2 de agosto de 20162016Agosto de 2016ArtigosDoenças oportunistasEditorialFamíliaLésbicasLGBTMulher e AIDSViolência contra a Mulher

Viver uma vida sem culpas, pois fomos eleitos para a felicidade

 

Eu tenho acompanhado com interesse redobrado o que acontece na página “Janela Imunológica, os fatos”. E é bastante preocupante o que vejo, pois vejo um infindável número de homens de todas as orientações sexuais, repletos de dúvidas, medos, receios, crises de ansiedades intermináveis por, muitas vezes, um quase nada. Eu sempre me reporto ao caso do cara, vai cara mesmo, que afirmou “ter praticado sexo oral por um segundo” (e eu reitero: tive uma pena desta moça que, quando viu que a festa ia a começar, acabou…) e que estava preocupadíssimo com o risco de ter contraído HIV. A bem da verdade ele correu o risco de contrair, com muito maiores probabilidades outras doenças sexualmente transmissíveis, tais como a herpes, se a moça estivesse numa crise ainda incipiente em que nem ela saberia estar em crise ou, pior, uma infecção por HPV e Deus poderia, e apenas ele, saber que cepa contraiu. Eu me lembro de ter contraído HPV e tive uma verruga muito feia no corpo do pênis, e que “um amigo” trouxe “um composto” que “queimaria a verruga” e, de fato, foi o que ocorreu. Mas o cheiro…

Bem, eu não quero fazer uma apologia ao sexo desvairado, mas meu pai, que nada me deu, nem mesmo educação, me ensinou, por ocasião da morte da minha avó que, para morrer, basta estar vivo…. E ele, por mais que me custe dar a ele algum crédito (tive, durante toda a minha vida, desde que sai de casa, com doze anos, uma longa história, que será contada no meu livro, a ser lançado em dezembro), ele tem razão!

E não é só isso. Para adoecer gravemente, como o pai de uma antiga namorada, basta enfrentar uma enchente na cidade de São Paulo e, inadvertidamente, entrar em contato com a leptospirose, doença séria, que pode matar em uma questão de dias e, depois? Capri mon cher! C’ est fini! (Está consumado, meu caríssimo Capri!). Estaremos mortos, de uma forma ou de outra, quer queiramos, ou não, como Deus quiser, quando Deus quiser, nas circunstâncias determinadas por Deus, segundo Seu Entendimento e Sua Sabedoria.

Vejam, eu não estou dizendo para vocês transarem sem camisinha. Muito pelo contrário, camisinha é item essencial Dans le sac à main de la Dame et la poche de chemise de “gentleman”, parce que le jour peut toujours être propice et il serait dommage de le perdre par manque d’une chemise de Vénus… (Na bolsa da senhorita e no bolso da camisa do cavalheiro, pois o dia sempre pode ser propício e seria uma pena perde-lo pela falta de uma camisa de Vênus…).

Porque eu insisto: Sua vida vale mais que uma transa, mesmo que a transa seja com a Própria Vênus, de quem eu sou um devedor inadimplente, mas eternamente grato!

Tenha sempre uma camisinha à mão e evite comportamentos de risco. Tem uma publicidade que diz: Se beber, não dirija! Eu edito: Se vai transar, não beba! E, se beber, não transe!

bebados

Vivam suas vidas de maneira a serem felizes. Conheçam uma pessoa e, se acharem que, de comum acordo, querem transar, trepar, fazer amor ou foder, que seja com camisinha.

E, se um dia a coisa se tornar séria, façam, juntos, o teste para o HIV e passem a ser cúmplices um do outro, como uma amiga, Amarílis, que contraiu HIV do marido, depois de ter tido o Espírito de Renúncia, Lealdade e Compreensão de dizer:

Garotas se divertindo
Eu não vejo mal nisso, e não coloco o outro “tipo de casal” porque estas fotos tem um preço e é difícil manter isso do meu bolsode Gloriosa Compreensão de dizer ao marido:
O que há de errado ou vernhoso nisso?
O que há de errado ou vergonhoso nisso?

Amor, se você for fazer alguma coisa fora de casa, com outra mulher, eu não ligo, desde que você use camisinha. E o grandiosíssimo filho da puta não foi capaz de respeitar esta “regrinha básica” de convivência, contraiu HIV, como soy acontecer e transmitiu para a esposa.

Infelizmente, apesar de uma contagem de CD4 muito boa, acima de 800 (a normalidade imunológica de um ser humano adulto oscila entre 500 a 1200 células CD4 por mililitro de sangue) e isso não evitou que ela desenvolvesse um Linfoma, e que eu descobrisse isso da seguinte maneira:

Estava passando um feriado prolongado em Santos e me sentei bem ali, a beira mar, no “final-início” do Canal Dois quando me lembrei dela e pensei em zoar com a cara dela. A minha intenção era dizer, “e aí professora (ela era pedagoga), enfrentando muito diabinho? Pois eu estou na praia! ”

Só que quem atendeu ao telefone foi o irmão dela e ele, contristado (felizmente eu não fiz a piada antes de ouvir a voz dela) que o estado dela era crítico e que “era uma questão de dias, talvez horas”…

E ela era supercuidadosa, tinha me contato que ela fizera, literalmente, a assepsia a casa, colocando redes para evitar a invasão de pequenos insetos, eventuais vetores de doenças e, mesmo assim, morreu, com um quadro não definível como AIDS, vítima de uma doença oportunista que não precisou esperar a contagem de CD4 caísse.

Eu, nas minhas duas últimas contagens tive 1166 e 940. APARENTEMENTE eu estou seguro. Só que não! Pode ocorrer comigo, se Deus assim o quiser, a mesma coisa que aconteceu com a Amarílis (é um link, abre em outra aba e conta a história dela até onde ela pode ver e o que ela não pode prever).

A vida. Eu não sou um médico; mas discuto de igual para igual, se for preciso, com minha médica, e mostrei a ela que o uso de estatinas era vantajoso (isso está aqui no site) para pessoas HIV positivas e ela concedeu-me a receita.

Silhouette of two gay men kissing at the river with reflection at sunset
Silhouette of two gay men kissing at the river with reflection at sunset

A vida, eu venho aprendendo desde que comecei a viver com HIV e, mais focadamente há dezesseis anos, quando comecei este site. É uma sucessão interminável de milagres, tudo concorre para que ela se extingua. Pense no seu coração: É um músculo. Pegue dois pesos de 4KG e ponha um em cada mão e faça três séries de quinze levantamentos e você verá que seus músculo começam a arder, a queimar a tremer e fraquejar e, muita gente, não completa a terceira série de 15; seu coração não goza deste privilégio. Ele não tem o direito de se cansar pois, mesmo que você esteja dormindo (a não ser que você seja um Ninja) seu coração terá de estar batendo, tum-tum, tum-tum uma vez por segundo.

E o cérebro? O cérebro processa o que houve naquela sexta feira encantadora que, eu já devia saber, era o prenúncio do fim (algo tão belo não pode durar… geraria muita inveja, muito ódio, eu sei, e seria extinto, quer fosse na bala quer fosse na garrafada e tenta se livrar daquela perda irreparável de anteontem, transfundida em dor emocional hoje, com direito a lágrima embargada e projeta pesadelos, sonhos, flashbacks, momentos felizes, aquele dia em que você esteve em cárcere privado, sendo torturado para confessar o que não fez, baseando-se tudo em provas circunstanciais (eu confesso que vivi!) E procurar expurgar esta culpa religiosa, que estes Fariseus de agora, usam para vilipendiar o nome do Cristo e de Deus, enquanto servem a Mamom (abre em outra aba) o filho de um famoso pastor de uma destas Igrejas Grandes, com sopão na porta, só conseguiu sair, inteiro, do Love Story, quando ele ainda era na Major Sertório, porque o pai mandou o advogado lá, para passar o cartão. Dizem… notem, eu digo, dizem, que a conta passou de cinquenta mil reais uns quinze anos atrás.

Quando Deus criou o sexo e a energia sexual, as forças genômicas, para garantir a existência do mundo material, essencial para a evolução do espírito e, portanto, está é um a das forças motrizes do Universo e, pela sua função, tem de ser, necessariamente, fabulosa! Rubem Alves diz que a Vida é uma “entidade estética”, e que de nada valem os bips e zumbidos das máquinas tentando impedir o inevitável; morta a capacidade de se apreciar o que é amor e o que é belo, a vida já cessou. Não é bem assim que ele escreve, mas a ideia é esta. Se você deixar de viver apenas porque tem medo de morrer, “you are dead alread”, você já está morto.

OBSERVEM QUE TO BANNER QUE SERVE DE TOPO A ESTE BLOG ESTÁ ESCRITO: HÁ VIDA COM HIV

Eu estou aqui, na décima quinta edição deste texto, são 02:08 e eu comecei isso antes de terminar a tal da “Liberdade, Liberdade”! E é de graça, porque eu não tenho proventos disso. A renda publicitaria do mês que passou foi de US$ 2,00… Um bocadito a más…

Eu faço isso já nem sei porque, acho que é amor, às vezes acho que é vício… o que sei é que estou vivo e preciso produzir ou morreria de tédio

O que eu quero dizer é que vocês têm, sim, o direito de se cuidarem, de usar de todas as precauções necessárias e, entretanto, para viver o prazer e o êxtase que merecemos sentir, vez por outra, teremos de correr algum risco, mesmo que mínimo! Pois… dá vida, só se leva o que se fez e, portanto, é bom que seja bem feito

E… Depois, não entrem na paranoia do exame estar errado. Eu me lembro de alguém que depois de eu ter usado todos os argumentos possíveis e imagináveis (tive uma crise de dermatite seborreica no rosto (stress) ele bloqueou, não sem antes dizer:

EU TENHO AIDS E VOU PROVAR QUE SIM!

Pensei: Danou-se! E eu não duvido! Ele, baseado nesta crença, vai comportar-se de maneira temerária e, crendo estar em “Vendetta sulla vita e sul mondo” | Vingança contra a vida e o mundo, ele estará correndo o risco de se infectar enquanto acredita estar infectando…Que lástima.

Houve outra, esta, completamente louca, em meio aos seus delírios psicóticos, contou-me que tem uma tia que vive de processar empresas, tudo enfim…. e, enfim, ela concluiu, num transporte fantástico, que eu era como a tia dela e que eu queria “levá-la a dizer algo” que me permitisse processá-la! (É cada louc@)

Enfim, façam como o título do texto sugere:

Une vie sans péché, parce que nous avons voté pour être heureux! 

Ou, em bom português:

Viver uma vida sem culpas, pois somos votados para sermos felizes!

 


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