Na Holanda, médicos observaram uma taxa de abandono maior que a esperada com a combinação abacavir/dolutegravir

Quase uma em cada sete pessoas em uma população soropositiva holandesa parou o tratamento com o inibidor de integrase de HIV dolutegravir por conta de efeitos colaterais, relataram os pesquisadores dos Países Baixos na edição online da AIDS. Aproximadamente 14% dos pacientes deixaram a terapia com o medicamento em virtude de problemas de tolerabilidade, muito mais elevada do que a taxa vista em ensaios clínicos. Dolutegravir causou duas vezes mais abandonos de terapia quando foi tomado em combinação com abacavir, mas os efeitos colaterais que levaram a uma mudança de tratamento não foram associados ao abacavir.

“Numa clínica da vida ‘real’ do DGV [dolutegravir] utilizando na TARV [terapia anti-retroviral ], observamos que em geral a DGV foi muito bem tolerada pela maioria dos pacientes, mas houve interrupções em um ritmo muito superior ao relatado em ensaios clínicos randomizados e controlados”, comentaram os autores.

Dolutegravir é recomendado para tratamento de primeira linha contra o HIV. O medicamento está disponível em uma combinação num tablet com abacavir e lamivudina Triumeq () e como um comprimido com 50mg em dose única da droga Tivicay (DGV). Dolutegravir está aprovado para o tratamento de pessoas com HIV que nunca tenham tomado tratamento antes (ingênuos para antirretrovirais ) e aqueles que tomaram outro tratamento antes do tratamento (experientes).

Em ensaios clínicos, dolutegravir tinha um potente efeito anti-HIV e ficou demonstrado que é seguro e tolerável, com uma taxa de abandono em 48 semanas de não mais que 2 a 3%.

No entanto, médicos dos Países Baixos observaram que uma proporção significativamente maior de seus pacientes parou com esta terapia com a DGV, do que a taxa observada em ensaios clínicos. Por conseguinte, realizou um estudo para determinar a frequência de sincronização, e razões para o abandono de terapias contendo dolutegravir

A população do estudo foi composta por 556 pessoas em Leiden e Amsterdam que iniciou a terapia com dolutegravir entre 2014 e 2016. A média de idade foi de 48 anos e 66% eram homens que fazem sexo com homens (HSH).

Cerca de um quinto dos pacientes eram ingênuos em TARV (nunca foram submetidos a nenhuma forma de TARV). A combinação de pílula Triumeq foi prescrita para 57% dos pacientes e em todos, 64% estavam tomando dolutegravir em combinação com abacavir.

Um total de 85 pessoas (15%) acabou abandonando os regimes terapêuticos que continham dolutegravir. Em 76 pacientes (14%) houve relato de efeitos colaterais intoleráveis como razão para o abandono. Pacientes nestas modulações terápicas abandonavam o tratamento e média no 73º dias após o início; 95% abandonou no prazo de um ano após iniciar o seu regime contendo dolutegravir

Razões comuns para não tolerar o uso de dolutegravir foram insônia e distúrbios do sono (6%), queixas gastrointestinais (4%) e sintomas neuropsiquiátricos como ansiedade e depressão e psicose (4%). .

Os pacientes foram cerca de duas vezes mais propensos a interromper seus tratamentos quando estavam tomando Dolutegravir em combinação com abacavir (RAR = 1,92%; IC 95%, 1,09-3,38; p = 0,01).

Em contraste, tendo dolutegravir em combinação com um inibidor de protease foi associado com um menor risco de abandono do tratamento (RAR = 0,20; IC 95%, 0,05-0,86; p = 0,03).

Os autores pedem por maiores estudos para determinar a taxa de abandono de tratamento dolutegravir devido a efeitos laterais.

Traduzido por Cláudio Souza do original em Inglês em Doctors in Netherlands observe higher than expected dolutegravir treatment discontinuation rate escrito por Michael Carter Publicado em: 13 de Outubro de 2016. Revisado por Mara de Macedo

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