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Estudo da brasileira Beatriz Grinsztejn reforça evidências que PrEP é mais usado pelos mais vulneráveis

por Claudio Souza DJ, Bloqueiro
Publicado Atualizado em 0 Comentários 825 visualizações 5 minutos leitura
Beatriz Grinsztejn (foto: Liz Highleyman)

Beatriz Grinsztejn (foto: Liz Highleyman)

Os primeiros dados de um projeto brasileiro de um estudo aberto sobre profilaxia pré-exposição de HIV (PrEP), em comum com vários outros estudos apresentados na 8ª Conferência Internacional de AIDS  no mês passado, em Vancouver, que são exatamente as pessoas mais vulneráveis que efetivamente procuram por PrEP

Esses resultados iniciais foram apresentados por Beatriz Grinsztejn da Brasil, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Instituto de pesquisa de saúde pública do Brasil no Rio de Janeiro, que, entre muitas outras funções, tem uma clínica de HIV.

As pessoas em maior risco eram mais propensas a se interessar e inscrever-se no estudo de PrEP no Brasil, e pessoas que buscam os estudos são justamente as mais propensas a envolverem-se com estes tratamentos e estudos do que o previsto pelos médicos.

Pela primeira vez em um estudo de PrEP Brasileiro foi capaz de demonstrar a alta absorção e interesse em um grupo relativamente pequeno, mas significativo de mulheres transexuais, mostrando que os esforços para educar a Comunidade trangêneros valeu a pena, disse Grinsztejn em uma coletiva de imprensa.

O projeto de demonstração inscritos homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transexuais entre abril de 2014 e abril de 2015 da FIOCRUZ e em 2 locais em São Paulo na clínica da Universidade da cidade (USP) e o seu centro de referência para tratamento de HIV (CRT).

Grinszstejn observou que a prevalência do HIV entre homens que fazem sexo com outros homens, HSH, é muito alta; no Rio de Janeiro e São Paulo prevalência de HIV entre os HSH é 18% e 15%, respectivamente. Outras cidades regionais, como Salvador (cerca de 6.5%) e Recife (com 4%) têm menor prevalência, mas até Manaus, no coração da Amazônia tem 8% prevalência.

O estudo foi aberto a HSH e trangêneros com idades entre 18 anos ou mais que, no ano anterior, tinham tido 2 ou mais parceiros de sexo anal desprotegido, ou 2 ou mais parceiros de sexo anal HIV-positivo (independentemente do uso do preservativo) ou um diagnóstico de uma infecção bacteriana sexualmente transmissível (DST).

No site da USP, o estudo foi anunciado, mas os participantes da clínica foram responsáveis por auto referência; em outros 2 sites, a referência (adesão ao protocolo) poderia ser por  parte dos participantes de modo direito ou ser referido por seu médico. Um total de 986 pessoas foram abordadas ou referiram-se. Estes 82 (8%) acabou por ter um diagnóstico HIV+ já na inscrição, enquanto 106 não se adequaram aos critérios de risco. O restante 798 foram convidados para uma visita de triagem inicial e destes, 490 (61%) participaram. Neste ponto, mais 3 pessoas testaram HIV-positivos e alguns outros foram desclassificados do estudo por motivos clínicos, tais como a doença renal crônica; 427 participaram de sua primeira visita de inscrição.

Um total de 409 pessoas começou PrEP. –pouco mais dos 400 inicialmente planejados. Isto representa uma captação 51% de PrEP entre todos aqueles que eram potencialmente elegíveis. 6% (24 indivíduos) foram as mulheres transgênero; embora este seja ainda um número relativamente pequeno, representa a maior proporção de pessoas trans até agora recrutadas em um estudo de PrEP e é encorajador que 67% das mulheres transgênero potencialmente elegíveis tenham iniciado a PrEP.

Uma maior proporção de pessoas potencialmente elegíveis (78%) no site da USP inteiramente auto referidos começou a PrEP, do que em qualquer um dos outros 2 sites (62,5 na CRT) e 38,5 da FIOCRUZ; pesquisa qualitativa tentará elucidar as diferenças nas taxas de recrutamento.

Outros preditores de matrícula entre aqueles elegíveis incluídos, como aqueles que tem um parceiro estável… 58% destes se juntou ao estudo.

Entre aqueles que pensaram a possibilidade de sua aquisição de que HIV no próximo ano foi de zero a 1/4, 43% começou com a PrEP; entre aqueles que pensaram a chance era entre 1 em 2 e de certeza de contrair HIV, 615 começaram a PrEP. Dois terços daqueles potencialmente elegíveis tinham feito um teste de HIV no ano anterior; desses, 58% dos inscritos contra 34% que não tinham feito nenhum teste. 6 em cada 10 indivíduos tinha ouvido falar de PrEP antes e 59% inscritos versus 38% que não tinha ouvido falar de PrEP antes.

Entre os participantes que referiram voluntariamente ao PrEP 62% dos que atenderam ao critério de ter tido mais de 2 parceiros com sexo desprotegido no ano passado participaram da visita de triagem, como fez 64% daqueles que tinham 2 ou mais parceiros HIV-positivos versus (47% que não tiveram um parceiro HIV-positivo) e 42%, que não sabia.

Em uma análise de regressão múltipla, os mais fortes preditores de atendimento quando da visita de triagem estavam tendo 2 ou mais parceiros sexuais sem preservativo (80% mais propensos a participar), e o mais forte preditor de inscrição estava sendo uma mulher transgênero (64% mais propensas a se inscrever).

O Estudo de PrEP ainda está em andamento no Brasil e os resultados serão apresentados no ano que vem

Produzido Pelo HIV and Hepatitis em colaboração com AIDSMAP Traduzido por Cláudio Souza do Original em IAS 2015: First Brazilian Data Reinforce Evidence that PrEP is Mostly Used by Those at Greatest Risk  Revisado por Mara Macedo

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