Hoje meu HIV completa maioridade Final. Há 21 anos, fui diagnosticada HIV+

Esta moça, diagnosticada HIV+ há 18 21 anos é um lembrete a todos:

O diagnóstico reagente não é uma sentença de morte. Eu mão aconselho ninguém, mesmo que “uma só alma” a renunciar à camisinha e eu exorto pessoas soropositivas a não basearem suas “práticas sexuais” a um “I=I”. É bom saber que é assim; mas é necessário lembrar-se que mesmo com carga viral indetectável, pode haver carga viral grande o bastante, no sêmen, que possa contaminar a pessoa com quem você transa, trepa, fode ou faz amor! Não importa o verbo que você conjugue, conjugue-o com preservativo, porque nem para um inimigo se transmite o HIV. E, eu creio, ninguém vai para a cama com uma pessoa que odeia! 

No futuro não muito distante, farei algumas considerações pessoais a respeito de PrEP.

Digamos que eu me interesse por uma coisa chada “BIOÉTICA”!

Eu acordei depois das seis da manhã. Meu namorado está roncando a meu lado. Levantei-me silenciosamente. Deixei a cama quente tomei o meu café acariciando o gato, na cozinha, em silêncio. Lembrei-me de tomar meus remédios. Eles ficam visíveis à mesa na cozinha à vista de todos. Não preciso escondê-los, todas as pessoas com quem convivo sabem que sou soropositiva.

Saí para minha aula de Yoga, como faço todos os dias. Minha sessão foi lenta, como sempre, e tomou quase duas horas, que eu passei tentando manter a atenção em minha respiração. Mas o pensamento: “nossa, ainda estou viva”! “

E este persistiu em aflorar à minha mente. Quem teria acreditado que estaria aqui, ainda…!

E não só viva, bem como forte e saudável? Mais forte e saudável do que quando recebi o meu diagnóstico!

Passei a maior parte do dia no trabalho, e apesar de ser segunda-feira e o frio quase me congelar não pude deixar de sorrir… um sorriso oculto.

O aniversário do meu diagnóstico soropositivo tornou-se o meu dia de celebra o fato de estar viva. O HIV me deu a noção de que saúde e vida são coisas a serem buscadas e valorizadas, me ensinou a cuidar de meu corpo holisticamente.

Uma das coisas que eu penso muito sobre esses dias é como medicação HIV parece ter se tornado a resposta para tudo. A única solução! O fim da AIDS! Mas não da Infecção por HIV, Indetectável não é cura

Se há algo que eu aprendi nos últimos dezoito anos de convivência com o HIV, é que nós somos pessoas que tomamos pílulas.

Remédios de todos os tipos, com mas mais variadas necessidades; às vezes temos de tomar em jejm, outro deles temos de tomar com o ‘estômago cheio’ e assim por diante…

Esta era, mais ou menos, a minha dose mensal de medicamentos. Eu a mostrei para alguém que me perguntou a respeito e eu mostrei uma mais light. Mas, pensando bem, é mais do mesmo, pois eu mostrei a ele a dose diária. Esta é a mensal. E nem tudo esta ai!!!

Para muitos daqueles a quem apoiamos no Positively UK , frequentemente não há comida suficiente, ou um lar estável, onde viver e, às vezes, eles vivem em relacionamentos nos quais não se sentem seguros, com medo de tudo.

Muitas vezes, eles entendem muito pouco sobre o vírus, ou sobre os medicamentos que eles tomam.

Como levar o tratamento de maneira religiosa e diligente, como é necessário que nós, pessoas soropositivas façamos, quando tudo é incerto, ambíguo ou duvidoso?

Enquanto isso, o mantra de que vem de cima é sempre o mesmo:

Estamos em uma crise, não há dinheiro para serviços de apoio. Os orçamentos estão sendo reduzidos os e o acesso aos medicamentos é limitado por preocupações financeiras ou orçamentárias.” Sim, aqui mesmo no Reino Unido, uma das economias mais fortes do mundo isso acontece com freqëencia.

Pobreza, desigualdade e violência ainda conduzem esta epidemia. Quem dera se tivéssemos uma pílula para isso…

Do original em https://hivpolicyspeakup.wordpress.com/2015/02/02/18-years-living-with-hiv

Nota do Editor de Soropositivo Web Site:

Embora no Brasil os antirretrovirais sejam distribuídos gratuitamente, e este texto reflita uma condição específica do Reino Unido, não é difícil estabelecer m paralelo entre este depoimento e a realidade vivida por nós, pessoas soropositivas vivendo no Brasil.

Em locais mais distantes dos grandes centros, e algumas vezes nem tão isolados assim, como por exemplo o Ceará. E há, as vezes, o fracionamento de doses e o paciente, que muitas vezes vem de muito longe, e só consegue obter remédio para quinze dias, por conta de “erros de logística”.

Isso sem contar o preconceito evidente de alguns “servidores”.

Num plus, as prefeituras solapam o direito ao “passe livre” para pessoas soropositivas, a pretexto de nada ou qualquer coisa. Mesmo eu, que vivo em São Paulo, já desisti deste “bilhete” porque é necessário verdadeira epopeia, madrugando e zaranzando daqui para a li e ali para acolá para obter o “benefício”;.

Felizmente, para mim, isso mudou para mim. Hoje eu tenho “passe livre”. O Grande X da questão é o que ocorre comigo e em mim para ter este passe livre….

 

 

Eu também queria uma pílula para estas mazelas sociais… Infelizmente não há… e pouco se pode fazer, a não ser continuar a luta por nossos direitos!

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