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A infecção por HIV é relacionada a uma maior prevalência de doenças associadas ao envelhecimento segundo estudo holandês

A infecção por HIV é relacionada a uma maior prevalência de doenças associadas ao envelhecimento

Também se observou uma maior prevalência dos fatores de risco clássicos dessas patologias neste grupo populacional

The sad drop of blood with yellow HIV virus, biohazard warning sSegundo um estudo holandês, publicado na edição eletrônica da revista Clinical Infectious Diseases, parece existir relação entre a infeção por HIV e um maior risco de padecer várias das doenças associadas ao envelhecimento.

A equipe de pesquisa comparou o risco de padecer doenças cardiovasculares, renais e ósseas entre pessoas com HIV de idade avançada e um grupo controle formado por pessoas soronegativas de características similares. A prevalência dessas patologias associadas ao envelhecimento foi superior no grupo de pessoas com HIV, especialmente no caso de doenças cardiovasculares e renais. Como era de se esperar, encontrou-se uma associação entre a probabilidade de desenvolver estas doenças e a presença de outros fatores de risco mais comumente referidos, mas também associaram a existência de infecção por HIV, com o período de imunossupressão sofrida e com a presença de inflamação sistêmica.

clexane
O quadro inflamatório do HIV resultou, para mim, numa vasculite. A vasculite ampliou meu risco de desenvolver coágulos na circulação sanguínea. Em duas ocasiões eu tive Trombo Embolismo Pulmonar profundo e, se estou vivo, é Graça da Deus, que considerou que ainda não teria chegado ‘ minha hora’. Bem, seguro morreu de velho e no próximo mês de janeiro farei uma pequena cirurgia, parecida com um cateterismo, para instalar um filtro numa veia importante que liga os membros inferiores ao resto do corpo. Isso, infelizmente, não me livrará das duas injeções que tomo diariamente. ms, pelo menos em tese, estarei mais seguro

A prevalência de comorbidade por doenças associadas ao envelhecimento foi significativamente maior entre aquelas pessoas com HIV que a achada no grupo controle. Este fenômeno, também presente naqueles casos de carga viral indetectável, é compatível com as descobertas de pesquisas prévias. Assim, meses atrás foi relacionada uma maior prevalência de síndromes geriátricas com baixas contagens de CD4.

As melhoras no tratamento e a atenção fizeram que a infecção por HIV não impedisse, em muitos casos, atingir uma idade avançada. No entanto, nesses casos parece produzir-se um aparecimentofumando il sigaro precoce das doenças associadas ao envelhecimento. Desconhecem-se os motivos exatos por que isso ocorre, mas entre eles contam os fatores de risco clássicos (tabagismo, obesidade, etc.), os efeitos secundários da terapia antirretroviral, os efeitos inflamatórios da infecção por HIV e o dano provocado pela imunossupressão.

Em 2010, uma equipe de pesquisa localizada em Amsterdam (Holanda), estabeleceu uma coorte para estudar a relação existente entre o HIV e as doenças associadas ao envelhecimento. Sobre essa coorte foi desenvolvido o estudo ora apresentado que comparou, por um período de dois anos, a prevalência de doenças associadas ao envelhecimento entre um grupo de pessoas com infecção por HIV e um grupo controle composto por pessoas soronegativas,  ajustando os resultados de ambos grupos por sexo e idade. Também foram verificados fatores de risco relacionados a um maior risco de comorbidade associada à idade.

A população do estudo incluiu 540 pessoas com HIV  num grupo e 524 pessoas soronegativas no grupo controle. Os grupos foram ajustados por idade, com uma mesma média etária (de 52 anos). A maioria dos participantes eram homens que tinham referido práticas de sexo com outros homens.

Aproximadamente um terço dos participantes com HIV tinham sido diagnosticados anteriormente de aids, mas durante o estudo a prática totalidade estava consumindo terapia antirretroviral e a carga viral era indetectável.

A prevalência de fatores de risco cardiovascular – fumar, alta pressão arterial, índice cintura-cadeira, sedentarismo – foi significativamente maior entre o grupo com HIV do que no grupo controle.

3D golden number 5 - isolated with clipping pathA prevalência total de comorbidade relacionada com a idade também foi significativamente maior entre o grupo de pessoas com HIV do que no grupo controle, com uma prevalência média por participante de 1,3 contra 1,0  (p <0,001). Igualmente, no primeiro grupo a probabilidade de ter várias doenças associadas ao envelhecimento foi significativamente maior (p= 0,009). Esta maior prevalência se deu para todos os grupos de idade considerados (50-55, 60-65, maior de 65). Além disso, o momento de aparecimento de cada doença associada ao envelhecimento em pessoas com HIV foi, aproximadamente, cinco anos anterior ao observado entre aquelas soronegativas.

Considerando cada comorbidade separadamente, a prevalência no grupo de pessoas com HIV também foi significativamente superior em todos os casos, especialmente no caso da hipertensão (45 contra 31%; p <0,001), enfarte de miocárdio (4 contra 2%; p <0,018), doença arterial periférica (3 contra 1%; p <0,008) e disfunção renal  (4 contra 2%; p <0,044).

Também foi encontrada relação entre os fatores de risco tradicionais (idade, tabagismo, historia familiar e índice cintura-cadeira) com maior comorbidade.

A infecção por HIV agiu como fator de risco de forma independente, aumentando o risco de padecer doenças associadas ao envelhecimento em mais de 50% (coeficiente de probabilidade [CP]: 1,58; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 1,23 – 2,03; p <0.001).

Ao observar explicitamente os fatores de risco no grupo com HIV, observou-se um primeiro momento, que um maior período de infecção por HIV (p <0,001), um maior período recebendo tratamento antirretroviral (p<0,001) e um maior período com um contagem de CD4 abaixo de 200 células/mm3 (p <0,001) aumentavam o risco de doenças associadas à idade. No entanto, após a eliminação de possíveis fatores de confusão, só se encontrou estatisticamente significativo o tempo de imunossupressão.

Também se encontrou uma relação entre o risco de comorbidade associada à idade e os marcadores de inflamação. A infecção por HIV é associada com inflamação, ativação do sistema imunitário e alterações na coagulação, considerados habitualmente como causantes de maior comorbidade tanto em pessoas com infecção por HIV como naquelas não infectadas pelo vírus.

O tempo em tratamento em dose completa de ritonavir (Norvir®) se encontrou no limite da significação estatística.

Os autores concluíram que os resultados do estudo apoiariam a hipótese que relaciona a infecção por HIV com o envelhecimento prematuro. Fica como interrogante se isso se deve à forma como o HIV age como um fator de risco agregado aos tradicionais, aumentando a comorbidade total, ou se o HIV age diretamente sobre a própria biologia do envelhecimento.

 

Jesús Damieta – 29/09/2014

Traduzido Por Diana Margarita Sorgato do Original em Espanhol neste link.

norvir
Muitos anos atrás, quando eu morava ainda em outra cidade, passei por uma tremenda dificuldade financeira e acabei tendo a energia elétrica cortada. Eu fui lá e religuei. Ele vieram e cortaram no alto do poste; eu subi na laje e religuei; eles cortaram do outro lado da rua onde passavam fios de alta tensão e eu não arrisquei. Fui até o foro de justiça e consegui um advogado, não sei como, e ele entrou com uma liminar porque eu tomaria (não tomava) norvir e este remédio tinha de ser (como tem mesmo) conservado em geladeira. Passei horas ali, desperado. Quase oito da noite o juiz assinou a liminar e mandou o oficial de justiça na CPFL. Eles religaram a luz e eu fiquei, desempregado, com meses de aluguel atrasado, com a energia elétrica mantida por liminar. Aí veio o apagão. Cortaram minha luz; isso, oito meses depois. Antes de pagar a luz eu tinha de conseguir diunheiro para ter o que comer e Deus sabe o tanto que tive de me virar para isso(!); na época, uma das líderes d Comissão da Mulher Advogada fez uma vaquinha e todo o prédio da OAB em São Paulo se cotizou e os quase R$ 1.000,00 em conta de luz foram pagos. Esta é uma das raras vezes em que recebi ajuda fiduciária de quem quer que seja; lembro-me de ter mandado um email para diversos “famosos” e o pai de um determinado às do volate na formula um respondeu dizendo que sensibilizou-se com meu caso e fez uma doação. US$ 100,00. As dívidas cresceram, o banco utilizou de algum estratagema e a justiça (sic) me levou a TV, o Computador e outras coisas… Nem vale a pena contar o resto! Lembrei-me disso por ver a caixa de norvir; maldita memória. Sabem porque eu estava desempregado? Simples, em 1996 eu consegui sacar meu FGTS por conta da infecção por HIV (naquela época morríamos como moscas e era quase que um ato compassional entregar a um zumbi o seu fundo de garantia pois, afinal, ele não ‘duraria muito’. Quando cheguei na cidade em que morei por três ou quatro anos, consegui um emprego numa loja de computadores, como ‘técinico em harware’ – Hoje eu sei que, naquela época, eu era trocador de peças. Mas trocava bem as peças. Trabalhei dois meses sem registro e, depois deste prazo, eles resolveram me registrar. lembro-me de ter havido muito “zum-zum-zum” com o número do meu NIT, que eles vieram saber comigo se era este mesmo. E eu confirmei que era. Nos registros da CEF constava o código do meu saque do fundo de garantia e ele, indiretamente, infomava que eu saquei o Fundo por conta d AIDS. Uma semana depois fui sumariamente demitido e o que eu consegui na justiça, em dinheiro de agora, não renderia nem R$ 250,00. PQP. A grande sacada foi que eles me “denunciaram na cidade coo _aidético_ e todas as portas da cidade, em lojas de informática se fecharam. Vivi um tempo lá de bicos. Mas em cidade com 300.000 habitantes a coisa mais difícil é se manter de bicos; claro, houve coisas mais sérias, que nem posso mencionar, porque envolvem outras pessoas, mas, em síntese, eu fui expulso de Piracicaba (que se diga tudo) por conta da discriminação a portadores de HIV no mercado de Trabalho, que é uma coisa sistêmica. Eles demitem dez pessoas a título de corte de despesas apenas e tão somente para se livrar da pessoa com AIDS. A coisa é tão séria que cerca de 9 meses atrás eu consegui um emprego numa empresa grande aqui de São Paulo; passei em todos os testes, foram dois dias de lascar. Consegui o cargo. Entreguei todos os meus documentos, preenchi formulários, passei por exame médico e só teria d aguardar a telefonema que indicaria o começo do treinamento; este telefonema não veio em ummês e eu fui lá para ver o que havia. Sabe o que havia, o minha vaga se fechara e eu não seria mais necesário, eles me entregaram todos os documentos e disseram que me chamariam quando precisassem. Never more. Eu sei o que aconteceu, mas não tenho meios para provar!

 

 


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