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Influencers Digitais e AIDS – O Dano Devastador Na Pandemia HIV

by Claudio Souza DJ, Bloqueiro

Influencers Digitais e AIDS é algo que tem se mostrado cada vez mais nocivo.

Um pouco mais adiante, neste texto, vou colar parte de uma matéria em que dei uma entrevista ao G1 e, sim, colocarei o link para a matéria completa.

Eu tenho uma grande preocupação com este Glamour todo mostrado em torno de uma doença bastante traiçoeira, e eu começo mostrando esta imagem, que mostra um texto que copiei e colei do blog de um certo jovem.

Pior que a fala dele, na imagem, é ver um auto-denominado ativista ler uma frase destas, liberar sua publicação e não dizer nada a respeito. Sei que algumas pessoas publicam qualquer coisa que gere comentário. Em geral estas pessoas gostam do apreço desta importante coluna da opinião pública: os frívolos.

Prefiro, eu, a outra coluna, a dos graves, dos que estão aí para valer.

 

Assim, tão rápido capturei a imagem, escrevi um texto sobre banalização da AIDS, cujo link abre em outra aba. Estou ressuscitando dois textos “ancestrais” porque, desta forma, pouco, ou quase nada, preciso escrever para mostrar que tudo está, como dizia meu saudoso Toninho, a mesma merda ou, como ele dizia após cada período eleitoral: mudam as moscas, a merda é sempre a mesma.

O “Ativismo HIV/AIDS está mudando de cara com aspecto de publicidade de chuveiro – um mundo de alegria… quando, na verdade, quase nada mudou.

Tudo que escrevi no primeiro editorial deste blog, ainda uma Home Page (BLOGS NÃO EXISTIAM)   poderia ser reescrito aqui agora e seria a mesma verdade, agravada pelo posicionamento de nosso presidente, que trabalhou três horas na primeira quinzena de março e diz que NÓS SOMOS UMA DESPESA PARA O PAÍS!

Com os seiscentos mil diabos, citando Joaquim Maria Marra Machado de Assis, somos nós, os que se esforçam para produzir, quase sempre faceando uma sentença de morte com um sorriso no rosto, a grande despesa e não a orgia alimentar (talvez também alcoólica e mesmo a literal) expressa a bordo do “Força Aérea Um”.

Da mesma forma eu na matéria abaixo, do G1, esta glamorização…. Veja só, ontem deparei-me com um vídeo no reels que dizia, esta é a cara da AIDS que você conhece, e mostra rostos de famosos e não famosos em adiantado estágio de AIDS e na sequência, a cara da AIDS hoje. E mostra um monte de fotos de pessoas “aparentemente saudáveis”.

 

Bem, esta moça me estragou o sono, pois ela não tem o menor respeito por aqueles que eu perdi, por aqueles  que tantos outros perderam e por pelo menos vinte milhões de pessoas que viveram e morreram em uma época em que nós ainda lutávamos pelos privilégios que ela tem, para poder fazer pose de gostosa (argh) no Instagram.

Ele não teve a capacidade de contemplar quantas vezes  eu e tantos outros, pelos quais à beira de seus túmulos, diante dos quais caí e caímos de joelhos e derramando lágrimas convulsas e compungidas, me e nos perguntando quando seria a minha e vez deles.

Mas estragou mesmo porque a mensagem dela, apesar de autêntica, é incompleta.

Muitos são só que tem aparência e condição clínica “normais” (por Deus, me definam isso) já portam o HIV e não o sabem!

Contudo, o vírus está lá, agindo, fazendo seu servicinho sujo, dilapidando nosso sistema imunológico, bem como nosso sistema central e periféerico até que, um dia, a pessoa acorda com um problema mais sério, como uma enxaqueca, e inicia-se ali um processo de longo adeus ou longa recuperação, muitas vezes parcial, sem jamais recobrar-se por completo.

Estas pessoas, sua babaca boboca, jamais se encaixarão no seu vídeo idiota ou em seu perfil!

Mas, esteja certa, você a ajudou a adentrar mais profundamente na selva, pois pode tê-la despreocupado o bastante para ela negligenciar o uso do preservativo e, da mesma forma, levá-la a postergar um teste de HIV que, mais cedo, a permitiria se enquadrar no seu showzinho, se ela fosse idiota o bastante para fazer um destes.

É por coisas como está que a repórter do G1 Mariana Oliveira Do G1, após entrevistar a mim e a uma outra ativista em São Paulo publicou a matéria intitulada assim:

 Melhora dos dados sobre Aids dificulta trabalho de prevenção, dizem entidades

Rapazes homossexuais e bissexuais são mais vulneráveis, diz governo.
Ex-DJ com Aids há 15 anos alerta: ‘A vida vale mais que uma transa’.

https://atomic-temporary-78498171.wpcomstaging.com/sobre-a-dificuldade-das-mulheres-em-falar-sobre-o-uso-de-preservativo/

Cláudio Santos de Souza, 45 anos, soropositivo há 15 anos (matéria de 2009), coordena um site de discussões sobre a doença.

Ele alerta os jovens: ‘Se for transar, use camisinha. Porque a transa acaba, mas a vida continua’ (Foto: Daigo Oliva / G1)

A melhora dos dados sobre Aids e a maior expectativa de vida para quem tem a doença prejudica o trabalho de prevenção, na avaliação de entidades e especialistas que atuam com prevenção e tratamento dos pacientes com HIV.

Para os especialistas no assunto, o mais importante para combater a doença – nesta terça-feira (1º) é comemorado o Dia Mundial de Luta contra a Aids – é manter o trabalho de prevenção.

Duas pesquisas apresentadas nesta semana trouxeram dados positivos. Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) mostraram que entre 2000 e 2008, o número de novas infecções caiu 17%. Segundo o órgão, as pessoas com Aids estão vivendo mais e cada vez menos gente adquire o vírus.

 

Outro levantamento, o Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, do Ministério da Saúde, mostrou que o número de casos caiu nos grandes centros urbanos – embora tenha ocorrido um crescimento nas cidades pequenas.

Christina Moreira de Viva Cazuza: Jovens São Mais Vulneráveis. Faço um adendo: com este circo!…

Para a coordenadora de projetos da Sociedade Viva Cazuza, Christina Moreira, os jovens são os mais vulneráveis a novas infecções, mas descuidam da prevenção.

 

“Diariamente jovens iniciam sua vida sexual e muitos deles sem qualquer cuidado com prevenção de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids. Isso faz com que sejam mais vulneráveis para os novos casos de infecção. (…) Eles não viram o estrago que a Aids fez nos anos 80 e 90. Pensam que a Aids é um problema resolvido, solucionado, e se forem contaminados, é só tomar um remedinho.”

Eles não viram o estrago que a Aids fez nos anos 80 e 90. Acham que a Aids é um problema resolvido, solucionado, e se forem contaminados, é só tomar um remedinho.”

Coordenadora da área de prevenção da Associação para Prevenção e Tratamento da Aids (APTA) – entidade com apoio da Unesco, Terezinha Pinto concorda e avalia que no Brasil há um “cansaço” do uso do preservativo por parte dos jovens. “A impressão que se tem é que essa geração que não viu o boom da Aids banalizou essa questão. (…) Não se tem a ideia do que significa o tratamento.”

Caso da vida real

O ex-DJ Cláudio Santos de Souza, 45 anos, é soropositivo há 15 anos e diz que frequentemente recebe informações sobre a negligência dos jovens na prevenção. “Há festas no Brasil onde se faz sexo desprotegido com vários parceiros. (…) Eles se arriscam porque talvez não saibam a complicação que é o tratamento.”

Souza coordena voluntariamente um site, o Soropositivo.org, no qual há espaço para discussão das questões relacionadas à doença e à sexualidade.

“Se o tratamento existe e houve um aumento da expectativa de vida, do outro lado tem todo processo de exclusão social, de sofrimento. (…) Eu conto para todo mundo que tenho Aids, mas pago o preço de a pessoa não falar mais comigo, me excluir.”

Por causa do HIV, tem propensão de inflamação nos vasos sanguíneos e teve uma embolia pulmonar. Diariamente, precisa de uma injeção na barriga para evitar a coagulação.

Não Vale a Pena e, hoje o idiota aqui sabe, a camisinha não atrapalha em nada

Se for transar, use camisinha. Porque a transa acaba, mas a vida continua. Continua com ou sem Aids, só depende da pessoa.”

Na época em que foi contaminado tinha 30 anos e trabalha como DJ na noite paulista. “Tinha umas 200 namoradas. Eu vacilei, mas também curti a vida.”

Questionado sobre qual conselho daria aos jovens que deixam de se prevenir: respondeu: “A vida vale mais que uma. Se for transar, use camisinha. Porque a transa acaba, mas a vida continua. O risco que corre e não dá em nada, amanhã pode dar em Aids. Se eu pudesse, faria tudo diferente, porque hoje pago caro pelas consequências.”

Pois é.

É importante seguir este link, em outra aba e ler toda a matéria.


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Cláudio Souza, 60 anos, 30 deles com HIV

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