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Quais são as manifestações psiquiátricas mais comuns nos soropositivos?

by Claudio Souza DJ, Bloqueiro
Este é o simbolo d lua contra a AIDS

Símbolo da luta contra a AIDS que, no Brasil, só é lembrada no carnaval e em 1º de dezembro

A AIDS tem-se tomado objeto de grande interesse por parte de psiquiatras e psicólogos essencialmente por duas razões: o tropismo do vírus pelo sistema nervoso central (SNC) e o dramático impacto psicológico do diagnóstico e da evolução da infecção nos indivíduos afetados. Acrescenta-se a estes fatores o fato dos pacientes comumente serem jovens, pertencerem a grupos estigmatizados e marginalizados socialmente. Diante disso formaram-se duas grandes áreas de interesse. A primeira situa-se nos limites da psiquiatria e neurologia e tem como foco de interesse as conseqüências clínicas da ação do HIV no cérebro. A segunda situa-se nos limites entre a psiquiatria e a psicologia e estuda as reações agudas ao estresse e as reações de ajustamento em indivíduos infectados.

O neurotropismo do vírus pode ser confirmado pelo achado de alterações patológicas no SNC e periférico em autópsias de mais de 90% dos indivíduos que morrem por AIDS. Na verdade, os sinais de invasão do SNC podiam ser detectados antes da morte dos pacientes. Desde o início da epidemia, os profissionais que cuidavam destes pacientes observaram e descreveram uma síndrome caracterizada por depressão, apatia, isolamento social que freqüentemente associava-se à AIDS e foi inicialmente compreendida como conseqüência psicológica “natural” de apresentar AIDS. Rapidamente, no entanto, levantou-se a suspeita de que esta síndrome tivesse etiologia orgânica.

Em 1987, em reconhecimento à prevalência e a gravidade das alterações neuropsiquiátricas relacionadas à AIDS, o Centerfor Disease Control and Prevention (CDC) – órgão dos Estados Unidos que centraliza as normas e ações relacionadas às doenças – acrescentou as alterações neuropsiquiátricas aos critérios dos distúrbios que definem a AIDS.

Antes da discussão dos quadros psiquiátricos mais comumente encontrados nos pacientes infectados, é importante ressaltar que o médico deve sempre atentar ao fato que esta doença é causada por um vírus neurotrópico que invade precocemente o SNC e pode, devido a esta invasão, provocar várias síndromes psiquiátricas. Por outro lado, o impacto psicossocial da doença também é muito grande, podendo propiciar o aparecimento de sintomas psiquiátricos. Durante uma avaliação, deve-se levar em conta estes dois aspectos visando obter um diagnóstico mais completo e preciso.

Os quadros psiquiátricos mais freqüentes nesta população são: alterações do humor (especialmente os quadros depressivos), síndromes ansiosas, delirium e demência. Outros quadros menos freqüentes são: psicoses e efeitos colaterais de drogas (AZT, ganciclovir, esteroides, entre outros) utilizadas no tratamento da infecção pelo HIV e condições oportunistas.

A investigação de distúrbios psiquiátricos nesta população é sempre um exercício de elaboração de diagnósticos diferenciais. Na abordagem do paciente, deve-se avaliar os vários fatores associados à doença.

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