Vida Longa e HIV

Vida longa e HIV: Não tenha dúvidas! É possível!

Uma vez, alguém me perguntou se eu tinha enlouquecido ao falar que é possível ter uma vida longa sendo portador de HIV. Essa pessoa, que também vive com HIV, já entende bem os desafios da doença. Durante uma conversa rápida, discutimos a longevidade e ele mencionou que sonha em viver até os 130 anos. Esse pensamento me trouxe à mente muitas reflexões.

A expectativa de vida longa para pessoas com HIV é uma realidade alcançável para todos, desde que o diagnóstico seja precoce e o tratamento seguido de forma adequada. Isso é fundamental para evitar que o HIV evolua para AIDS e para prevenir doenças oportunistas.

Estudos recentes, como um realizado no Reino Unido, mostraram que pessoas vivendo com HIV e com boa resposta à terapia antirretroviral (TARV) podem ter uma expectativa de vida similar à da população em geral. Especificamente, um homem de 50 anos, com uma contagem de CD4 acima de 350 e carga viral indetectável, pode esperar viver até os 83 anos. Mulheres na mesma situação podem viver até os 85 anos. No entanto, é importante lembrar que a carga viral indetectável não significa cura.

Para garantir uma vida longa, é essencial que a contagem de CD4 seja restaurada e que a carga viral seja mantida indetectável. Mesmo aqueles com contagens de CD4 mais baixas e cargas virais detectáveis ainda podem viver bem até os 70 anos ou mais, especialmente se seguirem o tratamento adequado.

Eu sempre insisto: Há vida com HIV. Aceitar essa condição e seguir em frente com sua rotina diária, por mais desafiador que seja no início, é o caminho para viver plenamente. A chave é enxergar os recursos disponíveis e mover-se nessa direção, focando em aspirações tangíveis.

O tratamento eficaz contra o HIV reduz a carga viral a níveis indetectáveis, permitindo que o sistema imunológico se recupere. No entanto, mesmo com carga viral indetectável, os exames ainda mostrarão a presença do HIV. Por isso, é crucial um diagnóstico rápido, assim como a testagem regular. Se houver suspeita de exposição ao vírus, a profilaxia pós-exposição (PEP) pode impedir que o HIV se estabeleça, desde que iniciada nas primeiras 72 horas após a exposição.

Pessoas que iniciam o tratamento logo após o diagnóstico têm altas chances de viver bem e alcançar uma expectativa de vida semelhante à de seus pares sem HIV. A adesão ao tratamento é fundamental, e os medicamentos fornecidos pelo SUS são indispensáveis para manter o HIV sob controle.

Apesar dos avanços, é importante lembrar que outras doenças comuns em pessoas sem HIV também podem afetar pessoas vivendo com o vírus, especialmente à medida que envelhecem. Isso inclui problemas cardíacos, câncer, diabetes, pressão alta e depressão. Portanto, o acompanhamento médico regular deve focar não só no controle do HIV, mas também na prevenção dessas condições.

Ainda não há consenso entre os cientistas sobre se o HIV acelera o processo de envelhecimento. No entanto, sabemos que pessoas com HIV têm uma chance um pouco maior de desenvolver certas condições de saúde em comparação com a população em geral. Isso pode incluir doenças cardíacas, problemas ósseos e alguns tipos de câncer. Além disso, os tratamentos mais antigos para o HIV, utilizados nas décadas de 1990 e 2000, podem ter deixado efeitos residuais no colesterol, nos rins e nos ossos.

Por outro lado, o tratamento atual do HIV fortalece o sistema imunológico e ajuda a prevenir muitas doenças relacionadas ao vírus. Manter uma carga viral indetectável é crucial para reduzir os riscos de complicações e garantir uma vida longa e saudável.

À medida que envelhecemos, o tratamento do HIV pode precisar ser ajustado para lidar com mudanças no corpo, como a eficiência reduzida dos rins e do fígado. Além disso, o uso de vários medicamentos para tratar outras condições pode aumentar o risco de interações medicamentosas. Por isso, é fundamental que o tratamento seja regularmente revisado por um médico ou farmacêutico.

A adesão ao tratamento, especialmente para pessoas mais velhas, é essencial para garantir que o HIV continue sob controle. Estudos mostram que, mesmo na terceira idade, o tratamento do HIV funciona bem e ajuda a manter a qualidade de vida.

É um mito que o HIV seja apenas uma doença de jovens. Muitas pessoas são diagnosticadas com HIV em idades avançadas. De fato, 19% das pessoas diagnosticadas com HIV no Reino Unido em 2016 tinham mais de 50 anos. E, graças ao sucesso dos tratamentos, cada vez mais pessoas vivendo com HIV estão envelhecendo e atingindo idades avançadas.

Outro mito comum é que o HIV sempre será o maior problema de saúde para uma pessoa. Embora o HIV sem tratamento seja uma ameaça à vida, com o tratamento correto, ele pode ser relativamente fácil de gerenciar, e outras condições de saúde, como doenças cardíacas e diabetes, podem se tornar mais preocupantes.

Viver com HIV, e viver longamente, é possível. Com os avanços no tratamento e o acompanhamento médico adequado, as pessoas com HIV podem ter uma expectativa de vida próxima à da população geral. É importante manter-se informado, aderir ao tratamento e cuidar da saúde de forma global.

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