Carga Viral O que é? Qual é a carga viral?

No Brasil, os exames de CV são realizados com menor frequência, muitas vezes limitados a uma vez por ano. Será que isso é realmente o ideal?

O teste de carga viral mede a quantidade de HIV presente no sangue, sendo um indicador fundamental no monitoramento do tratamento. Há diferentes técnicas utilizadas para isso:

1. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR):
Este método utiliza uma enzima que multiplica o HIV na amostra de sangue. Uma reação química marca o vírus, e os marcadores são então medidos para calcular a quantidade de HIV. Empresas como Roche e Abbott fabricam esse tipo de teste.

2. Método de DNA Ramificado (bDNA):
Este método utiliza uma substância que emite uma “luz” quando se liga às partículas de HIV na amostra de sangue. A quantidade de luz emitida é medida e convertida em uma contagem viral. A Bayer é a principal produtora deste teste.

3. NASBA (Amplificação de Ácido Nucleico):
Este método amplifica proteínas virais para determinar a contagem de HIV. É produzido pela bioMérieux.

Esses testes podem fornecer resultados diferentes para a mesma amostra, devido às variações entre os métodos. Por isso, é importante usar o mesmo tipo de teste ao longo do tempo para acompanhar sua CV com precisão.

A CV é geralmente expressa como o número de cópias do HIV por mililitro de sangue. Testes modernos são extremamente sensíveis, detectando até 20 cópias por mililitro, e os testes ultrassensíveis podem detectar menos de 5 cópias. O objetivo de qualquer tratamento antirretroviral é alcançar uma CV “indetectável”. Isso significa que o vírus está presente em níveis tão baixos que o teste não consegue detectá-lo — o que não significa ausência completa do vírus.

Os testes de carga viral são úteis em várias áreas:

  • Diagnóstico e Prognóstico: O teste de CV ajuda a prever quanto tempo uma pessoa pode permanecer saudável. Quanto maior a carga viral, mais rápida tende a ser a progressão da doença.
  • Prevenção: Uma CV elevada aumenta o risco de transmissão do HIV para outra pessoa. Embora uma carga viral indetectável reduza o risco, a transmissão ainda é possível.
  • Monitoramento da Terapia: A carga viral indica se o tratamento está funcionando. Diretrizes atuais recomendam a medição da carga viral antes do tratamento e novamente após 2 a 8 semanas de início da terapia, para verificar se o tratamento reduziu a carga viral em pelo menos 90%. A CV deve ser monitorada a cada 6 meses em pacientes clinicamente estáveis com uma carga indetectável por 2 a 3 anos.

Blipes de Carga Viral

Pesquisas recentes identificaram fenômenos chamados “blipes” — quando a carga viral de um paciente sobe temporariamente para um nível baixo (normalmente abaixo de 500 cópias) antes de retornar ao estado indetectável. Esses blipes não indicam necessariamente uma falha do tratamento ou resistência ao vírus.

É importante lembrar que apenas cerca de 2% do HIV em seu corpo está presente no sangue. O teste de CV não mede a quantidade de HIV nos tecidos, como linfonodos, baço ou no sistema nervoso. Além disso, resultados de CV podem ser influenciados por infecções ou vacinas recentes, por isso é recomendável evitar o exame nas quatro semanas após qualquer imunização ou infecção.

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