Para entender o HPV. Informação nunca é demais

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Para entender o HPV

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Altamente contagioso, o Papilomavírus Humano tem principal disseminação pelo contato sexual. Doença está relacionada ao aparecimento de vários tipos de câncer

Para entender o HPV. Informação nunca é demais IsabelCosta
Para entender o HPV. Informação nunca é demais

O Papilomavírus Humano (HPV) atinge 80% da população sexualmente ativa em algum momento da vida, de acordo com estimativa dos especialistas entrevistados pelo O POVO. A maioria das pessoas, entretanto, nem percebe e o sistema imunológico se encarrega de eliminar a doença do organismo. Mas, em tipos específicos como o 16 e o 18, o vírus é capaz de criar lesões percussoras do câncer. Em especial, a formação de tumores no colo do útero – uma das maiores causas de morte entre as mulheres no Brasil. Como estratégia de prevenção, além do exame papanicolau e do uso de camisinha, o Ministério da Saúde iniciou vacinação para meninas com idade entre 11 e 13 anos. Em 2015, a imunização será oferecida na rede pública para meninas de 9 a 11 anos e, em 2016, para as meninas que completam 9 anos.

 

A campanha, entretanto, causou desconforto entre setores da sociedade que – após receber a imunização – as meninas serão incentivadas a falta de cuidado com o corpo. São muitas as polêmicas (e doenças) em torno do HPV. Além do câncer de colo do útero, o vírus pode desencadear lesões também no pênis, ânus, vulva e pescoço. Segundo Ana Teresa Fernandes, pesquisadora visitante do Laboratório Imunologia e Imunogenética de Doenças Infecciosas (INI-Fiocruz), a infecção acontece por contato direto com a pele ou mucosa infectadas. “Não há necessidade de ato sexual para que aconteça. A principal via é a transmissão sexual, mas podemos incluir o contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital”, diz Ana.

Os tipos 6 e 11 são responsáveis pelos surgimento de verrugas na região genital, conhecidas como “cristas de galo”. Há tratamentos com substâncias químicas aplicadas, como o ácido tricloroacético, que podem ser aplicadas diretamente na lesão, além de compostos de reforço ao sistema imunológico utilizados topicamente. Um dos problemas, segundo a doutora em Ginecologia Márcia Terra Cardial, é a reincidência da doença. “Pode acontecer a volta das verrugas em períodos de baixa imunidade ou quando acontece troca de parceiros. As chances de voltar são maiores nos primeiros dois anos. A pessoa trata, muda de médico, volta a lesão, reclama do medicamento. Mas ela poderá eliminar o vírus do corpo”, explica Márcia, que também é membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

 

Vacinação

A imunização ofertada na rede pública é eficiente contra os quatro tipos – 6, 11, 16 e 18. Existe ainda uma versão bivalente, que protege apenas contra as duas variantes mais agressivas. De acordo com Luísa Lina Villa, professora universitária e diretora do Instituto do HPV, a oferta da vacina para meninas nos primeiros momentos é uma política de governo, pois elas são historicamente mais afetadas pela doença do que os homens. “Elas têm grande desconforto psicológico. Não só o receio da doença, mas o sentimento de culpa. Um mal-estar por ter obtido um vírus criticável pela sociedade. O mal psicológico se torna maior do que a doença em si – que, na maioria  das vezes, pode ser tratada e eliminada”, explica a estudiosa.

 

O recorte de faixa etária feito pelo Ministério da Saúde, no entanto, desagradou quem acha necessário e não vai receber a imunização. Para a estudante Jordana Freitas, 27 anos, a exclusão das meninas com idade superior aos 13 anos é um erro. “Minha irmã tem 14 anos e não pode receber a vacina, por apenas um ano de diferença. Sei que é uma imunização importante, pois é um dos meios para prevenir o câncer de colo do útero. Eles deveriam ampliar para, pelo menos, as garotas com 15 anos”, afirma Jordana. Neste domingo, o Ciência & Saúde vai falar sobre as estratégias de prevenção, a polêmica da vacina e os riscos da doença. Boa leitura!

Números

 

15.590 casos de câncer no colo do útero são estimados no Brasil para o ano de 2014, segundo o Inca

 

15 milhões de doses da vacina foram adquiridas pelo Ministério da Saúde, segundo informação da pasta

 

80% da população sexualmente ativa é atingida pelo HPV em algum momento, segundo estimativa dos especialistas


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