Ação Anti-AIDSAIDSaidsArtigos de Cláudio SouzaFevereiro de 2017Geraldão

Casa da AIDS: A destruição de um serviço de excelência por Geraldo Alckmin

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Esta é a lista de megalômanos. Se era para ter o nome na placa bastava trocar a placa no prédio da Frei Caneca

Na última sexta feira estive na Casa da AIDS, onde me trato há dezessete anos e, portanto, desde quando a Casa da AIDS era o projeto de excelência em tratamento a portadores de HIV e doentes de AIDS.

Inicialmente, esta criatura, O Governador Eleito Geraldo Alckmin, parece estar governando as nossas vidas no Estado de São Paulo desde o passamento de Mario Covas, um homem digno, com o qual tive a oportunidade de estar por quinze minutos. Este que se elege no primeiro turno em todos os pleitos de forma incompreensível, uma espécie de “Efeito Poltergeist”, fechou a casa da AIDS e nos desterrou para o Emílio Ribas. Para mim a sensação de orfandade.

Cheguei a ficar 4 horas na fila para retirar medicamentos e, pressionado, o vulgo Pastel de Chuchu se viu na necessidade de reabrir a casa da AIDS (há muito mais em torno disso, e eu sei o que é, mas eu não traio a confiança das pessoas que me esclarecem o inesclaressível).

Quero fazer um comentário aqui. Uma vez estive em um dos ambulatórios da Beneficência Portuguesa com um médico com quem me consultava e, depois de eu o ter informado sobre minha sorologia, ele perguntou as taxas básicas de colesterol e de CD4 e Carga Viral e me perguntou onde eu me tratava, e eu disse… na “Casa”, e ele fez o seguinte comentário a respeito Casa da AIDS, ainda não vitimada por este câncer metastático chamado Geraldo Alckmin:

É o melhor centro de tratamento e acolhimento de pessoas vivendo com HIV, bem como um centro avançadíssimo de pesquisas na América do Sul, e eu ainda afirmo que é bem possível que ele seja tudo isso em todo o Hemisfério Sul!

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Eu acho que o Cara nos vê assim. Acho que ele não tem parente ou amigo infectado. Isso se for verdade que coisa de tal naipe constrói família e consolida amizade. Amizade boa é a que financia campanha. Citando o livro “O Perfume”, determinadas criaturas “se encapsulam em si mesmas e arredondam-se, procurando não chamar à atenção sua vida parasitária dando ao mundo apenas os seus excrementos”

O Pastel de chuchu fez o necessário, o possível, o impossível para executar o desnecessário. Não renovou o aluguel de um prédio que pertence a uma empresa respeitável, que fez o que podia, pois sabiam o que acontecia lá, que era importante e que deveria ter permanecido lá.

Eu não sei o porquê do Fernando Haddad ter seu nome na placa da “reinauguração da Casa da AIDS”, completamente desfigurada, para onde muitos dos funcionários importantíssimos no traquejo com os pacientes simplesmente não foram. Eu quero lembrar outra circunstância.

Uma vez eu cheguei à porta da Casa da AIDS completamente exaurido, com dificuldades para subir as escadas e fui visto pela recepcionista a pelo menos vinte metros de mim, a recepcionista me reconheceu, percebeu que eu não estava bem, chamou dois enfermeiros, que já vieram com a cadeira de rodas. Minha pressão arterial estava em 19 * 22 (altíssima e convergente); eu estava à beira de uma parada cardíaca… Minha Médica naqueles tempos era a Drª Sigrid e, muito previdente me prescreveu cerca de 30 gotas de novalgina e a monitoração constante da minha pressão…. Isso levou umas três horas e ela me explicou que se tivesse dado medicação para baixar a pressão, acabaria por faltar sangue no cérebro e eu teria um AVC.

Havia o grupo da adesão, de cujas ações eu mesmo fui beneficiado, quando, depois de um desastroso choque emocional eu simplesmente abandonei o tratamento e tão logo houve a minha consulta e eu não fui, eles me ligaram, carinhosamente, conversaram e eu me reconectei, mesmo que parcialmente à realidade. Eu voltei a entender que me deixar morrer é uma forma passiva de suicídio e…

Se isso tivesse acontecido na semana passada minhas cinzas já estariam na Praça da República, meu lar, “o lar de quem morava andando”… (…)…

O que eu vi na última sexta feira eu vou tentar esboçar aqui com tintas leves e, sinceramente, minha vontade era a de descascar a batatinha e partir para o baixo calão, pois só lá se encontram as palavras que melhor e perfeitamente classificam e qualificam este Troll.

A pessoa era humilde e, infelizmente, sem recursos intelectuais.

O médico dela, um residente, marcou a consulta dela para uma determinada data 180 dias depois. Ele mesmo sabia que a residência dele estava acabando e não avisou.

E a pobre estava lá tentando entender o que ia acontecer, isso na última sexta-feira, dia dezessete de fevereiro de 2017. Ela pediu para falar com a assistente social e ela fora a uma reunião e não voltaria… ops… A Casa da AIDS tem apenas e tão somente uma assistente social? Pois são bem mais de cinco mil pacientes!

Bem, a moça do registro propunha para ela uma outra data, para dali a cinco ou seis meses, num horário em que a paciente precisava estar no trabalho e, se faltasse, correria o risco de ficar sem o emprego…

Eu não vi como isso acabou, mas certamente não acabou bem.

Eu tenho certeza que as pessoas que criaram a Casa da AIDS (Que saudade da Fundação Zerbine) não idealizaram e nem imaginaram que tal coisa poderia via a acontecer, como diz o documento copiado e colado abaixo na íntegra.

Eu acho que ele se mantém no poder mais ou menos assim

 

 

Casa da AIDS (Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes com HIV/AIDS Casa da AIDS)

O que se segue abaixo foi trazido de um dos sites de medicina da USP e pode ser visto neste link, que abre em outra aba do seu navegador

Histórico:

Fundada em 1994, o Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes com HIV/AIDS – Casa da AIDS, é vinculado à Divisão de Clínica de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, referência à assistência multidisciplinar e ensino em HIV/AIDS.

Possui campo para desenvolvimento de atividades de ensino de graduação, pós-graduação (estrito e lato senso), para as áreas médicas e áreas afins.

Estão em acompanhamento 4.000 pacientes. Em 2003 foram realizadas aproximadamente 24.000 consultas médicas em infectologia e 185.000 exames laboratoriais.

Atualmente, realiza atendimento integral ao paciente, oferecendo serviços em infectologia, ginecologia, psiquiatria, obstetrícia, endoscopia, saúde bucal, psicologia, assistente social, nutricionista e educação física. O Serviço possui atendimento aos pacientes em Hospital Dia, farmácia, arquivo de prontuários e Setor de Registro.

Dias/Horário de Atendimento:

O atendimento ambulatorial, pela equipe multiprofissional, funciona das 08:00 as 20:00 hs, de segundas às sextas-feiras.

 

Perfil de Pacientes Atendidos:

Pacientes de alta complexidade e variedade dos problemas físicos, psicológicos e sociais decorrentes da infecção por vírus HIV/AIDS.

Objetivos:

·        Oferecer assistência multidisciplinar aos pacientes com HIV/AIDS, aos seus familiares e parceiros,

·        Desenvolver atividades de pesquisa na área médica e multidisciplinar,

·        Desenvolver atividades de ensino e capacitação profissional e,

·        Prestar serviços à comunidade.

Atividades de ensino:

·        treinamento supervisionado para residentes do 2o e 3o ano do DMIP,

·        treinamento supervisionado aos aprimorandos de psicologia,

·        treinamento supervisionado aos aprimorandos do Serviço Social,

·        pós-graduação – mestrado e doutorado p/ áreas médica e multidisciplinar,

·        estágio supervisionado aos internos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,

 

Atividades de pesquisa:

·        HIV/ADS – prevenção, diagnóstico, tratamento e adesão,

·        Co-infecção,

·        Tuberculose e HIV/AIDS,

·        Saúde da mulher com HIV/AIDS,

·        Saúde mental dos pacientes com HIV/AIDS,

·        Idoso com HIV/AIDS,

·        Disfunções lipo/glicêmica do paciente com HIV/AIDS,

·        Adolescente com HIV/AIDS,

·        Doenças de Chagas e HIV/AIDS,

Equipe Médica:

Diretor: Dra Eliana Battaggia Gutierrez,

Médico Supervisor: Dra Ana Marli Christovan Sartori, Dra Sigrid Sousa Santos e Dra Celia Torrens Wünch,

Coordenador Científico: Dr Aluísio Augusto Cotrim

 

Treinamento e capacitação:

Médico colaborador nas áreas de estudo em cirurgia plástica, co-infecção de Hepatite, ortopedia e acupuntura. Outras áreas de interesse: educação física, siciologia, terapia ocupacional, fisioterapeuta, nutrição, administração hospitalar, farmácia.

Contato:


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1 comment

gustavo_horta 24 de fevereiro de 2017 at 10:29

Com licença?

ASSIM É. PAÍS SEM PUDOR! É o Bacanal Brazzil! É a SURUBA como definiu o líder do governo no Senado, o “Caju”.

https://gustavohorta.wordpress.com/2017/02/24/assim-e-pais-sem-pudor-e-o-bacanal-brazzil-e-a-suruba-como-definiu-o-lider-do-governo-no-senado-o-caju/

“…Para os ricos cada vez mais e mais. O Bacanal Brazzil está aberto e a SURUBA ferve! Encoste-se na parede e proteja eu rabo, se tiver algum jeito. Pior, acho que não tem não!

O QUE VOCÊ ACHA DE MULTIPLICAR ESTE VÍDEO?

VEJA A SEGUIR O CASO-FRAUDE DA PREVIDÊNCIA. ASSIM É. PAÍS SEM PUDOR!…”

https://www.facebook.com/rosacra13/videos/10210450969782640/

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