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Carolina Piñones compartilhou a publicação de Coletivo Feminista Eflch.

por Claudio Souza DJ, Bloqueiro
Publicado Atualizado em 0 Comentários 706 visualizações 6 minutos leitura

Coletivo Feminista Eflch

NOTA DE REPÚDIO – ATUALIZADA

violencia de generoO Coletivo Feminista EFLCH vem por meio desta nota repudiar o caso de estupro ocorrido no IV InterUnifesp, evento promovido pela Liga das Atléticas da Universidade Federal de São Paulo nos dias 20 a 23 de novembro.

Um estudante¹ de economia, 2º termo, noturno, da EPPEN, praticou abuso psicológico e estupro de vulnerável conta a estudante Maria*, EFLCH, de acordo com relato da vítima² e testemunhas. O agressor alega inocência e desconhecimento da vítima, porém testemunhas afirmam tê-lo visto com a estudante durante o evento, inclusive na barraca de Maria*.

Manifestamos aqui total repúdio a qualquer tipo de violência contra a mulher, principalmente em situação de vulnerabilidade, e nos colocamos à disposição da estudante para todo o apoio necessário e solidariedade, frente a esta situação de violência. Numa sociedade em que a opressão contra a mulher ainda não foi superada, que uma mulher sofre algum tipo de violência a cada 6 minutos, e que esse tipo de violência é institucionalizada e silenciada em todos os ambientes inclusive universidades, é essencial que as organizações e entidades estudantis atuem de forma conjunta para combatê-la. Não é aceitável que frente a um caso desse tipo, entidades como a Atlética de Osasco e a Liga das Atléticas da Unifesp se omitam sob nenhuma justificativa.

Esclarecemos também que o Coletivo EPPEN Feminista retirou seu apoio a causa. Entendemos o pedido como um reflexo do machismo manifestado através do medo, vemos essa capitulação como fruto de uma intimidação machista mas não podemos nos calar diante de uma situação como esta. Assim, convocamos todo o movimento estudantil a se posicionar no sentido de defender a liberdade da mulher em qualquer espaço. A nossa luta é para garantir a segurança de todas as mulheres, é pra que tenhamos condições de frequentar espaços de convivência sem medo de quem está ao lado, de quem parece gentil, de quem está na barraca mais próxima .
Não se cale! Você, mulher, que sofreu qualquer tipo de violência, física ou psicológica, denuncie! Nenhum agressor merece a impunidade e nenhum caso deve ser silenciado! A denuncia, seja formal ou não, passa pelo empoderamento da luta e o fortalecimento de todas nós! E a culpa nunca é da mulher. Nenhuma fica pra trás! Mexeu com uma, mexeu com TODAS!

¹Após pedidos da vítima, retiramos o nome do agressor da nota, para que as pressões psicológicas sobre ela acabem, mas reiteramos que NENHUM AGRESSOR MERECE ANONIMATO, e que nenhuma pressão contra nós individualmente e enquanto coletivo irá nos fazer parar, e as providências continuam sendo tomadas.

²SEGUE O RELATO DE MARIA*:
“Enquanto estava numa roda de amigos, chegou um menino de outro campus que não conseguia montar sua barraca porque faltava sei lá o quê. Como no Inter todo mundo se ajuda, eu expliquei pra ele que ele poderia dividir a barraca dele comigo porque tinha bastante espaço, já que eu estava sozinha nela. Ele parecia extremamente grato.

Alguns minutos depois quando eu fui explicar pra ele como poderíamos arrumar as coisas na barraca ele simplesmente me perguntou se eu era lésbica e começou a me agarrar como um ogro, eu comecei a chorar e falar pra ele que eu não queria aquilo e então ele puxou meu cabelo com toda força e sussurrou “você quer sim,caralho!” Isso me assustou muito, e como chamaram ele pra ajudar algum amigo eu aproveitei pra ir embora, só que eu precisava dormir. Fui pra barraca pra tentar dormir. Lá veio ele. Por mais que eu protestasse e falasse que não era pra aquilo que eu havia oferecido a barraca,mais ele ignorava, me segurava e dizia “relaxa” e “você é muito gostosa”. Olha só que sorte,eu tinha camisinha,porque o galanteador ia sem nada, e ele tapou minha boca bem forte todo o tempo porque eu queria gritar de dor.

Quando acabou ele se desculpou por ter sido tão rápido e disse que depois a gente repetia porque ele ia pra piscina, quando eu disse “Será que você ainda não percebeu que eu não quero repetir?” ele riu e falou que não havia feito nada do que eu não quisesse e saiu.Lembro de ter perguntado pra ele se ele estava bêbado ou drogado porque eu não acreditava que o comportamento dele pudesse ser natural,ele me disse que não e perguntou se eu achava ruim ele ser assim. Eu não me sentia abusada nem nada,só me sentia meio perdida e passada (provavelmente pelo efeito do remédio que eu tomo para depressão, já que eu não estava bêbada).

Acabei desistindo de dormir aquela hora,e só fui deitar quando começou uma chuva tremenda,dormi de tal modo que só acordei porque lá estava ele me pedindo sexo oral e só notei que eu estava encharcada quando saí da barraca tremendo muito e meu vestido pingava. Eu falei pra ele que ele podia ficar com a barraca e levei minhas coisas pro alojamento interno. Isso foi no sábado, última festa. Fui pra festa, bebi e passei mal. Uma menina da eflch e o namorado decidiram me acompanhar na ambulância mesmo eu insistindo que não precisava. O problema é que eu desatei a falar inglês de nervoso e comecei a chorar e falar “I was fucking raped”. A menina entendia inglês, o que já era péssimo,mas a médica da UPA também entendia. Então acionaram a polícia, só que eu não quis denunciá-lo no momento e apaguei novamente.Quando voltei ao alojamento já tava todo mundo sabendo,porque foram verificar minha barraca e as coisas do menino estavam lá. Domingo, quando eu fui desmontar a barraca não tinha mais nada além da camisinha usada”

*Maria é um nome fictício, o nome foi alterado para preservar a identidade e integridade física e psicológica da vítima.

Nota do Editor de Soropositivo Web Site: Uma pessoa como esta deveria estar no estábulo, comendo feno e capim.

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