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Jackye, the Bee (faz zum, zum)

Jackie, the bee
Jackye teria sido a mulher de minha vida, se estivesse escrito que ela seria a mulher de minha vida… Não estava…E eu deixei que ela partisse, mesmo porque nada poderia detê-la em sua busca por plenitude!… O fato é que se passaram muitos anos até que eu encontrasse a mulher de minha vida e, para ser franco, encontrei. O Que mais quero para Faz Zum Zum, é que ela tenha encontrado um homem inconformado, capaz de querer mudar o mundo, como eu tento, pois só isso poderia satisfazer esta moça de madeixas encaracoladas, conforme eu vi, num retrato em branco e preto, que ela me mandou por ICQ, numa época em que se precisava de 20 minutos para transferir uma foto! Gosto de pensar que ela está viva, feliz, com seus sobrinhos crescidos, talvez com um filho ou filha, não sei, la na Patagônia, que é um lugar que ela amava tanto. Mas não sei… E a dor que dói mais, é a dor de não saber…

…e parabéns por tua iniciativa e por tua inquietação. Urgh pro acomodamento. Vivas à esperança e à indignação!

A capacidade de se indignar diante do que está torto, do injusto, do que é desumano ainda é o melhor instrumento pra medirmos a grandeza de um ser humano.

Saiba , Claudius, que o teu depoimento sobre tua trajetória foi importante pra mim.

Falo do que li naquela outra lista, não sei se vc contou aqui essa parte de sua história.

Uma história que pode ser de grande ajuda pra quem possa estar se sentindo cansado ou derrotado.

Não na linha “livro de auto-ajuda” cruz credo, como detesto aquelas generalizações.

Mas é a história viva, pulsante, de um ser humano que está aqui, inteirão, de verdade, e nos dá a chance de partilhar de suas alegrias e suas indignações.

Lembrei agora, de um outro depoimento, de um grupo de pessoas, na televisao, há uns 4 anos, acho, ou pouco mais.

Era o grupo GIV. Eu tinha meu exame “reagente” ainda queimando nas mãos.Nao havia ainda o coquetel. O futuro me parecia nenhum ou…muito assustador.

Pouca esperança.

Solidão, meu companheiro morto, medo, uma imensa tristeza que eu escondia e doía ainda mais.

Bem, esse grupo veiculou uma campanha na tv:

Não uma campanha de prevençao, mas de esperança.

Um bolo de aniversário, essas pessoas cantando o parabéns, uma velinha com o número dez.

E no final, a imagem de todos, bonitos e sorridentes , com a legenda:

DEZ ANOS VIVENDO COM HIV!!!

Lembro-me de como me senti, nao sei, acho que como se sente um soterrado quando é resgatado, quando o bombeiro abre aquele buraco nos escombros e o coitado lá embaixo vê a luz do sol.. pode estar quebrado, mas tá vivo !!!

Eu nao pensava que fosse possível, e cá estou…

E tive tanta esperança a partir disso, ver aquelas pessoas me dizendo:

“ei.. nao desistaaaaa!!!”

Meu coraçao pulou no peito qdo vi aquilo na TV.

Eu poderia viver, ver minhas sobrinhas crescerem, sonhar com o futuro, sentir ainda por muito tempo o vento, o sol, a chuva no rosto… Essas privilégios de quem está vivo, aqui, neste planeta…

E esses 30 segundos na TV modificaram o rumo das coisas pra mim.

Foi muito importante.

E logo surgiu o coquetel, que seja lá o que for, está salvando uma geração inteira…

Assim tb foi, pra mim, ler o depoimento do Claudius.

Um super empurrão!!!

Ando tentando e conseguindo, devagarinho, resgatar minha vida profissional( que andou bagunçada) que , justiça seja feita ao pobre HIV, ele fez sua parte ( fazendo dupla comigo mesma contra mim, pq doente fisicamente, nunca estive) mas a outra foi trabalho do FHC e da quadrilha que governa esse país.

E resgatando tb a minha relação com o mundo que andava meio distante: eu cá e o mundo lá…

E tenho tido uma resposta muito boa da vida.

Foi essa resposta que a vida deu ao Claudius, também.

Quando a gente olha pra vida, dá uma chance a ela, ela responde sempre muito lindamente.

E essa inquietaçao do Claudius me contagiou.

Isso sim é contagioso!

Doce contágio… 😉

Aliás, HIV nao é “contagioso”, é infeccioso.

E chato, e feio, e bobo.

Bom… agora vou ler o que vcs andam escrevendo por aqui.

Passarei, no mínimo uma vez por semana.

Mas da maneira como o Claudius me contagiou, é possível que apareça mais vezes…

😉 Abraços…

Nota do Editor.

Faz zum zum apareceu ainda algumas vezes.

Depois, bem, depois ela encontrou algo, não sei ao certo o que, que lhe deu um novo impulso para viver e se afastou da internet.

Lembro-me ainda dela me contando da vez em que pegou um Jipe, sem habilitação e foi até a Patagônia, só pra ver como era lá…

Gosto de pensar que ela está viva, feliz e bem amada, vendo suas sobrinhas crescerem e ainda contagiada pela minha insatisfação com o mundo.

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Claudius

Bee

La vie


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