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Lipoatrofia: Definição e Cuidados

by Claudio Souza DJ, Bloqueiro

É a perda de gordura subcutânea, ou seja, a que se encontra logo abaixo da pele. A lipoatrofia pode afetar todo o corpo, mas em geral é mais visível nas pernas, braços, nádegas e principalmente no rosto.

Pode ser prevenida?

As recomendações oficiais para o tratamento e controle das alterações metabólicas de especialistas, espanhóis e internacionais, aconselham evitar os antirretrovirais d4T e AZT.

Caso seja iniciada a ingestão de medicamentos contra o HIV, ou mesmo que já estejam sendo ingeridos, em lugar destes fármacos recomenda-se usar tenofovir (Viread®, e coformulado em Truvada®) ou abacavir (Ziagen®, e coformulado em Kivexa®).

Um estudo observou alguns casos de lipoatrofia leve em pessoas que começavam o tratamento com efavirenz (Sustiva®), embora, por enquanto, não há nenhuma recomendação para que seja utilizado.

 

Pode ser revertida?

Diversos estudos observaram uma certa recuperação de gordura subcutânea nas extremidades quando substituiu-se o d4T ou AZT por abacavir ou tenofovir. É possível que esta estratégia funcione também com outros antirretrovirais.

Do mesmo modo, está sendo pesquisado o benefício que poderiam causar certos fármacos utilizados para tratar a resistência à insulina, como rosiglitazona ou pioglitazona.

Quanto antes for detectada, más fácil poderá ser revertida, pois é muito pouco provável que se possa recuperar toda a gordura perdida quando a lipoatrofia estiver em um estágio já significativo.

Maneiras de saber se você pode estar desenvolvendo lipoatrofia:

  • Controle visualmente os sintomas.
  • Utilize técnicas de medição mais precisas.


Controle visual. Olhe-se no espelho com atenção ou faça fotos com frequência. Caso seja percebida alguma mudança, é importante avisar o médico. Nas visitas periódicas, pergunte a ele se está observando alguma mudança.

O primeiro sintoma no rosto costuma ser que as bochechas afundam-se ligeiramente. Nos braços e pernas, as veias passam a ser mais visíveis.

Testes de medição da gordura. Os postos de saúde possuem dispositivos de medição, utilizados para outros fins, mas que podem também fornecer uma imagem da distribuição da gordura no corpo.

Um deles é a absorciometria de raios X de energia dual (DEXA, em inglês). É utilizada para controlar a densidade mineral óssea em idosos ou pessoas com problemas nos ossos, mas pode medir também a gordura subcutânea.

É útil na detecção precoce da lipoatrofia, principalmente nas pernas e braços, pois pode indicar pequenas mudanças antes mesmo que você as note.

Fazer um scanner DEXA antes de iniciar o tratamento antirretroviral permitirá ver se está havendo mudanças. Na opinião de muitos especialistas, todas as pessoas com HIV deveriam ter acesso a este procedimento, mas muitos postos de saúde não estariam dispostos a implementá-lo, principalmente por questões econômicas.

Classificação da lipoatrofia facial

Um grupo de pesquisadores (no qual se incluem médicos e cirurgiãos) especializados em lipodistrofia, elaborou uma classificação que permite identificar visualmente as mudanças no rosto. Talvez possa ser útil para você.

Classificação Fontdevila

Grau 1

lipoatrofia-facial-grau-2

Leve. A pessoa afetada neste grau apresenta um achatamento dos pômulos – região malar – como consequência da perda da gordura subcutânea –gordura malar –. O efeito seria parecido ao que se observa em uma pessoa magra ou com os pômulos pouco salientes.

Grau 2

lipoatrofia-facial-grau-2

Médio. A perda de la gordura produz um achatamento pronunciado dos pômulos; a pele se adapta à proeminência do osso, o que provoca um afundamento ou depressão na bochecha.


Grau 3

lipoatrofia-facial-grau-3

Grave. Notam-se as mesmas características dos graus 1 e 2 mas, devido à ausência quase total de gordura subcutânea, a pele se adapta ainda mais às estruturas ósseas e musculares, fazendo com que as bochechas se afundem mais que as estruturas anatômicas do rosto sejam visíveis –aspecto esquelético –.

Reparação da lipoatrofia

A lipoatrofia facial pode ser reparada mediante cirurgia e uso de substâncias de preenchimento.

Hoje em dia, na Espanha, tratamentos de reconstrução facial podem ser feitos em clínicas particulares de cirurgia plástica reparadora e estética, e gratuitamente em um número cada vez maior de hospitais públicos. No final deste documento encontra-se uma lista por Comunidades Autônomas.

Se em alguma Comunidade Autônoma não for possível o acesso e o paciente decidir fazer o procedimento em uma clínica privada, é muito importante escolher uma que esteja qualificada e que tenha experiência em cirurgia facial reparadora e na utilização dos produtos de preenchimento.

Preenchimento sintético

Os materiais de preenchimento podem ser de origem autóloga (do próprio paciente), heteróloga (de animais) ou sintética (fabricados em laboratórios).

Para que um produto seja considerado idôneo deve cumprir os seguintes requisitos: não deve ser cancerígeno (provocar câncer), teratógeno (produzir malformações fetais), imunogênico (causar reações de hipersensibilidade ou alergias) ou irritante (deve provocar a mínima inflamação possível). Deve ser esterilizável, com estabilidade química durável e em qualquer localização, e com características físicas similares às do tecido original no qual for implantado. Deve ser durável e não se deslocar a outras regiões distintas.
Por último, deve ser econômico, já que no tratamento da lipoatrofia facial em pessoas com HIV é necessário um volume maior ao que se costuma utilizar nas indicações habituais de cirurgia estética.

Uma das características que melhor define um material de preenchimento é o seu período de permanência no tecido. Neste sentido, os materiais podem ser classificados em: rapidamente reabsorvíveis (ou temporários), lentamente reabsorvíveis (ou semipermanentes) e não reabsorvíveis (ou permanentes).

Existe um consenso bastante generalizado de que os materiais lentamente reabsorvíveis (ou semipermanentes) são mais adequados pois, se surgirem efeitos secundários, serão transitórios, e os resultados não serão definitivos, o que significa que podem ser corrigidos e adaptados em futuras intervenções. O principal inconveniente é o preço elevado, que às vezes se iguala ao dos tratamentos permanentes, mas com o adicional de ter que repetido com certa regularidade.

Os efeitos secundários dos materiais sintéticos podem ser imediatos —normalmente, associados à técnica de implante — ou tardios — relacionados à substância implantada —. Entre os imediatos se incluem eritemas, edemas e possíveis reações alérgicas em função da natureza do produto. Entre os tardios, estão reação inflamatória, reação granulomatosa ou fibrose, reações devido à presença de um corpo estranho e deslocamento do produto a outras zonas.

O gel de poliacrilamida (Aquamid® Reconstruction) é permanente e útil para lipoatrofia de graus 2 e 3. Embora possam ocorrer reações granulomatosas na zona da injeção, estudos realizados em pessoas com HIV mostraram a ausência de complicações com o passar do tempo.

Entre os preenchimentos semipermanentes, destaca-se a hidroxilapatita cálcica (Radiesse®), substância biocompatível e útil para a lipoatrofia de grau 2. Sua aplicação é recente, mas cada vez mais utilizada em pessoas com HIV. É reabsorvida de maneira muito lenta.

Conhecido como New-Fill, o ácido polilático é chamado, na Espanha, Sculptra®. É um material reabsorvível, útil para a lipoatrofia de grau 2 e amplamente utilizado em países como França e Estados Unidos. Em alguns casos, foram desenvolvidos nódulos não visíveis, mas palpáveis, na zona da injeção. Tem como inconveniente a necessidade de realizar múltiplas sessões com intervalos de tempo.

Em algumas clínicas foi utilizado ácido hialurônico. Este gel, utilizado com frequência pela população em geral para reduzir rugas ou aumentar os pômulos, pode apresentar um acabado granulado quando utilizado na reparação da lipoatrofia em pessoas com HIV. Por outro lado, é muito seguro por ser altamente biocompatível.

Em geral, os especialistas consideram que até hoje ainda não foi encontrado um material, sintético ou natural, que garanta a ausência de complicações com resultados estéticos duradouros, mas não permanentes.

Preenchimento com gordura própria

Outra técnica de reconstrução facial consiste em usar a gordura do próprio paciente, chamada gordura autóloga, como material de preenchimento. Isto seria possível nos casos em que se dispõe de uma quantidade suficiente de gordura em outras zonas do corpo, especialmente nas regiões (abdômen, giba de búfalo, peito) em que há maior acumulação.

Uma das vantagens desta técnica reparadora é que o tecido adiposo é um material natural e, portanto biocompatível, versátil, estável, duradouro e de aparência natural.  Esta intervenção, cujo custo no é excessivamente alto, requer um investimento inicial em maquinaria e, como nos outros casos, em formação.  Nos últimos anos, vem sendo realizada com sucesso em um centro de Barcelona.

A quem afeta a lipodistrofia?                 Indice       Hipertrofia: Definicão e Cuidados

 

Edição Original de:

Grupo de Trabalho sobre Tratamentos do HIV (gTt)
Entidade declarada de Utilidade Pública
Calle Sardenya, 259 3º 1ª
08013 Barcelona (Espanha)
www.gtt-vih.org

 

Tradução para o Português do Brasil por:

Raquel Cirne
¡Traducciones con arte!
www.eltesorodepalabras.com
Skype: cirnetrad

raquel@eltesorodepalabras.com

Edição e Montagem:

Claudius el guapissimoCláudio Souza:

SKYPE: tannwander@hotmail.com

Whats App: +5511997080203 (todos os contatos são registrados e permanecem arquivados por três anos)


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