo HIV e destruídas para a sua multiplicação no organismo). “O melhor tratamento é o controle do HIV, realizado por um infectologista. Quando os sintomas das doenças neurológicas aparecem, é necessário também o acompanhamento com um neurologista para o tratamento dos sintomas”, afirma o Dr. Denis.
SEGS.com.br
Autor ou Fonte Redatora: PriscilaDadona e Silvia Alves
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