Qual a reação dos pacientes ao diagnóstico de infecção pelo HIV/AIDS e como melhor abordar aqueles que respondem de forma adversa?

É difícil delimitar o que podemos chamar de usual ou adverso na reação de uma pessoa frente a um diagnóstico de HIV/AIDS, por isso todos os pacientes merecem especial atenção neste momento, devendo o resultado ser dado com cuidado e responsabilidade, levando-se em conta a singularidade de cada um.

A reação emocional ao resultado positivo para HIV depende da dinâmica psíquica do indivíduo, anterior ao diagnóstico. Geralmente é vivido pelas pessoas como a marca de sua finitude, como uma sentença de morte com data marcada para muito breve – não só a morte plena mas também a perda de seus sonhos ilimitados do amanhã. É como se estivesse ouvindo pela primeira vez que é um ser mortal, a crença inconsciente em sua imortalidade torna-se ilusão, resta uma realidade paralisadora e angustiante. Surgem temores de discriminação, de abandono e de perdas sociais – estes pela própria percepção da construção social em tomo da AIDS: é o medo de algo real.

Vemos o paciente em um estado de desamparo e desorganização emocional, com sentimentos de culpa, raiva e pânico. Alguns sentem-se impotentes e ficam paralisados em estado de choque. A crença na AIDS/HIV como provocadora de uma morte imediata, entre outros sentimentos do sujeito, pode levá-lo à tentativa de suicídio. Outros ficam ansiosos e maníacos tentando correr contra o tempo. A confusão emocional e a ansiedade podem aparecer também sob a forma de muitas perguntas ao médico, como tentativa de controlar a situação emergente, que precisam, sem dúvida, ser ouvidas e respondidas.

A demonstração de tranqüilidade emocional como reação deve ser verificada se é real ou só aparente, pois pode esconder um estado de choque. É imprescindível tentar perceber o estado emocional do paciente, saber o que ele pensa e sente naquele momento, que significado está sendo dado para esta nova realidade.

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