Sou Soropositiva! A Tal Hora De Contar Que Sou Portadora De HIV!

[su_dropcap style=”flat” size=”5″]S[/su_dropcap]ou Soropositiva! Sim! Tenho HIV! Basta dizer apenas isso. Um mero detalhe, e tudo se distorce….

:oops:

Mnha história é simples e cor­riqueira. Fui con­tam­in­ada pelo meu ex-mar­ido há oito anos. Sou assin­tomática e só descobri o vírus em 1999.

A sep­aração aconte­ceu em 1992.

Desde então, nunca mais o vi, mesmo porque não tive­mos fil­hos.

Mas…

Soube que ele andou me rodeando nos idos de 1994, mas, creio eu, não teve cor­agem de se aprox­i­m­ar. Acredito que foi quando descobriu sua sor­o­pos­it­ivid­ade.

Mais tarde, re­cebi um re­cad­inho in­direto, at­ravés de uma amiga que o en­con­trou cas­u­al­mente na rua, para que eu fizesse um ex­ame anti-HIV.

Gostar­ia que ele tivesse me con­ta­do antes, porque as­sim, eu po­der­ia es­tar me tratando há mais tempo.

Tra­balho na área de educação e, há uns três anos, resolvi es­cre­ver um liv­ro sobre pre­venção da AIDS, di­ri­gido a cri­anças em fase pré-escol­ar; lin­guagem lúdica, simples e in­fant­il.

Pesqui­sei, li, estudei muito sobre o as­sunto e es­crevi a história sempre pensando sou soropositiva, era só um exercício mental….. Eu já era e não sabia….

Tomei os maiores e to­dos os cuid­a­dos quanto à redação para não deix­ar nen­hum tipo de “má-in­ter­pretação”, ideia de pre­con­ceito ou dis­crim­inação, sempre val­or­iz­ando a solid­ar­iedade e a cid­adania. O liv­ro foi ped­ago­gica­mente rev­isto e aprovado, e por essa épo­ca, fiz uma cirur­gia simples. Foi quando descobri­ram a minha sor­o­lo­gia, por iro­nia do des­tino.

Parece que aquele meu tra­balho havia apare­cido na minha vida para me pre­parar à minha própria real­id­ade.

De­pois da minha sep­aração, min­has relações sexuais fo­ram sempre se­gur­as.

Mas – puxa! – como é difícil!

Paixão ime­di­ata, uma loucura, uma vont­ade lou­ca de se ver, de es­tar junto, de se to­car, de se ouvir, aquelas coisas to­das.

A relação foi es­quent­ando até que chegou a “tal hora de con­tar”.

Meu mundo de­s­abou nova­mente como quando descobri o vírus. Foi a minha primeira paixão pós-HIV.

Na hora, ele aceit­ou, disse que não havia prob­lema nen­hum, e aquela balela toda, mas com o cor­rer dos di­as, a distância entre nós foi se tor­nando maior, até que nem nos faláva­mos mais.

Droga de sen­ti­mento de re­jeição.

E es­tou aqui, viva, graças a Deus, um ano de­pois da descoberta, vivendo o mel­hor possível. Assin­tomática, mantenho rig­orosamente meu trata­mento e tra­balho muito p/ pôr em prática pro­je­tos que tenho ini­cia­dos, al­guns ped­agogi­cos, out­ros de 55l.

Am­ari­lis

Por mais que eu me escorce, eu não consigo situar os fatos com exatidão, no tempo e no espaço.

Eu me lembro que em 2003, talvez 2004 eu estava, num dia útil, em Santos e quis arreliar com ela.

Bem, eu pus uma bermuda, eu estava em Santos, uma cidade bem conhecida no litoral da Cidade de São Paulo.

A ideia era simples, era só isso:

-“Enquanto você está aí, trabalhando, ouve este mar? Pois é, eu estou na praia”. Só de onda, depois começaria a conversar com ela, como bons amigos que este texto permitiu…

Voltamos a São Paulo e a Ideia era eu voltar pra vê-la, mas eu ainda era o monstro do lago e não dava conta de tudo isso e, quando eu tive forças suficientes para ir vê-la, Telefonei para o irmão dela e, infelizmente ela tinha partido.

Enfim, pelo que eu ainda me lembro, talvez ela não gostasse que eu a visse assim.

Oque me assusta é que eu via a saber que ela estava com “visão duplicada há quase um ano e, Deus sabe como, ela viajava, guiando, para falar om um médico, um imbecil maldito que diante de um quadro destes, não se lembrou….

Por que ele não pediu uma maldita ressonância magnética?

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