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05/DEZEMBRO/07 |
Salvador é a terceira capital do país em casos de tuberculose
Ação educativa na Piedade marca dia municipal de luta contra a doença
Camila Vieira
Salvador é a terceira capital do país em número de casos de tuberculose e uma das cidades que o Ministério da Saúde considera prioritária na luta contra a doença. A cada ano, são notificados em média três mil casos na capital baiana. Diante dos índices e da necessidade de mobilizar a população contra a doença, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e seus parceiros do Fórum Baiano de Combate à Tuberculose realizaram, ontem, Dia Municipal de Luta Contra a Tuberculose, uma ação educativa na Praça da Piedade.
Profissionais de saúde distribuíram material informativo e prestaram esclarecimentos à população sobre como evitar e curar a tuberculose, que tem tratamento nos postos municipais de saúde integrados ao Programa de Controle da Tuberculose (PCT), inclusive com medicação gratuita. As pessoas também foram alertadas sobre a importância de não interromper o tratamento pelo menos durante seis meses, período estimado para cura da doença.
Curada da tuberculose há 15 anos, a agente de turismo Vanessa Barbosa, 29 anos, lembrou como foi difícil lidar com a doença, que lhe acometeu ainda na adolescência. “Eu era garota e foi bem complicado. Era uma tosse horrível que dava até vergonha das amigas. Mas, graças a Deus, segui religiosamente o tratamento e fiquei boa”, contou.
Ao contrário de Vanessa, que conhece todo sofrimento da patologia, a dona de casa Meire de Jesus, 41 anos, parou na Praça da Piedade para buscar maiores informações já que o pai sofre de uma tosse persistente. “Vim saber mais sobre a tuberculose por que acho que ele está doente e não quer se tratar”, contou.
Questões sociais – A coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose na SMS, Rosana Fialho, esclarece que a patologia geralmente está associada a questões sociais, que vão desde à carência alimentar, moradia e higiene precárias. Portadores de doenças imunodeprimíveis, principalmente a Aids, também estão mais suscetíveis à tuberculose. Rosana alerta que é preciso ficar atento para os casos de tosse persistente há mais de três semanas – um dos sintomas da tuberculose pulmonar.
“Nestas situações é necessário que a pessoa procure um posto de saúde mais próximo para realizar a baciloscopia (exame de escarro) para confirmar a doença”, recomendou. Entre os sintomas estão também a presença de febre, principalmente no final de tarde, perda de peso e sangue no escarro.
A sanitarista reforça que, ao perceber algum destes sintomas, a pessoa deve dirigir-se à unidade de saúde mais próxima. Se for diagnosticado a tuberculose, o tratamento dura em média seis meses. “É muito importante que a vítima persista e não abandone a medicação aos primeiros sinais de melhora. A cura só é possível com a continuidade do tratamento”.
Enfermidade presente desde a antiguidade
Doença muito antiga, a tuberculose é provocada por um micróbio chamado bacilo de Koch e acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos. A história guarda relatos de médicos da Grécia e de Roma antigas sobre a presença da doença. Estudos recentes detectaram também sinais da doença em múmias do antigo Egito. Apesar de todo esse tempo, o micróbio que provoca a tuberculose só foi descoberto e identificado, na segunda metade do século XIX, pelo pesquisador alemão Robert Koch, em 1882. Daí o nome bacilo de Koch.
Os primeiros medicamentos capazes de enfrentar o bacilo de Koch com sucesso surgiram em 1944, 62 anos depois de sua identificação. Hoje, a tuberculose é uma doença que pode ser curada completamente com tratamento realizado à base de medicamentos, que são fornecidos gratuitamente nos postos de saúde. A mobilização contou ainda com o apoio da Fundação José Silveira, Voluntárias Sociais da Bahia e Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), através do Hospital Octávio Mangabeira e Laboratório Central da Bahia (Lacen).
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