Como ocorre a transmissão vertical e qual é seu real risco?
A transmissão vertical pode ocorrer durante a gravidez, durante o trabalho de parto e o parto e no período pós-natal. Objetivando um melhor planejamento de intervenções têm-se dividido a transmissão vertical em três períodos: intra-uterino, intraparto e pós-parto, através do aleitamento.
Embora seja difícil precisar com exatidão quando a criança se torna infectada, técnicas de laboratório mais sofisticadas, como o PCR e o isolamento do vírus têm sido utilizadas para determinar o tempo provável de transmissão.
Com relação aos mecanismos de transmissão do HIV da mãe para o concepto devem ser considerados:
a) transmissão através da placenta, durante a gestação ou durante o trabalho de parto;
b) exposição ao sangue e/ou secreções durante o trabalho de parto e o parto;
c) através do leite matemo.
O isolamento do HIV em tecidos fetais pós-abortamento e no fluido amniótico leva à conclusão sobre a transmissão intra-uterina. Tal forma de transmissão é mais freqüente no final do que no início da gravidez. Estudos epidemiológicos sugerem que processos inflamatórios e/ou infecciosos do córion e do âmnion, mesmo causados por outros vírus e bactérias, podem facilitar tal tipo de transmissão.
A exposição ao sangue ou secreções maternas durante o trabalho de parto e o parto aumenta o risco de transmissão. Embora alguns estudos de -análise tenham apontado para um menor índice de contaminação do feto quando o parto é realizado através da cesárea, as conclusões sobre qual seria a melhor via de parto ainda não são definitivas. Os estudos analisados tiveram duas limitações: não fizeram distinção entre cesárea eletiva e de urgência e não consideraram os diferentes fatores maternos que pudessem influir nas taxas de transmissão.
Para mulheres com mesmos valores de CD4 a taxa de transmissão é mais elevada nas que tiveram ruptura precoce de membranas por um período de quatro horas ou mais.
Procedimentos invasivos como episiotomia e o uso de escalpes fetais aumentam o risco de contato do concepto com as secreções matemas infectadas, aumentando a possibilidade de infecção.
A transmissão através do leite foi documentada entre mulheres que se tornaram infectadas no pós-parto ou através de transfusões de sangue ou de relações sexuais. O isolamento positivo do vírus no leite matemo confirmou tal hipótese.
A possibilidade de contaminação da criança através do aleitamento materno é de aproximadamente 14%. Caso a infecção aguda matema ocorra durante o aleitamento, tal possibilidade aumenta para 29%.
Alguns fatores como o uso de cigarros, multiplicidade de parceiros, anemia materna poderiam aumentar o risco de transmissão vertical do HIV, segundo alguns estudos. Tais hipóteses necessitam de maior confirmação.
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