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DST PrEP: Pode funcionar, mas ela é uma boa ideia?

コンドームUma pequena pesquisa piloto com 30 soropositivos homens que tiveram relações sexuais com homens tem mostrado que o consumo de antibióticos no tratamento PrEP provavelmente os tem protegido contra a sífilis. A pesquisa pode ser lida em inglês no link: http://journals.lww.com/stdjournal/Fulltext/2015/02000/Doxycycline_Prophylaxis_to_Reduce_Incident.9.aspx

Embora fosse necessário um maior teste clínico para confirmar que 100 mg de doxiciclina proporcionam, atualmente, uma proteção, a pesquisa mostrou que no meio deste grupo que tem um alto risco  de contrair DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), aqueles que receberam o antibiótico estavam menos propensos a contrair gonorreia, clamídia e especialmente sífilis.

Os voluntários na pesquisa, que eram pacientes do LA LGBT Center (O maior centro mundial de apoio em saúde, cidadania, cultura, apoio jurídico, educação para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, com sede em Los Angeles – EUA), tinham contraído sífilis pelo menos duas vezes por ano desde que tiveram um diagnóstico positivo de HIV. Após serem testados para as três doenças sexualmente transmissíveis no momento da inscrição como voluntários na pesquisa, seguiram-se testes ao longo de 12, 24, 36 e 48 semanas com questionários sobre comportamento de risco.

Metade dos pacientes receberam doxiciclina, e metade dos participantes obtiveram incentivos financeiros para não contrair DSTs. Ainda assim, 15 casos de DSTs (gonorreia, clamídia, sífilis ou uma combinação delas) foram relatados nos que não tomaram medicamento, em oposição a seis casos nos que tomaram doxiciclina. medicine bottleNo grupo dos que não tomaram o medicamento houve sete casos de sífilis em oposição a dois entre os voluntários que receberam o antibiótico.

Não houve relatos de diferenças significativas nos comportamentos dos dois grupos.

Ao grupo que não recebeu medicamento foi lhe ofertado $50, $75 e $100 dólares para permanecer sem DSTs nas correspondentes 12,24 e 36 semanas. Os sujeitos do grupo eram supostamente não usuários de drogas e álcool, com a exceção da metanfetamina cristal , por não influenciar nos resultados da pesquisa.

Com a explosão dos casos de sífilis entre homens que praticam sexo com homens, a ideia do PrEP para DSTs soa promissora para muitos especialistas em prevenção de HIV e DSTs. Porém, o uso de doxiciclina como PrEP faz surgir preocupações entre alguns da comunidade médica e certamente traz controvérsias.

Medicamentos contra a AIDS
Medicamentos para a AIDS – Mera ilustração; há pacientes que tomam mais medicamentos do que o que se mostra nesta imagem e, por outro lado, há soropositivos que tomam muito mais..

“Uma pesquisa de 2009 sobre uma população de 4.376 infectados com HIV, todos homens que fazem sexo com outros homens (categorizados com o uso da sigla MSM- pela comunidade médica internacional), descobriu que 43,6% dos casos de sífilis foram diagnosticados em somente 3,8% dos pacientes desta população”, escreveram os autores. “Baseado nestes dados, é razoável considerar a presença de um grupo central, específico, de soropositivos MSM que desproporcionalmente contribui para a atual epidemia de sífilis e direciona a população para intervenções”.

Muitas Questões Sem Respostas

O Dr Matthew Golden, da Divisão de Doenças Infecciosas e Centro para a AIDS e DSTs na Universidade de Washingtom, escreveu um editorial que está anexo a pesquisa. Você poderá ler o texto em inglês no link http://journals.lww.com/stdjournal/Fulltext/2015/02000/Preexposure_Prophylaxis_to_Prevent_Bacterial.10.aspx.

Ambos estão publicados na edição deste mês do jornal acadêmico Doenças Sexualmente Transmitidas. Golden concluiu que há muitas perguntas sem respostas para que se possa endossar o uso de antibióticos como parte do tratamento PrEP para DSTs.

A própria ideia de usar antibióticos quando não se é muito necessário é quase um tabu atual no meio de cuidados para a saúde. Há dois anos o diretor Tom Frieden, do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, sediado nos Estados Unidos), fez um alerta para o uso excessivo de antibióticos.

“As implicações dessa pesquisa são controversas”, escreveram os autores. “Prestadoras de Saúde, em geral, e talvez especialistas em doenças infecciosas, em particular, não são tipicamente propensos a tratar pacientes com antibióticos a longo prazo, então, para muitos de nós, há uma objeção quase reflexiva à ideia de combater STIs (infeccões sexualmente transmitidas) no PrEP. agente etiológico - representação gráficaContudo, a doxiciclina é usualmente administrada por semanas a meses para significativas, mas não ameaçadoras,  acnes e rosáceas (doenças de pele que causam vermelhidão desigual e inflamações), e por semanas e anos para prevenir malária.”

Recentemente descoberta com o uso de medicações antirretrovirais no tratamento PrEP, o surgimento de tipos de resistência a drogas contra DSTs é possível. Leia a matéria escrita por David Heitz na Healthline, sobre mutações do HIV durante o PrEP, clicando aqui: http://www.healthline.com/health-news/its-possible-to-contract-drug-resistant-hiv-on-prep-020515.

“Bem elaborada” Pesquisa teve Alta Adesão

Em uma declaração a imstilljosh.com (um portal de mídias sociais para o HIV), o Dr Amesh Adalja disse que a pesquisa era “bem elaborada à medida que focou nos indivíduos de alto risco e realmente mediu sua observância, não por um auto-relato, mas por níveis da droga no sangue. Os resultados positivos da pesquisa foram o resultado de sua alta observância- algo muito difícil de alcançar fora de uma população em testes clínicos como prova de falhas no PrEP.”

Adajla, considerado um dos maiores especialistas em doenças infecciosas nos Estados Unidos, passou a ecoar preocupações sobre “o perigo de prescrever antimicrobiais em uma moda profilática enquanto estamos em uma das maiores batalhas contra a resistência a antimicrobiais. Apesar de ser a doxiciclina um velho antibiótico e as preocupações sobre resistência não serem tão grandes, elas existem especialmente para a MRSA (sigla que significa a Resistência da Sífilis a tipos de penicilinas, como a Meticilina, que já foi substituída por penicilinas mais estáveis) onde a droga é usada rotineiramente.

dst 2-214x300O Dr Philip Chan é um professor assistente na Universidade Brown e um especialista em HIV. Ele tem pesquisado sobre o PrEP HIV em Providence- Rhode Island (EEUU), e tem sido um feroz advogado por melhores medidas de prevenção contra infecções sexualmente transmitidas (STIs, em inglês).

Ele disse ao portal imstilljosh.com que a doxiciclina é geralmente segura, embora seja uma droga “barata e de pouca qualidade”. Ele disse que ela custa cerca de $ 4 dólares ao mês junto a alguns planos de saúde. Os efeitos colaterais não vão muito além de um mal estar no estômago.

E embora seja um eficaz tratamento para a sífilis, ele não tem certeza de que a pesquisa piloto de Los Angeles garanta um teste clínico em maior escala. Ele disse que primeiramente é necessário saber mais sobre como a doença é transmitida. ASSISTA: MINUTO VÍDEO- Notícias Barulhentas Que Valem a Pena em Menos de 60 Segundos, clicando aqui: http://www.imstilljosh.com/479-2/top-hiv-videos-aids-awareness/.

Sim, Você Pode Pegar Sífilis com Sexo Oral

O que é sabido é que há uma sinergia entre o HIV e a sífilis que pode ser perigosa e uma ameaça à saúde pública, disse Chain. Pessoas com HIV e as que têm um índice de CD4 (contagem de linfócitos do sangue) abaixo de 350 tem chances maiores de desenvolver estágios mais avançados de sífilis onde a infecção afeta o sistema nervoso central.

E quando alguém já tem sífilis e a lesão está presente, conhecida como Cancro, o HIV é contraído mais facilmente.

Contudo, os autores do editorial observaram que as doenças sexualmente transmissíveis são mais perigosas nas mulheres.

“Como já realçado no editorial, os cálculos dos riscos-benefícios nesse contexto são difíceis porque os homens são afortunadamente poupados de sérias complicações de infecções sexualmente transmitidas, mas o sucesso desses testes piloto deverão despertar mais interesse em pesquisar como o PrEP, junto a outras intervenções, pode ser empregado para controlar a sífilis”, dissecamisinha-contra-dst Adalja.

Chan disse que tanto quanto o HIV, a sífilis foi a uma doença muito estigmatizada em meados do ano 1900. Ele disse que 10% da população dos Estados Unidos contraiu a doença.

Contudo, eventualmente ela se tornou tão rara que em 2006 o governo dos Estados Unidos comentou sobre a possibilidade de erradica-la.

Agora a doença voltou ameaçadora, junto com conceitos equivocados sobre ela, incluindo-se a crença ilusória de que você não pode contraí-la por sexo oral. Você pode obter dados atualizados sobre sífilis dos Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos aqui: http://www.cdc.gov/std/syphilis/STDFact-Syphilis.htm. Por outro lado, você também pode obter informações sobre a sífilis no site do programa Nacional DST/AIDS do Ministério da Saúde do Brasil

“A sífilis é uma daquelas doenças fascinantes”, disse Chan.

Tradução: Márcio Catanho – Bacharel em Letras/ tradutor e revisor.

Contatos: mrcatanho@hotmail.com. 085- 88797627.


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