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Escolaridade maior é associada a resultados melhores na questão da saúde após o início da Terapia AntiRetro Viral

por Claudio Souza DJ, Bloqueiro
Publicado Atualizado em 0 Comentários 818 visualizações 8 minutos leitura
A magnified illustration of the deadly Human Immunodeficiency Virus (HIV/AIDS) virus with text name.

Representação Gráfica do Vírus.

Pessoas com HIV que têm menor escolaridade têm piores resultados após o início da terapia anti-retroviral [TARV], de acordo com os dados a partir de um grande coorte de colaboração europeia publicado na edição online da Revista AIDS. As taxas de mortalidade e AIDS diminuíram com o aumento do nível de escolaridade e a educação também foi associada com supressão viral e contagem de CD4 no momento do início do Terapia Antirretroviral.

“Diferenças marcantes na mortalidade e resposta clínica à Terapia Antirretroviral não poderiam ser explicadas inteiramente pelo atraso na diagnose da infecção por HIV ou pelo início tardio da Terapia Antirretroviral, uma vez que as diferenças se mantiveram mesmo após análises restritas àqueles que iniciavam o tratamento com CD4 > 350 células/mm3 e sem diagnósticos anteriores de AIDS”, comentaram os autores. “As associações que encontramos entre escolaridade e desfechos clínicos são provavelmente mediados por meios materiais e, naturalmente, caminhos psicossociais.”

piramidesocial

Preciso ou devo dizer alguma coisa? (…)

Mesmo em países com acesso gratuito aos cuidados de saúde, o grupo que compõem a “base da Pirâmide Social”, com menor nível socioeconômico é associado a piorespct resultados de saúde. Os pesquisadores de uma grande colaboração de vários estudos de coorte de HIV  e a colaboração de estudo observacional HIV  investigação epidemiológica na Europa, constitui uma abordagem coerente () – e já demonstrou que o diagnóstico tardio do HIV e o início Terapia Antirretroviral com uma baixa contagem de CD4 estão associados a níveis inferiores de educação.

Os pesquisadores agora queriam ver se as disparidades em resultados de saúde pela educação persistiram após o início da Terapia Antirretroviral.

Por conseguinte, foi concebido um estudo para examinar as diferenças por nível de escolaridade na mortalidade e novos auxílios após iniciar a Terapia Antirretroviral [TARV] e também a supressão viral e alterações nas contagens de CD4.

Dados de 15 estudos de coorte em oito países estavam disponíveis para análise. Pacientes adultos começando Terapia Antirretroviral para a primeira etapa entre 1996 e 2013 eram elegíveis para inclusão. A escolaridade foi normalizada em todo o coortes.

Os principais desfechos foram:

  • Todas as causas de mortalidade.
  • Novo evento de AIDS ou morte.
  • Supressão virológica – duas  medições sucessivas de carga viral abaixo de 400 cópias/ml. (Nota do Tradutor: era o que se poderia aferir em 2013 – hoje há testes, geralmente usados em pesquisas, capazes de detectar contagens superiores a apenas cinco cópias de RNA do HIV)
  • Aumento da contagem de células CD4  durante os primeiros seis anos de Terapia Antirretroviral.

Os resultados foram ajustados a fim de avaliar diferenciações como sexo, idade quando do início da Terapia Antirretroviral, Época em que houve o início da Terapia Antirretroviral início (antes de 2001; 2001-2004; 2005-2008; 2009-2013), meio de contágio, Terapia Antirretroviral de antes de se fazer mensuração de carga viral e/ou contagem de CD4; mensuração de carga viral pré-TARV contra AIDS e tipo de Terapia Antirretroviral.

Um total de 24,069 pessoas eram elegíveis para inclusão. Globalmente, 9% não tinha concluído o ensino primário; 32% tinham apenas o ensino primário; 44% tinham concluído o ensino secundário e 14% tinham uma educação universitária ou equivalente.

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Indivíduos com um  nível de ensino médio foram mais proeminentes em ser do sexo masculino e pertencerem ao grupo de contágio representado como HSH (Homens que fazem sexo com outros Homens – ATENÇÃO MULHERES CASADAS). Um quinto das mulheres estavam em níveis de menor escolaridade.

Houve uma associação entre educação e a mortalidade. Durante 132,507 pessoa-anos de análise, 1081 pessoas morreram. A mortalidade diminuiu com o nível educacional aumentado (p < 0,001) e essas diferenças persistiram em modelos que previamente ajustados para potenciais fatores de erro. Pessoas com uma educação universitária tiveram menor risco de morte do que todos os outros grupos de educação. Um padrão de mortalidade semelhante estava presente em uma análise controlando o momento do início da Terapia Antirretroviral, a contagem de CD4, do início da Terapia Antirretroviral anterior a AIDS e, também, a idade no momento em que o tratamento foi iniciado.

Uma associação significativa se fez presente também entre o nível educacional, a mortalidade e a AIDS. Mais de 122,765 pessoa-anos, houve 2598 novos manifestações clínicas ou mortes. Diferenças na incidência de AIDS/morte por nível de ensino eram ainda de mais acentuadas do que para a morte isoladamente (p < 0,001).

Não é necessário ser um gênio da estatística para relacionar pobreza com menor nível de educação e isso com AIDS. É, quer creiam quer não, o meu caso. Eu saí de casa cedo, não pude seguir um currículo escolar (sic) e não recebi, do Títere que eu recebi como pai neste mundo, nenhuma noção sobre sentimentos, família, respeito, sexualidade, moral e outras coisas que, de uma forma ou de outra, às ruas ensinam, cobrando um preço altíssimo. Eu paguei o meu e, ironia das ironias, desisti de um curso na UNIFESP para formação em Letras, porque, para fazer Francês eu tinha duas aulas semanais de Grego e isso só pode encontrar paralelo nas refinadas técnicas de torturas dos asseclas de Kublay Khan

Não é necessário ser um gênio da estatística para relacionar pobreza com menor nível de educação e isso com AIDS. É, quer creiam, quer não, o meu caso.
Eu saí de casa cedo, não pude seguir um currículo escolar (sic) e não recebi, do Títere que eu recebi como pai neste mundo, nenhuma noção sobre sentimentos, família, respeito, sexualidade, moral e outras coisas que, de uma forma ou de outra, às ruas ensinam, cobrando um preço altíssimo. Eu paguei o meu e, ironia das ironias, desisti de um curso na UNIFESP para formação em Letras, porque, para fazer Francês eu tinha duas aulas semanais de Grego e isso só pode encontrar paralelo nas refinadas técnicas de torturas dos asseclas de Kublai Khan

Um ano após o início da terapia HIV, 77% dos pacientes tinham alcançado supressão viral. Isto foi alcançado por 67% de pessoas com ensino fundamental incompleto, 85% dos indivíduos com uma educação primária, 82% dos indivíduos com o ensino secundário e 87% dos indivíduos que cursaram numa Universidade (p < 0,001).

As diferenças nos resultados entre os grupos se tornou menos pronunciada ao longo do tempo e deixou de ser significativa após dez anos de terapia. Após ajustes para possíveis fatores de erro, aqueles com ensino fundamental incompleto ou o ensino primário tinham chances de atingir uma resposta virológica inferior de apenas vinte por cento e sete por cento, respectivamente, do que os pacientes que participaram do faculdade.

Voltando aos resultados imunológicos, os dados mostraram que quanto maior o nível de escolaridade alcançado, maior a contagem de CD4 no início da TARV. No entanto, não houve evidências de que o nível de escolaridade foi associado com a recuperação da contagem de CD4 seis meses após o início da terapia.

” Pacientes HIV positivos em terapia anti-retroviral combinada que tinham menor escolaridade apresentaram maior mortalidade, taxas mais elevadas de eventos clínicos, e piores do que os pacientes com melhores  respostas aos cuidados, no que tange a carga viral que tinham mais educação, escrevem os autores. “Observamos tais diferenciais de saúde para um período de dezoito anos em oito países europeus onde o acesso aos cuidados de saúde e a TARV é universal”.

Traduzido por Cláudio Souza- do Original em Inglês em Educational attainment associated with health outcomes after starting HIV therapy escrito por Michael Carter e publicado originalmente no AIDSMAP.COM em 11 de outubro de 2016. Revisado por Mara de Macedo.

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