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Novos antirretrovirais, formulações e estratégias contra o HIV 01

por Claudio Souza DJ, Bloqueiro
Publicado Atualizado em 0 Comentários 1,3K visualizações 8 minutos leitura
Novos antirretrovirais

Novos antirretrovirais, formulações e estratégias contra o HIV. Como a profilaxia pré-exposição (PrEP) e o tratamento como a prevenção agarrou as manchetes no 8º Conferência sobre HIV patogênese, tratamento e prevenção da International AIDS Society em Vancouver, uma sessão sobre “TARV: novas drogas e novas estratégias” não encheu o auditório em sua plena capacidade, como o fez, muitas vezes, no passado.

Este texto trata disso:

Novos antirretrovirais, formulações e estratégias contra o HIV

No entanto, a sessão fornece algumas promissoras notícias sobre novos medicamentos contra o HIV/AIDS que vem através de boas novas para as pessoas que vivem com HIV, uma nova versão de uma droga que melhora a segurança sem comprometer a eficácia, e um potencial novo uso para medicamentos existentes.

O inibidor maturação do HIV BMS-955176

Novos antirretrovirais

Carey Hwang, MD, PhD, Bristol-Myers Squibb fez uma apresentação sobre uma droga experimental da empresa, conhecida como HIV BMS-955176, mostrando que ela suprime carga viral tão eficazmente como as comumente usadas drogas antirretrovirais já no mercado (resumo TUAB0106LB).

BMS-955176 é um inibidor de maturação que impede o HIV de produzir o complexo de “polyproteinas” que são cortadas por enzimas de protease e montados em novas partículas de vírus. Se a proposta for aprovada, A BMS-955176 seria a primeira terapia anti-HIV/AIDS para o trabalho de prevenção do vírus, maturação e liberação de células infectadas. BMS-955176, em combinação com um inibidor de protease, poderá ser uma nova opção para as pessoas que não toleram ou são resistentes a nucleotídeos ou nucleosídeos inibidores da transcriptase reversa (NRTI).

Hwang’s team realizou um estudo pequeno do tipo Fase 2 da BMS-955176 utilizado em combinação com inibidores de protease do HIV atazanavir (Reyataz).  Este estudo incluiu 28 pacientes HIV-positivos adultos que foram aleatoriamente designados para tomar BMS-955176 em doses orais de 40 ou 80 mg uma vez ao dia potencializados por atazanavir ou não potencializados durante 28 dias. O grupo controle recebeu tratamento padrão utilizando tenofovir/emtricitabina (Truvada) mais a potencialização do atazanavir.

Novos antirretrovirais, formulações e estratégias contra o HIV – Uma Dose Por Dia

Ciclo de vida do HIV e Novos antirretrovirais
Em linhas gerais este gráfico mostra o ciclo de vida com HIV e o pnto de “maturação” do vírion

BMS-955176 possui uma meia-vida longa no corpo, de tal forma que os participantes necessitaram de tomar uma dose uma ao dia. BMS-955176 funcionou bem para evitar replicação viral de RNA do HIV cuja contagem caiu rapidamente em todos os braços de tratamento. No dia após a última dose, as reduções máximas da carga viral foram semelhantes nos três braços do estudo com a BMS-955176  (-1,86 a -2.23 log) e no braço com uso de Truvada (-2.22 log).

O tratamento de curta duração com BMS-955176 foi seguro e bem tolerado, sem eventos adversos graves ou abandono do estudo por este motivo. A maioria das pessoas que usaram o atazanavir como potencializador tiveram elevações bilirrubina (um conhecido efeito colateral do atazanavir), mas esta ocorreu em apenas duas pessoas usando BMS-955176 não potenciados com atazanavir.

Bristol-Myers Squibb anunciou que um par de estudos Fase 2b de BMS-955176 se iniciaram neste ano, um para as pessoas não tratadas anteriormente e os outro explorando um ITRN e um potencializador no esquema para tratamento de pessoas experientes. Se a segurança e eficácia da droga for confirmada em estudos maiores, A BMS-955176 pode se tornar uma importante opção de tratamento para as pessoas que tenham desenvolvido uma extensa existente resistência a medicamentos contra o VIH/AIDS.antirretrovirais novo uma esperança a mais de um mundo sem AIDS

Novos antirretrovirais  ITRNN Doravirine

Outro estudo mostrou que Doravirine, da próxima geração de  inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos(ITRNN) da Merck, foi tão eficaz quanto os ITRNN mais velhos para suprimir o HIV, mas produziu menos efeitos colaterais relacionados à droga.

ITRNN geralmente são eficazes, fáceis de usar, e bem adequado para tratamento do HIV em pessoas começando o tratamento. Mas o Efavirenz muitas vezes provoca efeitos colaterais sobre o sistema nervoso central, tais como tontura e sonhos anormais, de forma que não é mais recomendado para a primeira linha TARV nas diretrizes atuais.

José Gatell, MD, PhD da Universidade de Barcelona relatou os esultados mais recentes de um estudo em curso comparando Doravirine com Efavirenz, ambos tomados uma vez ao dia, para pessoas com HIV não tratadas anteriormente (resumo TUAB0104).

Gatell relatou as conclusões de uma análise dos participantes que foram aleatoriamente designados para tomar 100 mg de Doravirine ou Efavirenz, ambos com Truvada, por 48 semanas.

No tratamento, em geral, as taxas de resposta foram comparáveis nos dois grupos, com 73% das pessoas que tomam Doravirine e 72% das pessoas que o Efavirenz tendo carga viral abaixo de 40 cópias/ml (indetectável pelos testes padrão) em 24 semanas, e 89% e 87 % tendo contagem viral abaixo de 200 cópias por ml respectivamente. Os ganhos na contagem de células CD4 também foram semelhantes (154 e 146 células/mm3).

Ohando para as taxas de resposta em função de pré-tratamento e níveis virais, mais de 90% das pessoas que tomam o medicamento tinha RNA viram em contagens abaixo de 200 cópias na 24ª semana, independentemente de terem começado com uma baixa ou alta carga viral. Mas o fato é que as pessoas que iniciaram com um alto nível foram menos propensas a cair abaixo dos limite de quarenta cópias do RNA viral por ml de sangue. Gatell observou que carga viral ainda estava caindo na 24ª semana, sugerindo que aqueles com maior nível vírus provavelmente ainda não tiveram tempo suficiente para ficar abaixo do limite inferior ao detectável.

Voltando à segurança e tolerabilidade, as pessoas tomando Doravirine demosntraram a probabilidade de interromper o tratamento por qualquer motivo foram em torno de 50%, com uma diferença da taxa de abandono devido a eventos adversos na comparação Doravirine/Efavirenz (0,9% vs 5,6% respectivamente).

Menos pessoas tratadas com Doravirine relataram efeitos colaterais neuropsiquiátricos quando comparado com as pessoas que usam o Efavirenz, sendo o mais comum a tontura (9% vs 28%), sonhos anormais (7% vs 18%), e os pesadelos (7% vs 8%).  Depressão foi um sintoma que resultou, no uso de Doravirine, como uma intercorrência de 50% do que usualmente acontece entre as pessoas que tomam Efavirenz (3% vs 6%), mas os números foram irrelevantes.

Um grande estudo de Fase 3 com Doravirine agora está em andamento, de acordo com Gatell. Continua neste link

 
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